quinta-feira, 31 de janeiro de 2008

I Want You Bleeders!



Sweeney Todd

segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

peace yo!

Para desanuviar os textos pesadões que têm marcado os últimos dias do Almanaque deixo aqui este videoclip do já por mim supracitado Lawrence Krisna Parker (vulgo KRS-One). E também porque somos todos amigos, não obstante a maior ou menor distância de ideias e opiniões que nos separa, esta música incide precisamente na amizade, no respeito e na tolerância.
Um bem-haja ao meu caro III Anónimo, camarada (posso?) ainda de muitas batalhas futuras. :)

KRS-One - A friend

domingo, 27 de janeiro de 2008

sursum corda*

Uma discussão à volta da religião traz sempre várias opiniões. Sinceramente, eu já pensei como muitos os que aqui se encontram.
Vivi a minha vida sem qualquer tipo de crença durante muito tempo. Talvez um coração poético, uma encarnação de romântico, a crença que, antes de tudo, o ser humano não é um animal mecanizado, levaram a que eu procurasse diferentes caminhos. Fartei-me de ser um pacote opaco, que era como eu me sentia.
Estudei, por conta própria, várias religiões. Convivi com muitas delas. E falo isto não para me revelar aos vossos olhos como um viajante intrépido, que não sou, mas alguém que vos fala com o apoio da "mãe de todas as coisas", nas palavras de um grande português, que é a experiência.
A grande conclusão que eu tiro do meu estudo é que a religião é um apelo natural do Homem. Concentra-se em todas as suas actividades. Está ligado a nós por uma procura inerente do espírito por detrás das coisas que amamos e criamos. Não fazemos uma cadeira apenas por saber que juntámos 6 peças minimamente trabalhadas para fazer mobília. Juntamos, porque acreditamos que ela vai ser o nosso apoio, porque a fizemos nós próprios, porque acreditamos que talvez mais pessoas se sentem nela. É assim que pensa o homem. Cremos, mesmo inconscientemente, que há algo nos objectos que os liga a nós, através da Natureza, e procuramos a resposta para isso.

Não quis ofender ninguém com os meus comentários acerca do poster do Mao. Para aqueles que confrontaram as minhas ideias, eu só quis argumentar através do contrariar dos argumentos deles.
Um líder religioso é um importante representante da sua comunidade. Numa civilização democrática todos os elementos representantes de uma comunidade devem ser ouvidos.
Eu compreendo a frustração da maior parte dos militantes dos partidos de extrema esquerda ou menos extrema e mais reumática esquerda, quando se dão conta da milenar propensão de a sociedade humana se dividir em comunidades sociais (daí, sociedade) que por vezes partilham a mesma religião. Também lhes acontece isto quando falamos de propriedade privada. A verdade é que tal deve ser visto por todos os que protegem a igualdade dos Homens como facto adquirido. Devemos ser unidos na nossa diferença, não igualizados na vossa igualdade.

A religião muçulmana é uma das religiões mais brilhantes da humanidade. Brutalizada primeiro pelo fanatismo cristão da Europa Ocidental (cruzadas), e mais tarde pelas sua ideologias, tanto capitalistas (caso da relação Inglaterra Pérsia) ou comunistas ( caso da guerra URSS/Afeganistão), manteve sempre uma aura de cultura impressionante, e uma filosofia de vida muito ligada aos clássicos gregos do epicurismo. Não ligo matemáticos e pensadores como por exemplo Averróis e Avicena a Bin Laden.
Outra que me deu muito gosto conhecer foi o budismo tibetano, sempre sereno, sempre bom e pacífico, tal como o povo de lá, sempre disposto a ajudar.
Mais do que a religião moldar as pessoas, a Humanidade, sua criadora, molda as religiões à sua imagem.

Talvez o que o meu amigo Noronha tenha confundido, ao cometer o erro de chamar Hitler de cristão, foi a formalização da existência de um Deus, no plano religioso e científico/filosófico.
Também Platão acreditavas num só Deus, mas era um Deus fonte de energia, presente no segundo plano. Platão viveu vários séculos antes de Cristo, e duvido que tenha mantido contacto com o povo hebraico. Hitler cria num Deus neste plano científico. De facto, ele também tomava a religião cristã e no geral como algo próprio dos fracos, sendo muito conhecido o seu trabalho na queda do Império Romano, quando o Führer dá as culpas ao cristianismo pela queda do Império.
O Senhor Todo-Poderoso de Hitler é uma personificação de um Deus vinculado a uma supremacia racial e a uma origem divina da Humanidade. A própria teoria do Big Bang, a criação do universo, foi inicialmente feita por um padre católico, que propõe a existência de um Deus Científico, digamos, como fonte de energia primária que não precisa ser despoletada, e que assim, do vazio pré-existencial, despoletou o Big Bang.
Eu não te considero um tipo perigoso Noronha. Mas os ideais que defendes, quando tomados à letra por homens "maus", criam actos horrorosos. Não te digo para não os seguíres. Aceita, no entanto, que nem todas as doutrinas estão certas, incluindo a de Marx.

Quanto a tentativas de harmonização. É verdade. Mas o sonho de um Homem é conseguir coisas impossíveis. E acreditar em tudo o que pode. Eu tomo como exemplo do perfeito estadista, nesta matéria, o sultão indiano Akbar. O único que percebeu que não existem religiões erradas. Existem interpretações erráticas, mas mesmo essas devem ser alvo da nossa tolerância.

E é este o meu ponto de vista para com a religião. Não é um facto de obscuridade. Vasco da Gama era católico, John Locke era anglicano, o Dalai Lama é budista (quem diria?) e Saladino foi muçulmano. Akbar era muçulmano, e no seu império vivam em harmonia e igualdade todas as religiões (cristãos, islâmicos, budistas, hindus, etc.)
Um estado laico não esquece a Religião. Um estado moderno não a despreza, não procura dissolvê-la. Muito pelo contrário, o Estado vela para que todos os seus cidadão possam fazer os seus cultos e rituais em paz e liberdade.
Antes de retirar o carácter oficial ao casamento católico, não será mais inteligente dar este carácter a todas as religiões?

*elevem os vossos corações
Vi hoje a notícia da morte de suharto. Devo confessar que houve uma coisa que me espantou e chocou imenso: " centenas de pessoas prestam homenagem a suharto". Tratam-se certamente dos privilegiados, directa ou indirectamente, por ele e pelos seus monopólios e esquemas totalmente lícitos.
Mas se escrevo sobre este homem é certamente para que sejam relembrados os seus actos, não os económicos que esses mesmo que canalhas não se equiparam aos massacres por si feitos. Jamais poderá a história esquecer o massacre dos comunistas, as perseguições políticas bem como a inavsão de timor pelos poços de petróleo, de que resultou a morte de grande parte da população timorense. Mas para melhor saberem disto pesquisem sobre este tipo.
quanto a mim permito-me a ousadia de falar que pessoalmente fico bem aliviado por saber que mais um ditador juntou os pés (se bem que este já os tinha juntos há quase um mês). Com este são já 3 copos do melhor whisky que bebo recentemente: um por saddam, pinochet e agora suharto. Sim, porque eu acho que a morte de tais "bestas" justifica tal sacrifício económico.

sábado, 26 de janeiro de 2008

devaneios desintéricos

"O município de Roma aprovou uma moção apresentada pelo partido Refundação Comunista em que é pedido ao conselheiro municipal que as escolas separem as crianças ciganas nos autocarros escolares, em resultado de confrontos registados nos últimos dias.

A ideia recebeu, surpreendentemente (ou talvez não...), os votos favoráveis da Refundação Comunista e da Esquerda Democrática (SD), e os contrários do Partido Democrata, o mais importante da coligação no poder.

A moção foi aprovada depois de um grupo de pais ter exigido a separação nos autocarros após uma luta registada recentemente. Tratou-se, aparentemente, de um simples caso de escaramuças entre as crianças, ocorrido dentro do autocarro escolar, numa zona da cidade de Roma marcada pelo eleitorado fortemente de Esquerda e apoiante da facção autárquica que aprovou esta moção. Não contentes, os pais desejam mesmo um "regresso à situação de há anos, quando os estudantes ciganos viajavam para a escola num autocarro e os restantes noutro".
Para além da xenofobia evidente da medida propugnada, é interessante notar no facto de ter emanado de dois partidos de Esquerda, supostamente mais avessos a este tipo de medidas sociais. Recorde-se que, por exemplo, já as quotas para estrangeiros nas escolas pré-primárias da Dinamarca haviam sido sugeridas pelo Partido Social Democrata dinamarquês.
Tudo isto atesta o alargamento de uma certa "cultura de Medo" aos níveis mais verdes da sociedade, indiciando o apogeu de uma nova Era em que mansa e acriticamente todos somos capazes de sacrificar a ideia de tolerância e de solidariedade em prol de de uma determinada segurança.

Os políticos, à Direita e, pelos vistos, à Esquerda já perceberam isto, escancarando cada vez mais esta caixa de Pandora que é a Demagogia em Democracia e hipotecando, sem qualquer vergonha, os valores que diziam ser seus."


Estou em dúvida se a Esquerda de hoje é a auto-proclamada liberal cujos programas sociais distinguem ou se voltamos (ou nunca teremos saído) à "reformadora" esquerda pós-URSS.

algumas notas

"mas também já vi muitos males feitos por gente sem religião. O Terror da Revolução francesa, os gulags do estalinismo, o massacre chinês no Tibete, os carinhos de Pol Pot nos budistas do seu país, O HOLOCAUSTO!", diz o nosso caro Manel.

Vamos por partes. O que interessa para aqui são os indivíduos que não sendo religiosos também foram muito mauzinhos? Olha, eu às vezes também sou muito mau. Chateio-me e e sou mesmo mauzinho. O Zé também. O Vasco idem aspas. E a Maria, amiga do Vasco? Essa é que é má!! Quando estamos a discutir a forma como a religião se entranha num Estado e a influência que teve no passado e eventualmente no futuro, importa analisar as religiões e as pessoas em causa. Já todos sabemos que líderes e seitas não-religiosas também cometeram crimes hediondos contra a humanidade. Certíssimo. Mas isso interessa agora para quê? Estamos a falar de religiões. Mal ao mundo já fez muita gente... religioso, ateu, agnóstico. Mas se a questão aqui é a dicotomia Estado/religião, então há que nos centrarmos no que é relevante: a religião e os líderes que a encarnam num certo tempo e espaço.
Quanto ao rol de personalidades que o Manel invocou para mostrar que indivíduos não abençoados pela graça do senhor também são matreiros, é importante corrigir um aspecto muito importante, e que muitas vezes é camuflado. Ora falas do Holocausto. Queres tu com isto dizer que Hitler era não-religioso? Queres tu com isto dizer que o Estado nazi era um estado laico?! Hitler era um cristão super refinado. Hitler NÃO era ateu ou agnóstico como muitos querem fazer passar. Reparem só neste excerto retirado directamente do Mein Kampf: "Hence today I believe that I am acting in accordance with the will of the Almighty Creator: by defending myself against the Jew, I am fighting for the work of the Lord". Desculpem, quem é o ateu?
Quanto ao ópio do povo, a expressão é de Marx e não de Mao. Se Mao a utilizou depois ou não nos seus discursos isso é outra questão. Também eu a usei aqui no blog e ainda não matei ninguém na minha curta vida e os amigos de indumentária vermelha que me rodeiam são apenas fans do Benfica em vésperas de clássicos Porto x Benfica.
Manel, não quero intrometer-me na tua vida espiritual. Cada um tem a sua, e eu respeito-a. Se a religião é uma luz para ti, eu respeito. Eu tenho uma luz bem diferente. Mas por isso é que somos todos diferentes! Se tivéssemos todos as mesmas luzes, isto era uma pasmaceira. Mas agora dizeres que a falta de religião também não fez bem ao mundo no passado é que é alvo da minha discórdia. A História mostra precisamente o contrário. Quando o nível de vida de um povo se eleva para indíces muito satisfatórios e de uma forma universal, o fanatismo religioso, seja ele qual for, diminui.
Laicismo é, no meu entender, uma posição absolutamente neutra e imparcial perante qualquer religião. As tentativas de "harmonização" de que falas nunca funcionaram. Harmonizá-las a todas nem sempre poderia ser positivo. Podia até resultar precisamente no contrário. Por outro lado, não penso que muitos países possuam uma população suficientemente educada para saber conviver com essa harmonia universal.
E olha, Manel, porquê que o casamento católico é o único com relevância na nossa ordem jurídica? Deveriam ter então todas as religiões a possibilidade de, no matrimónio, adquirirem juridicidade?

sexta-feira, 25 de janeiro de 2008

E esta, hein?

A "classe empresária" ficou de fora... a voz do povo é mesmo o reflexo de um país.

quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

já vai sair o novo filme do James Bond

O próximo filme protagonizado por James Bond, o mais famoso dos agentes secretos do Reino Unido, tem por título «Quantum of Solance» e estrear-se-á em Novembro, anunciaram os produtores.

E também já se sabe quem vai ser a próxima bond-girl

É preciso bom gosto

Olga Kyrulenko

Só espero que desta vez o filme não seja uma porcaria.

não ficaram mais descansados depois disto?

O vice-presidente do Observatório de Segurança, Crime Organizado e Terrorismo, José Manuel Anes, indicou que Portugal não é alvo dos ataques terroristas, mas sim um país de trânsito devido à proximidade com Espanha e o Norte de África. «Não devemos entrar em pânico, nem ter medo, mas realmente Portugal - devido à proximidade com Espanha e Norte de África - deve ter em conta as ameaças», uma vez que «somos um ponto de movimentação», afirmou o responsável.

ufa, eu fiquei bem mais aliviado.

Segundo refere a agência Lusa, José Manuel Anes adiantou que Portugal «é um local perigoso de trânsito de apoio» para falsificação de documentos, descanso e movimentos financeiros, realçando que os terroristas quando se sentem vigiados noutros países europeus, encontram em Portugal «um bom local», dado que o país «é menos vigiado que Espanha, Argélia e França».

olhá reviiista!

a capa de Fevereiro da Atlântico vai ser muuuito interessante... ahahaha...

Por entre dragões e castelos, o meu contributo

Porque neste lugar se fala de tudo, desde política, direito, música, poesia, deixo-vos dois poemas de dois poetas, duas paixões, duas formas de ver a vida e sobretudo de ver o sonho. Porque antes, durante e depois de todas as discussões que possamos ter, o fundamental é saborear cada pequeno momento de sanidade e insanidade, quantas vezes misturadas, para no final sermos nós...

Tabacaria

Não sou nada. Nunca serei nada. Não posso querer ser nada. À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo.
Janelas do meu quarto, Do meu quarto de um dos milhões do mundo que ninguém sabe quem é (E se soubessem quem é, o que saberiam?), Dais para o mistério de uma rua cruzada constantemente por gente, Para uma rua inacessível a todos os pensamentos, Real, impossivelmente real, certa, desconhecidamente certa, Com o mistério das coisas por baixo das pedras e dos seres, Com a morte a pôr humidade nas paredes e cabelos brancos nos homens, Com o Destino a conduzir a carroça de tudo pela estrada de nada.
Estou hoje vencido, como se soubesse a verdade. Estou hoje lúcido, como se estivesse para morrer, E não tivesse mais irmandade com as coisas Senão uma despedida, tornando-se esta casa e este lado da rua A fileira de carruagens de um comboio, e uma partida apitada De dentro da minha cabeça, E uma sacudidela dos meus nervos e um ranger de ossos na ida.
Estou hoje perplexo como quem pensou e achou e esqueceu. Estou hoje dividido entre a lealdade que devo À Tabacaria do outro lado da rua, como coisa real por fora, E à sensação de que tudo é sonho, como coisa real por dentro.
Falhei em tudo. Como não fiz propósito nenhum, talvez tudo fosse nada. A aprendizagem que me deram, Desci dela pela janela das traseiras da casa, Fui até ao campo com grandes propósitos. Mas lá encontrei só ervas e árvores, E quando havia gente era igual à outra. Saio da janela, sento-me numa cadeira. Em que hei-de pensar?
Que sei eu do que serei, eu que não sei o que sou? Ser o que penso? Mas penso ser tanta coisa! E há tantos que pensam ser a mesma coisa que não pode haver tantos! Génio? Neste momento Cem mil cérebros se concebem em sonho génios como eu, E a história não marcará, quem sabe?, nem um, Nem haverá senão estrume de tantas conquistas futuras. Não, não creio em mim. Em todos os manicómios há doidos malucos com tantas certezas! Eu, que não tenho nenhuma certeza, sou mais certo ou menos certo? Não, nem em mim... Em quantas mansardas e não-mansardas do mundo Não estão nesta hora génios-para-si-mesmos sonhando? Quantas aspirações altas e nobres e lúcidas - Sim, verdadeiramente altas e nobres e lúcidas -, E quem sabe se realizáveis, Nunca verão a luz do sol real nem acharão ouvidos de gente? O mundo é para quem nasce para o conquistar E não para quem sonha que pode conquistá-lo, ainda que tenha razão. Tenho sonhado mais que o que Napoleão fez. Tenho apertado ao peito hipotético mais humanidades do que Cristo, Tenho feito filosofias em segredo que nenhum Kant escreveu. Mas sou, e talvez serei sempre, o da mansarda, Ainda que não more nela; Serei sempre o que não nasceu para isso; Serei sempre só o que tinha qualidades; Serei sempre o que esperou que lhe abrissem a porta ao pé de uma parede sem porta E cantou a cantiga do Infinito numa capoeira, E ouviu a voz de Deus num poço tapado. Crer em mim? Não, nem em nada. Derrame-me a Natureza sobre a cabeça ardente O seu sol, a sua chuva, o vento que me acha o cabelo, E o resto que venha se vier, ou tiver que vir, ou não venha. Escravos cardíacos das estrelas, Conquistámos todo o mundo antes de nos levantar da cama; Mas acordámos e ele é opaco, Levantámo-nos e ele é alheio, Saímos de casa e ele é a terra inteira, Mais o sistema solar e a Via Láctea e o Indefinido.
(Come chocolates, pequena; Come chocolates! Olha que não há mais metafísica no mundo senão chocolates. Olha que as religiões todas não ensinam mais que a confeitaria. Come, pequena suja, come! Pudesse eu comer chocolates com a mesma verdade com que comes! Mas eu penso e, ao tirar o papel de prata, que é de folhas de estanho, Deito tudo para o chão, como tenho deitado a vida.)
Mas ao menos fica da amargura do que nunca serei A caligrafia rápida destes versos, Pórtico partido para o Impossível. Mas ao menos consagro a mim mesmo um desprezo sem lágrimas, Nobre ao menos no gesto largo com que atiro A roupa suja que sou, sem rol, pra o decurso das coisas, E fico em casa sem camisa.
(Tu, que consolas, que não existes e por isso consolas, Ou deusa grega, concebida como estátua que fosse viva, Ou patrícia romana, impossivelmente nobre e nefasta, Ou princesa de trovadores, gentilíssima e colorida, Ou marquesa do século dezoito, decotada e longínqua, Ou cocote célebre do tempo dos nossos pais, Ou não sei quê moderno - não concebo bem o quê -, Tudo isso, seja o que for, que sejas, se pode inspirar que inspire! Meu coração é um balde despejado. Como os que invocam espíritos invocam espíritos invoco A mim mesmo e não encontro nada. Chego à janela e vejo a rua com uma nitidez absoluta. Vejo as lojas, vejo os passeios, vejo os carros que passam, Vejo os entes vivos vestidos que se cruzam, Vejo os cães que também existem, E tudo isto me pesa como uma condenação ao degredo, E tudo isto é estrangeiro, como tudo.)
Vivi, estudei, amei, e até cri, E hoje não há mendigo que eu não inveje só por não ser eu. Olho a cada um os andrajos e as chagas e a mentira, E penso: talvez nunca vivesses nem estudasses nem amasses nem cresses (Porque é possível fazer a realidade de tudo isso sem fazer nada disso); Talvez tenhas existido apenas, como um lagarto a quem cortam o rabo E que é rabo para aquém do lagarto remexidamente.
Fiz de mim o que não soube, E o que podia fazer de mim não o fiz. O dominó que vesti era errado. Conheceram-me logo por quem não era e não desmenti, e perdi-me. Quando quis tirar a máscara, Estava pegada à cara. Quando a tirei e me vi ao espelho, Já tinha envelhecido. Estava bêbado, já não sabia vestir o dominó que não tinha tirado. Deitei fora a máscara e dormi no vestiário Como um cão tolerado pela gerência Por ser inofensivo E vou escrever esta história para provar que sou sublime.
Essência musical dos meus versos inúteis, Quem me dera encontrar-te como coisa que eu fizesse, E não ficasse sempre defronte da Tabacaria de defronte, Calcando aos pés a consciência de estar existindo, Como um tapete em que um bêbado tropeça Ou um capacho que os ciganos roubaram e não valia nada.
Mas o dono da Tabacaria chegou à porta e ficou à porta. Olhou-o com o desconforto da cabeça mal voltada E com o desconforto da alma mal-entendendo. Ele morrerá e eu morrerei. Ele deixará a tabuleta, e eu deixarei versos. A certa altura morrerá a tabuleta também, e os versos também. Depois de certa altura morrerá a rua onde esteve a tabuleta, E a língua em que foram escritos os versos. Morrerá depois o planeta girante em que tudo isto se deu. Em outros satélites de outros sistemas qualquer coisa como gente Continuará fazendo coisas como versos e vivendo por baixo de coisas como tabuletas, Sempre uma coisa defronte da outra, Sempre uma coisa tão inútil como a outra, Sempre o impossível tão estúpido como o real, Sempre o mistério do fundo tão certo como o sono de mistério da superfície, Sempre isto ou sempre outra coisa ou nem uma coisa nem outra.
Mas um homem entrou na Tabacaria (para comprar tabaco?), E a realidade plausível cai de repente em cima de mim. Semiergo-me enérgico, convencido, humano, E vou tencionar escrever estes versos em que digo o contrário.
Acendo um cigarro ao pensar em escrevê-los E saboreio no cigarro a libertação de todos os pensamentos. Sigo o fumo como uma rota própria, E gozo, num momento sensitivo e competente, A libertação de todas as especulações E a consciência de que a metafísica é uma consequência de estar mal disposto.
Depois deito-me para trás na cadeira E continuo fumando. Enquanto o Destino mo conceder, continuarei fumando.
(Se eu casasse com a filha da minha lavadeira Talvez fosse feliz.) Visto isto, levanto-me da cadeira. Vou à janela.
O homem saiu da Tabacaria (metendo troco na algibeira das calças?). Ah, conheço-o: é o Esteves sem metafísica. (O dono da Tabacaria chegou à porta.) Como por um instinto divino o Esteves voltou-se e viu-me. Acenou-me adeus gritei-lhe Adeus ó Esteves!, e o universo Reconstruiu-se-me sem ideal nem esperança, e o dono da Tabacaria sorriu.

Neste, Álvaro de Campos. Podia dizer, Fernando Pessoa, mas se o próprio quis desmaterializar-se em outros quem sou eu para contrariar a sua vontade?
No próximo, Mário de Sá Carneiro


O Recreio

Na minha Alma há um balouço
Que está sempre a balouçar ---
Balouço à beira dum poço,
Bem difícil de montar...---
E um menino de bibe
Sobre ele sempre a brincar...
Se a corda se parte um dia
(E já vai estando esgarçada),
Era uma vez a folia:
Morre a criança afogada...---
Cá por mim não mudo a corda,
Seria grande estopada...
Se o indez morre, deixá-lo...
Mais vale morrer de bibe
Que de casaca...
Deixá-lo
Balouçar-se enquanto vive...---
Mudar a corda era fácil...
Tal ideia nunca tive...

Por aqui me deixo estar, assim continuo estes caminhos. mas atento...às políticas, aos direitos, à musica, à vida la fora e do outro lado da rua, onde podemos não reparar, mas muito há para ver.

ate já...

quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

sweet

E já que já se falou tanto no Def Poetry de Mos Def, é hora de trazer aqui o próprio.
Umi Says é um excelente exemplo de como rap e soul se podem combinar de uma forma harmoniosa e.... belíssima. A música faz parte do primeiro disco de Mos Def, intitulado Black on both sides, de 1999.

Mos Def - Umi Says

terça-feira, 22 de janeiro de 2008

Tailor Mali

Na continuação das sugestões do Noronha (ultimamente, n~ºao tenho feito nada que o Noronha não tem feito primeiro) acerca do programa Def Poetry, apresento, a quem estiver interessado, mais um "Def Poet" muito bem sucedido, e para mim o mais brilhante deles todos.
Tailor Mali é irónico, inteligente, e carismático. Pode parecer um espectáculo de stand-up, mas é só uma forma de transmitir uma realidade americana que, tipo, já se adaptou à nossa, tás a ver?

nova roupagem

Dei um toque decorativo ao nosso Almanaque! Espero que gostem.
Como é evidente, esta remodelação está totalmente aberta a críticas e sugestões.

Um abraço

Saul Williams

Depois da sessão de Def Poetry que vos trouxe há uns dias, hoje volto com uma outra, desta feita da autoria de Saul Williams.
Saul Williams é um escritor, filósofo, poeta, músico, activista e todos os rótulos ligados com as ciências sociais e humanas que lhe quiserem colar. Este licenciado em Filosofia é hoje um dos nomes mais interessantes da cultura norte-americana. Na música, tem coloborado em diversas ocasiões com artistas reconhecidos da cena soul e rap.
Sem vos tirar mais tempo, deixo a sua poesia e a sua excentricidade. Apertem os cintos!
(não desesperem com a velocidade do discurso, depois habituam-se)

Poema do silêncio

Deixo-vos mais um poema deste grande homem, José Régio



Sim, foi por mim que gritei.
Declamei,
Atirei frases em volta.
Cego de angústia e de revolta.

Foi em meu nome que fiz,
A carvão, a sangue, a giz,
Sátiras e epigramas nas paredes
Que não vi serem necessárias e vós vedes.

Foi quando compreendi
Que nada me dariam do infinito que pedi,
-Que ergui mais alto o meu grito
E pedi mais infinito!

Eu, o meu eu rico de baixas e grandezas,
Eis a razão das épi trági-cómicas empresas
Que, sem rumo,
Levantei com sarcasmo, sonho, fumo...

O que buscava
Era, como qualquer, ter o que desejava.
Febres de Mais. ânsias de Altura e Abismo,
Tinham raízes banalíssimas de egoísmo.

Que só por me ser vedado
Sair deste meu ser formal e condenado,
Erigi contra os céus o meu imenso Engano
De tentar o ultra-humano, eu que sou tão humano!

Senhor meu Deus em que não creio!
Nu a teus pés, abro o meu seio
Procurei fugir de mim,
Mas sei que sou meu exclusivo fim.

Sofro, assim, pelo que sou,
Sofro por este chão que aos pés se me pegou,
Sofro por não poder fugir.
Sofro por ter prazer em me acusar e me exibir!

Senhor meu Deus em que não creio, porque és minha criação!
(Deus, para mim, sou eu chegado à perfeição...)
Senhor dá-me o poder de estar calado,
Quieto, maniatado, iluminado.

Se os gestos e as palavras que sonhei,
Nunca os usei nem usarei,
Se nada do que levo a efeito vale,
Que eu me não mova! que eu não fale!

Ah! também sei que, trabalhando só por mim,
Era por um de nós. E assim,
Neste meu vão assalto a nem sei que felicidade,
Lutava um homem pela humanidade.

Mas o meu sonho megalómano é maior
Do que a própria imensa dor
De compreender como é egoísta
A minha máxima conquista...

Senhor! que nunca mais meus versos ávidos e impuros
Me rasguem! e meus lábios cerrarão como dois muros,
E o meu Silêncio, como incenso, atingir-te-á,
E sobre mim de novo descerá...

Sim, descerá da tua mão compadecida,
Meu Deus em que não creio! e porá fim à minha vida.
E uma terra sem flor e uma pedra sem nome
Saciarão a minha fome.


de: José Régio

segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

para o chiquinho e para o zézé



e também para todos os que nasceram em 1989... o greatest hit do nosso berço.

Ser livre...

Para descomprimir um pouco deixo-vos com algo que marcou o meu crescimento, algo que na minha mera opinião marca a liberdade de decisão, de escolha, a demanda por algo mais, a busca do desconhecido e a independência. Algo que tem subjacente uma mensagem mais fortes que existem - "Sê livre, sê feliz". Nada mais nada menos que "Cântico Negro" de José Régio.


"Vem por aqui" - dizem-me alguns com olhos doces,
estendendo-me os braços, e seguros
de que seria bom que eu os ouvisse
quando me dizem: "vem por aqui"!
eu olho-os com olhos lassos,
(Há, nos meus olhos, ironias e cansaços)
E cruzo os braços
E nunca vou por ali...


A minha glória é esta:
Criar desumanidade!
Não acompanhar ninguém.
- Que eu vivo com o mesmo sem - vontade
Com que rasguei o ventre da minha mãe.


Não, não vou por aí! So vou por onde
me levam os meus próprios passos...


Se ao que busco saber nenhum de vós responde,
Por que repetis: "vem por aqui"?
Prefiro escorregar nos becos lamacentos
redemoinhar aos ventos,
como farracos, arrastar os pés sangrentos,
a ir por aí...


Se vim ao mundo, foi
só para desflorar florestas virgens,
e desenhar os meus própios pés na areia inexplorada!
O mais que faço não vale nada.


Como, pois, sereis vós
que me dareis impulsos, ferramentas, e coragem
para eu derrubar os meus obstáculos?...
Corre, nas vossas veias, sangue velho dos avós


E vós amais o que é fácil!
Eu amo o longe e a miragem,
amo os abismos, as torrentes, os desertos...


Ide! Tendes estradas,
tendes jardins, tendes canteiros,
tendes pátrias, tendes tectos,
e tendes regras, e tratados, e filósofos, e sábios.
Eu tenho a minha loucura!
Levanto-a, como um facho, a arder na noite escura,
e sinto espuma, e sangue, e cânticos nos lábios...


Deus e o Diabo é que me guiam, mais ninguém.
Todos tiveram pai, todos tiveram mãe;
mas eu, que nunca principio nem acabo,
nasci do amor que há entre Deus e o Diabo.


Ah, que ninguém me dê piedosas intenções!
Ninguém me peça definicões!
Ningém, me diga: "vem por aqui"!
A minha vida é um vendaval que se soltou.
É uma onde que se aleveventou.
È um atomo a mais que se animou...
Não sei por onde vou,
não sei para onde vou,
- Sei que não vou por aí!"


José Régio

domingo, 20 de janeiro de 2008

Direito e Justiça ou outra forma de estudar

Por isso, para muitos o objecto da Filosofia do Direito seria a indagação do direito justo. Para Arthur Kaufmann, a Filosofia do Direito é a teoria da justiça. (...)
Sobretudo, há que resistir a toda a pretensão de identificar direito e justiça. O direito ultrapassa muito o domínio do justo. O direito é antes de mais ordem, ordenação; e a ordenação duma sociedade, adequada ou não, é em grande parte neutra perante o valor justiça.
Se condicionássemos o direito à justiça, poucas ordens jurídicas subsistiam. A ordem internacional é injusta; e injusta é a maioria das ordens nacionais. Estranho resultado o de negar o direito na generalidade das ordens "jurídicas".


in Oliveira de Ascensão

sábado, 19 de janeiro de 2008

Como por aqui se fala essencialmente de música, tomo a liberdade de me meter entre os homens e anunciar que no próximo dia 25 de Janeiro, depois do exame de Introdução ao Direito (pois claro), EMIR KUSTURICA & THE NO SMOKING ORCHESTRA (a orquestra que irá cumprir a 37/2007), vão estar no coliseu do Porto.

Para quem não conhece, a banda do também realizador Emir Kusturika mistura punk, música étnica e rock (quiçá algo mais), o que resulta numa carga enérgica enorme, que em palco transborda e cria um ambiente absolutamente insano. Os bilhetes variam entre 27 e 30€, sendo aconselhável ficar na plateia.

Para quem estiver curioso e não possa ir ao concerto, recomendo a visualização do filme “Gato preto gato branco” de Kusturica que tem banda sonora desta banda e consegue curar possíveis depressões estudantis.

sexta-feira, 18 de janeiro de 2008

Poesia

Def Poetry é um programa apresentado pelo rapper Mos Def, outro nome maior da história do Hip Hop americano. A solo ou em conjunto (nos BlackStar com Talib Kweli), Mos Def é um peso pesado no uso da palavra. A qualidades dos seus albuns comprova isso mesmo. Se quiserem saborear um pouco, vejam o clips no youtube da "Respiration", "K.O.S (Determination)" ou ainda "Redefinition".
Não obstante este repertório, Mos Def é também apresentador do programa Def Poetry (dirigido por Russell Simmons), que passa no canal americano HBO. Em Def Poetry, músicos e amigos de Mos Def são convidados para pequenas sessões multifacetadas de poesia. O resultado é delicioso.
Deixo-vos então a poesia de Common (que dispensa apresentações). Um hino à spoken word.
Noutras sessões poéticas podem encontrar com nomes como o supracitado neste blog KRS-One (com Doug E Fresh no beatbox), Talib Kweli, Dead Prez, Kanye West, Dave Chapelle, Lauryn Hill, Jill Scott, Black Ice, entre tantos outros. É só escolher... enjoy.

Esta chama-se "Letter to the Law" (é para nós, portanto!).

quinta-feira, 17 de janeiro de 2008

literatura

Para todos os que gostam de ler, de ler política, história, humanidade, filosofia, trago-vos um livro que, já sei que vai fazer polémica, mas como foi discutido recentemente, achei próprio.

As edições Livro de Bolso da Europa América têm um livrinho, muito útil para certos lamecenses cá do sítio, que já vende há alguns anos. É "O Príncipe" de Maquiavel, com comentários de Napoleão Bonaparte (!!!). É verdade, eu tenho uma edição velhinha, de 1981 (gosto delas mais maduras, senão depois não gosto de as ler) mas sei que ainda anda por aí. Caso o nosso amigo Henrique não a comprar, que me diga que eu ofereço-lhe um exemplar no Natal. Ou nos anos.
Só para ele se emocionar, os comentários de Napoleão, que vêm na ultima parte do livro, estão assinalados com asteriscos nas frases de Nicolau Maquiavel.

Assim, quando Maquiavel diz: "É pois necessário adquirir estas forças, para que nos possamos defender dos estrangeiros pela valentia italiana" Napoleão comenta: "Fala apenas em defender-se dos estrangeiros. E conquistá-los também, fazendo deles meus subordinados."

Geme Henrique, geme.
PS: Noronha, quando quiseres "afinar" o blog, é só dizer ;)

Molotov


Não é do pudim, nem do cocktail que vou falar, mas sim da banda. Os Molotov são mexicanos (Cidade do México) e são o meu conjunto de rock\hip hop favorito da América latina. São bastante polémicos devido ao uso de uma linguagem agressiva, calão e muitas asneiras. São também polémicos devido às temáticas das suas letras, sempre focam aspectos sociais e atacam ferozmente a corrupção mexicana entre outros males. Eles são também os mais críticos do governo Opressor Mexicano. Alguns dos seus álbuns foram produzidos por Mário Calato Jr ( Beastie Boys ), sendo o meu álbum preferido o primeiro “ Donde Jugarán las niñas ? “, álbum que pelo nome provoca logo controvérsia ( niñas é em português prostitutas segundo calão mexicano ), da qual fazem parte as melhores e mais polémicas musicas da turma. Qualquer apreciador de rock e hip hop não pode deixar de reconhecer mérito a estes rapazes. Nota final para o disco é de 14.



quarta-feira, 16 de janeiro de 2008

Se juntar Prince Paul (De la Soul), Frukwan (Stetasonic), Too Poetic (Brothers Gym) e RZA (Wu Tang Clan) resultou num "suicide" chamado Gravediggaz, reunir o melhor produtor e DJ de Hip Hop do mundo (DJ Premier directamente dos Gang Starr), o feroz Rakim, o enfant terrible Nas, o menino-bonito Kanye West e o Senhor Krs-One, só podia resultar naturalmente num... classic.

DJ PREMIER FEATURING RAKIM, NAS, KANYE WEST & KRS-ONE - CLASSIC

Skinhead Moonstomp

Hoje acordei com uma vontade imensa de ouvir Reggae. Não há nada como um bom Skinhead Moonstomp antes de ir ver a nota de CP ao site da FDUP.






Skinhead Moonstomp é o 1º e sem duvida o melhor disco dos Symarip. O disco fez história e permitiu que o fenómeno skin se alastrasse e ganhasse mais popularidade. È um dos top5 pois nele tem vários temas que foram copiados por mais que uma banda. A história do grupo é igual à de quase todos os grupos do género. Começa em Kingston, Roy Ellis ( também ele frequentou a Alpha School ), menino pobre do ghetto procura melhor sorte e imigra para o Reino Unido, acabando em Brixton onde é caçado pela Trojan Records que lhe da a opurtonidade de gravar um disco com o seu conjunto, os então Symarip ( conhecidos por inúmeros nomes entre eles The Pyramids ou Seven Letters). Roy Ellis após a decadência dos movimentos skins de 60’s acaba o grupo e prossegue uma carreira a solo mais virada para o ska e rocksteady, abandonando por uns tempos o skinhead reggae, mas após o boom de inícios de 80 até a actualidade ele tem vindo a editar vários álbuns, esteve também ao vivo em Madrid há pouco tempo
No disco as melhores musicas: “ Skinhead Moonstomp “, “ Skinhead Girl “ e “ These Boots are made for Walking “, todas sobejamente conhecidas.
Esta é sem duvida uma banda de culto a todos os amantes de early reggae. Nota final: 15

A musica que se segue é do espectáculo em Madrid de Roy Ellis a voz dos Symarip.



terça-feira, 15 de janeiro de 2008

ó Zé, o que tu me foste lembrar

Acaso falas de The Clash, e esqueces da melhor música de todos os tempos dessa banda?
Acaso esqueces-te da mítica "I Fought The Law"?

=)



rock on...

1977


Falar na década de 70 é inevitável falar de 1977 sem duvida o ano que marca a década. Porque? Para começar foi em 1977 que morreu o grande Rei (embora para mim e muitos outros ele continue vivo). E mais importante ainda pois 77 é o ano do Punk. O único movimento musical da história a ver a sua origem datada, o lendário “ espírito de 77 “ e ainda hoje as minhas bandas preferidas de punk são todas de 77. De todas as bandas as que mais me marcaram de sempre são duas. The Clash ( “ The only band that mathers “ ) e os The Jam. Apesar de todo o mérito aos Sex Pistols por terem aberto o mundo ao fenomeno punk, nao me identifico com as letras e muito menos faço de Sid Vicios um ídolo, mais ainda porque ele nao é nada, Johny Rotten quem merece todos os louros da banda. È tambem ainda no seguimento da vaga de 77 que foi editado o single n1 de sempre para mim “ Teenage Kicks “ dos Undertones. No futuro haverá oportunidade de analisar detalhadamente cada uma das bandas referidas, por enquanto fica a sugestão de “ White Riot “ dos clash para abrir o apetite, e o vídeo dos Undertones.






roots of Hip Hop

Esta música e este videoclip sintetiza a minha opinião sobre tudo aquilo que temos vindo a discutir. Boa música, bom flow, bom groove, crítica, sátira, realismo, poesia... em duas palavras: Hip Hop.

E claro, tinha que vir de uma daquelas bandas que terá para sempre o seu nome gravado na história do Hip Hop.

(estejam atentos aos comentários escritos que vão sendo passados ao longo do clip)

The Roots - What they do

segunda-feira, 14 de janeiro de 2008

all eyez on me

O título é óbvio para os apreciadores de hip-hop, dúbio para os que só conhecem as vintages de rap do século XXI.

É um dos êxitos de 2Pac, talvez o melhor, e foi escrito, muito me engano, ainda este estava preso, por ter entrado em conflitos com dois agentes, mais uma vez sem muita certeza. Sempre me marcou a história (quase mito urbano), da tareia que 2>Pac deu a dois "cops" que, fora de serviço, ajustaram contas com um negro, no seu bairro, a poucos passos de sua casa.

Eu respeito muito o hiphop Noronha e Zé, e acreditem que eu também fui fã indiscutível de GangStarr, NWA, tenho o cd do Easy-E aqui caso o queiram, apoiei ao vivo bandas como MindDaGap, DaWeasel, BossAC, Valete, J-Cap, a melhor voz do hip hop nacional para mim, Kacetado, Sir Scratch, etc.

Como um desses rappers disse, julgo que Sam The Kid, mas agora que penso talvez não... enfim, disse que "os brancos não são livres. São é mais livres que os negros, mas não são livres". O hiphop nunca foi,não para mim, uma arte de raça. Talvez tenha sido um dia, mas universalizou-se. E. controvérsia seja feita, Eminem Show será sempre um dos seus grandes referentes.

Durante muito tempo o hiphop foi a minha forma de "musicalizar" poesia. O conceito de poesia de rua sempre me motivou bastante. Cheguei a fazer as minhas letras, de que não me arrependo, e a fazer os raps com os amigos. Enfim, foi parte da minha juventude, já ouço isto desde que vivia no Porto, desde 94, era um "chabálo", e se recentemente larguei, foi da desmotivação, da falta de pica que me deu, e por necessidade de algo mais abstracto.
Ainda guardo o meu Kanye West na lista de músicas, vou tirando os Wu Tang da gaveta, desempoeirando o meu "Pay Da Cost To Be Da Boss" do Snoop "D-O-double-Gizzle"...

Mas nunca fui de me ficar por um só estilo. Por isso fui desviando cada vez mais pó indie, que se complementaram melhor. Actualmente, estou totalmente rocalhado =)

gostava de partilhar com vocês uma das músicas do século para mim:



podem achar muito careta, mas eu adoro Beatles. E Helter Skellter é o pico do rock insano e bizarro da sua fucking doped década de 70

Hip Hop




Concordo inteiramente com o post anterior, mas sinto que o hip hop não é só uma forma de critica. Para mim há mais do que apenas o hip hop de intervenção. Não devemos esquecer que tudo surgiu precisamente em festas de bairro entre amigos, que pegavam no micro. Nos primeiros tempos não era de politica que cantavam, mas sim de festa insultos mútuos ( os famosos Sucker Mc’s ) e um pouco de tudo o que se passava a volta deles ( até há uma famosa musica que é a mera discrição de um tipo a comer macacos). Durante quase toda a década de 80 o hip hop éra underground sem nunca conseguir furar a barreira do guetto pelos mais diversos motivos, sendo os Run Dmc os primeiros a sair do anonimato local e a transportar o hip hop para o mundo. Gostava de falar de nomes que não estão de nenhuma forma ligados a critica ou a intervenção e nem por isso perdem o seu mérito ou o seu valor. Se dou uma festa para amigos de certo que é este hip hop que se adequa. Fat Boys, que cantam sobre comida, não perdem o seu valor por não denunciarem o racismo ou a sua visão da sociedade, cantam sobre o que gostam e fazem-no bem, ou Snop Dogg com o seu Doggystyle o cd numero um de quem quiser fazer a festa. È claro que como todos os estilos de musica o hip hop tem coisas geniais e também coisas indescritíveis, mas é como tudo quem gosta investiga e consegue sempre achar. Quanto a musicas sobre bitches quem já ouviu Jeru de Damaja compreende quando eu afirmo que não há mal desde que quando se refiram a “malicious, spiteful, domineering, intrusive, or unpleasant girls “. Easy E toda a sua vida cantou sobre bitches e acabou morto de Sida. Tal como o Jeru respeito muito as mulheres, mas é como tudo na vida, também não são poucas as musicas que insultam Homens, basta ouvir a “ Shame on the nigga “ dos Wu Tang Clan para perceber que isso também não é muito aceite por alguns. Quanto ao Gangsta Rap nem todo é mau, nem todo faz a apologia do “ Get Ritch or die trying “ como os postiços da MTV ( sim o Hip Hop da MTV é todo postiço. Não vamos esquecer que os verdadeiros gangsta não passam na Mtv. A MTV provocou polémica com os primeiros precisamente por se recusar a passar os seus videoclips, solucionando o problema por criar os seus próprios gangstas que de gangsta não tinham nada, dai serem postiços). Não vamos esquecer as origens do Gangsta, na vida do guetto e o espelho que este reflecte na música, entenderemos assim este subgénero como um grito do que se esta a passar e ninguem quer ver. Podemos ver bastante Gangsta de qualidade a começar pelo seu mais famoso idolo o Tupac. E nem todas as músicas sobre violência são necessariamente negativas, podem ser um apelo. Tambem encontramos no Gangsta uma forte mensagem social, como nas letras do Ice T onde vemos uma critica fortíssima ao uso de drogas, ou nos N.W.A que denunciam actos de racismo e criticam o uso de drogas.




È certo que torna-se difícil de defender musicas que fazem a apologia do “ Gin and Juice “ ou conjuntos em que o seu nome completo é Erik And Paris Making Dollars (EPMD) mas também é certo que nem toda a musica tem necessariamente que ser de intervenção, e se olharmos para o rock podemos estabelecer uma relação directa, pois também há bom rock, há mau rock, há rock de intervenção, há rock para ouvir em festas. Em suma acho que devíamos acabar com o preconceito acerca do Hip Hop, quem viu o Do The Right Thing de Spike Lee perceberá isso. O Hip Hop tem coisas boas e coisas más, apesar desta apologia a todas as formas de hip hop reconheço que o meu predilecto é o de intervenção tendo como principal referencia nomes como Gang Starr ou Public Enemy tendo estes últimos no meu entender o melhor álbum de Hip Hop de Sempre, “ It Takes A Nation Of Millions To Hold Us Back “.



FIGHT THE POWER

"Rap is something we do, Hip Hop is a way of living"

O título provém do rapper, produtor, poeta e activista KRS-One. Este americano nascido em South Bronx (New York) é já uma lenda na história do (verdadeiro) Hip Hop, movimento com raízes nos soundystems jamaicanos e trazido para os states por volta da década de 70 pela comunidade negra, em reacção às desigualdades sociais e à violência policial sobre os ghettos mais problemáticos.
Trago para aqui o Hip Hop pois, numa curta conversa com o Manel, acerca dos clips de música no blog (muitos deles de rappers), fiquei - como fico sempre quando falo com alguém que não está por dentro da matéria - triste pelo conceito distorcido e incaracterístico que hoje a maioria das pessoas tem do Rap e do Hip Hop.
O Hip Hop é a arte da spoken word; juntar uns amigos, pegar num microfone e começar a dar aso à imaginação. Soltarmo-nos. Dizermos o que nos vai na alma, as nossas preocupações, as nossas ambições, o que está mal, o que está errado, o que aprecio, o que rejeito, ....
É evidente que isto pode ser feito de muitas formas: umas magníficas, outras medianas e outras muito fracas. Como aliás em qualquer estilo de música, e mesmo em qualquer expressão artística.
Infelizmente, porque o mercado é o mercado, e como tal tem que produzir milhões de produtos para milhões de pessoas, acontece que nem tudo o que produz pode ser bom e genuíno. Evidente. Mas como o mercado é também, na maioria dos casos, dirigido por indivíduos que colocam o dinheiro à frente da qualidade e da genialidade, tende-se a caminhar para resultados que se afastam dos propósitos iniciais. Esta tendência é especialmente forte no circuito hip hop: editoras a torto e a direito cujo objectivo é o lucro imediato, pelo que a via mais fácil para o conseguir é colocar palhaços ao seu serviços, ostentando acessórios bizarros e milionários, não dizendo nada com interesse, insultando metade do mundo e engatando meia dúzia de míudas de mini-saia. Isto é, por definição (com algumas excepções), o Hip Hop MTV. O Hip Hop das armas, da violência, das bitches e dos carros. Mas isto não é o Hip Hop em que os seus fundadores e lendas se revêm. Pelo contrário, frequentemente criticam e satirizam, puxando dos galões (porque a qualidade aqui está presente) para dar a conhecer a verdadeira face daquilo que representam.
Hip Hop é consciência social e política. É activismo. São causas por que se lutam. É descrever o que passa. E se o que se passa à sua volta é, invariavelmente, racismo e tráfico de drogas, porque não denunciar? É uma forma artística de expressão tão legítima como qualquer outra. Porém, o rap não se resume a isso, e é possível encontrar numerosos rappers detentores de uma lírica fabulosa, de poemas tocantes, de idealismos filosóficos extremamente cativantes...
Hip Hop é isto tudo e muito mais. É um estilo de uma versatilidade enorme, em permanente mutação e experimentação. Nos últimos anos, tenho tido oportunidade de ouvir verdadeiras obras-primas onde Hip Hop, Jazz, Soul e Funk se entrelaçam numa simbiose maravilhosa...

Voltando ao vulto motivador deste texto, KRS-One, deixo-vos um clip onde ele define e explica o que é, de facto, o Hip Hop: cultura e movimento. A letra têm-na aqui.



WORD UP!

28 Semanas Depois

O filme da semana chama-se “ 28 semanas depois “ ( 28 weeks Later ). È a sequela do filme 28 dias depois que gira em torno de um vírus raro que transforma pessoas em Zombies, ou uma forma de raiva muito mais virulenta e perigosa. Lembrei-me do segundo filme pois o tema América está na ordem do dia, e ele contem uma crítica e uma visão do mundo muito pós 11 de Setembro. A Nato liderada pelos E.U.A ocupa Londres para conter a ameaça Zombie, então vemos toda a paranóia Americana com a segurança, com dispositivos elaborados, câmaras por todo o lado (muito estilo 1984 de Orwell), planos de emergência e a visão dos Americanos como os polícias do mundo. Escusado será dizer que o filme acaba com os soldados a disparar indiscriminadamente sobre a população em pânico. È raro encontrar uma sequela que supere o original, mas creio que estamos na presença de uma. A banda sonora acompanhada por diversos planos de Londres Deserta no meu entender é soberba.
O filme é do mesmo realizador do já Clássico “ Trainspotting “, tem como protagonista Robert Carlyle ( o famoso begbie de Trainspotting). Nota final: 14

Já esteve em exibição no Fantasporto

domingo, 13 de janeiro de 2008

alugar um quarto em guantanamo

Um antigo dirigente condenado no processo das FP-25 provocou ontem um incidente no final do discurso do primeiro- -ministro sobre os desafios do desenvolvimento. Assim que terminou a apresentação de Sócrates, Mouta Liz levantou-se, exaltado, e acusou o primeiro--ministro de ter feito um discurso “de propaganda”. Liz berrou que “isso não passa de mentiras” e que “o primeiro-ministro não tem vergonha”.

João Luís Mouta Liz era um dos principais dirigentes da organização terrorista FP-25, criada por Otelo Saraiva de Carvalho. Foi preso durante a ofensiva feita pela Polícia Judiciária às ‘FP’, na denominada operação ‘Orion’, que deteve cerca de 70 pessoas. Foi condenado a 17 anos de prisão por associação terrorista, que não cumpriu na totalidade graças a uma amnistia.


As FP 25 de ABRIL efectuaram acções terroristas por todo o território nacional, após o 25 de Abril, matando 17 pessoas, entre membros das forças de segurança, funcionários publicos, empresários e um bebé de meses.

Antes um país que procura julgar aqueles que afectam a sua soberania através de actos horrendos de terrorismo, do que um país que perdoa caridosamente os seus assassinos, quando estes não se mostram minimamente arrependidos.

Gravediggaz

O disco que comprei esta sexta-feira chama-se “ 6 feet deep “ do conjunto Gravediggaz. Os gravediggaz surgiram em 1994 produzidos por Prince Paul ( De la Soul ), Frukwan ( Stetasonic ), Too Poetic ( Brothers Gym) e RZA ( Wu Tang Clan ). São também considerados os pais do horrorcore, um subgénero do hip hop inteiramente dedicado a rimas de terror e bastante ameaçadoras sobre morte e temáticas sinistras.






As musicas que mais gosto do álbum são a "Nowhere to Run, Nowhere to Hide", "1-800-Suicide", "Diary of a Madman". Além do excelente conteúdo musical é também de realçar a excelente qualidade dos vídeos por eles lançados, aqui deixo apenas um e a sugestão de quem se interessar de investigar no youtube (não se arrependerão). Nota final: 17

sábado, 12 de janeiro de 2008

Prisão de Guantánamo...

Infelizmente ontem dia 11 de Janeiro a prisão de Guantánamo fez mais um infame aniversário...

Não posso deixar de referir, aquilo que na minha opinião é um das maiores hipocrisias dos supostos defensores da liberdade.
Desde janeiro de 2002 depois dos ataques terroristas de 11 de Setembro às torres gêmeas, estão encarcerados nesta base militar prisioneiros (muitos deles afegãos e iraquianos) acusados de ligação aos grupos taleban (Taliban) e Al-Qaeda, numa área excluída ao controle internacional no que concerne às condições de detenção dos mesmos. Segundo a Cruz Vermelha Internacional estes prisioneiros são vítimas de tortura, desrespeitando assim os direitos humanos e a convenção de Genebra.

Os homens que se autoproclamam líderes do "mundo livre" e "guerreiros da paz" respondem às pressões da ONU e Anistia Internacional através de um dos chefes de Estado-Maior, o general Richard Myers que afirma: "a Prisão de Guantánamo é uma "prisão modelo".

Sem questionar, ou defender aqueles que supostamente são culpados por actos extremamente graves, na verdade todos eles merecem uma defesa digna...
Só achei que uma data como esta, e uma hipocrisia tão indigna não deveria passar despercebida...

sexta-feira, 11 de janeiro de 2008

grande concurso para o nome do novo aeroporto de alcochete

tirado daqui.

os nomeados são:

Aeroporto Luiz de Camões com til
Aeroporto Luiz de Camoes sem til
Aeroporto Luiz de Camoens
Aeroporto Mário Soares
Aeroporto CIP
Aeroporto LNEC
Aeroporto Vital Moreira
Aeroporto Passarinho Frito
Aeroporto da Ota em Alcochete
Aeroporto Lino Jámé
Aeroporto Professora Maria de Lurdes Rodrigues
Aeroporto Soraia Chaves
Aeroporto Cláudia Vieira
Aeroporto do Estágio do Sporting
Aeroporto Odete Santos
Aeroporto Tratado de Lisboa
Aeroporto José Pinto de Sousa
Aeroporto Zócrates

Hip Hop vcs Sopranos

Hip Hop e a série da HBO “ Sopranos “ que poderá haver em comum? Vejam se descobrem ….

Capadonna – Slang Editorial



Nas – Street Dreams

quarta-feira, 9 de janeiro de 2008

John McCain começa a assustar-me verdadeiramente...

No rescaldo da vitória no New Hampshire soltou pérolas como estas:

"A luta contra os inimigos deve unir toda a América!"
"Nós fazemos a História do mundo!"

Someone bless America, please...

com mil raios e coriscos

Alguém é simpático suficiente a ponto de me proporcionar uns apontamentos bacanos de Economia Política?

Por favor, sejam simpáticos...

domingo, 6 de janeiro de 2008

Eixo Norte Galiza

Galiza e o Norte, que têm em comum? À primeira vista realmente nao devem ter, mas parando para pensar um pouco descobrimos que em quase tudo são idênticos, uma pessoa que atravesse o rio Minho sem saber que é a fronteira nao nota diferença alguma. Culturalmente partilhamos a mesma matriz o galaico-português, então porque nao sabem mais sobre quem está do lado de lá da fronteira? Porque ainda reside muito o sentimento do espanhol malvado, aquele do ditado " de Espanha nem bom vento, nem bom casamento " que só nos quer conquistar. Hoje cada vez mais esse sentimento vem sido vencido. Falo agora de seguida de uma organização existente já há algum tempo no Porto que visa o intercambio cultural entre o Norte e a Galiza, realizando diferentes eventos, sendo os que mais me agradaram os que dizem respeito a musica, sendo o seu principal objectivo dar a conhecer bandas galegas em Portugal e bandas Nortenhas na Galiza. Musicalmente nao fiquem à espera de fados, mas sim de rock dos mais variados estilos desde o Garage até ao experimental.
Ainda sobre a Galiza e independente da associação são de referir as duas bandas melhor sucedidas, os Viguenses Siniestro Total e os Orensanos Los Suaves. Sobre estas duas bandas sairá mais informação para este blog quando se proporcionar.

Todas as sextas feiras às 15h na RCP é emitido um programa da audiência zero onde podem ficar melhor informados e também ouvir as bandas que trabalham com a associação.

Mais informações: www.audienciazero.org
www.myspace.com/audienciazero


Algumas bandas:

6PM – Indie – A Curuña




Samesugas – Punk, Garage – Santiago de Compostela



Triangulo de Amor Bizarro – Indie – A Coruña



“ Melhor sítio para descansar é a universidade “


Kogito – Ska – Vigo

sábado, 5 de janeiro de 2008

misticismo galaico-português

Pode parecer algo muito careta, mas eu sempre fui daqueles típicos portuenses (o Porto é a minha Nação gloriosa) com o coração na minha "terrinha" (Tendais, terra dos meus ancestrais e minha segunda personalidade gloriosa) e como tal, depois de cada viagem sempre me soube bem voltar para os meus montes inóspitos, tão odiáveis à gente comum da cidade, mas que formaram tantos e bons portugueses e, melhor de tudo, grandes aventureiros.

Da minha "terrinha" singela e pobrezinha já saíram nomes terríveis como Geraldo Geraldes, O Sem Pavor, conquistador de Beja e actualmente figura histórica perseguída pelo puritanismo de esquerda, que não quer saber muito de contextualização cronológica, e o explorador Serpa Pinto, outro grande portuense que tinha o coração cá na terrinha.

No entanto, quando visitei a Galiza apela primeira vez, senti algo inédito. Senti-me em casa. A própria língua é marcadamente similar à nossa. A música é igual à que nós "bárbaros campónios" da região de Entre-Douro e Minho tocamos, bem como os da Beira E os fadinhos são de chorar por mais.
Mais que isso, é o espírito das gentes de Tui, Vigo, Corunha e Compostela. Recomendo vivamente a visita destas belas cidades, tão portuguesas como Lamego ou Chaves.
Um abraço aos meus amigos da Galicia

e agora, deixo umas boas demonstrações de música galega, uam espécie de revivalismo céltico misturado com cantares populares da "terriña"

Luar Na Lubre: Nau (canção dedicada ao mar e forma antiga dos galegos de abanar o capacete como se não houvesse amanha)



Luar Na Lubre: Lonxe Da Terriña (este aqui para os nostálgicos)



para o pessoal que estava a postar cenas de hip-hop, espero não estar a estragar-vos o esquema =D mas como se falava de música entre estudantes, e ninguém falava de fado, eu resolvi mandar para aqui.

Salut

sexta-feira, 4 de janeiro de 2008

Phil Lynott (D.E.P.)

Hoje é um dia negro para os amantes da música. Faz 24 anos que morreu Phil Lynott vocalista e baixo dos Irlandeses Thin Lizzy. Foi num frio 4/1/84 que o carismático líder do conjunto de Dublin foi descoberto morto ( overdose de Heroina ). Os Thin Lizzy são uma das mais marcantes bandas do género Hard Rock, aparecendo em 1971 quando este éra já um género musical em maxima força ( Hendrix, Led Zeplin, Grateful Dead, entre outros tiveram o seu apogeu em finais de 60's e durante toda a década de 70). Muitos são os temas que fizeram famosos os de Dublin mas foi a sua postura em palco (onde deixavam toda a sua força e suor, para levar ao delírio a plateia) que fizeram deles uma banda de culto, sendo considerados por muitos críticos como a melhor banda em palco de sempre. Pela nossa geração eles devem talvez ser conhecidos de uma forma indirecta pois os Metallica tem uma versão do seu 1º single " Wisky in the Jar ".
Pessoalmente o álbum que define a banda será o " Live & Dangerous " com todos os melhores temas, e especial atenção aos temas " Jailbreak " ," SouthBound" e “ boys are back in Town “ o melhor deles todos, um verdadeiro hino ao Rock.

Phil Lynott nao será esquecido...

The Boys are back in town:



Mais informaçao:

http://en.wikipedia.org/wiki/Phil_Lynott
http://wm03.allmusic.com/cg/amg.dll

quinta-feira, 3 de janeiro de 2008

E já que estamos na onda do rap dos 80's e 90's é imperdível conhecer e ouvir os A Tribe Called Quest, para mim (e para muita gente), um dos melhores conjuntos da sempre da história do (bom) Hip Hop.

Aqui fica um pequeno aperitivo: A Tribe Called Quest - Electric Relaxation

quarta-feira, 2 de janeiro de 2008

Radio Raheem

Radio Raheem sem os public enemy que seria ?

FIGHT THE POWER



Contra o Racismo !!!

Straight Outta Compton

Antes de mais bom ano a todos. O primeiro disco de que vou falar em 2008, é um disco que foi editado precisamente há 20 anos em 1988 (o famoso hip hop 88 ano em que conseguiu sair do guetto e atingir todos os estados unidos ). O disco chama-se Straight Outta Compton, dos nao menos famosos N.W.A., considerados os pais do Gangsta Rap ( a par dos Geto Boys e Ice T ). Um dos 10 melhores álbuns de Hip Hop e seguramente o melhor álbum deste conjunto. As 3 primeiras faixas revelam logo todo o carácter do álbum, aliando letras bastante marcadas por criticas ao racismo, a vida em Compton, e à dura realidade dos gangs (de referir que estava ao rubro LA em finais de 80 e inícios de 90 com a famosa guerra entre Cribs e Bloods ). O álbum conta também com uma cover da música Express Yourself. Todo o álbum foi uma revolução desde a forma de rimas usadas, ao conteúdo das letras (fabulosamente escritas por Ice Cube ) até mesmo ao ritmo totalmente novo e " funky ". Do conjunto fazem parte Dr Dre, Ice Cube, MC Ren, MC Dock, e Easy E ( a solo nao foi tão genial como Ice Cube ou bem sucedido como Dre, lançando mesmo um álbum de morte ao ultimo referido. Morreu em 1995 de Sida ( ouvir a musica " No Vaseline " do Ice Cube para perceber um pouco mais sobre ele )). Citando Chris Rock que classifica este álbum como o melhor álbum de hip hop de sempre ( refutado por mim ) " quando trouxe este álbum para N.Y o pessoal do meu bairro deixou de ir a esquina buscar Crack e passou a vir a minha casa ouvir N.W.A"

Informações: http://en.wikipedia.org/wiki/Straight_Outta_Compton
http://wm10.allmusic.com/cg/amg.dll
http://www.youtube.com/watch?v=vrMXvtVc-Tk
http://www.youtube.com/watch?v=Df2vkOd2j7Y


Ver e não esquecer!

terça-feira, 1 de janeiro de 2008

law against a nasty habit

A todos os fumadores, não só da nossa faculdade, mas de todo o país, venho renunciar que a proibição de fumar em espaços fechados públicos é agora vigente.
E é, de longe, a mais vergonhosa medida de todas. Eu estou de acordo com todos os que desprezam esta infame regra, capaz de tolher os passos à nossa ainda fresca liberdade.
Se a portuguesa, mulher dos novo século, desejar retirar um cigarro enquanto os outros terminam a sua refeição, o Estado devia era estar preocupado com outras coisas. Por exemplo, com a propagação do cancro do pulmão nos jovens portugueses, bem como com o facto de a cada ano nascerem mais e mais crianças com asma. Agora, culpar o fumador incauto por isto, é inadmissível.
Se o português, iluminado da nova democracia e novo e rejuvenescido ser liberal, quer fumar à beira de crianças, então que o faça, agora não se vá culpa o português, sem dúvida uma personagem modelo de civismo, , por ser um poluidor malcriado.
E se o povo, o nosso sapiente e cancerígeno povo, quer dar um significado de permanência ao seu tumor, o Estado deve aceitar.
Eu, pessoalmente, considero vergonhoso o facto de o Estado acabar de legislar um assunto que devia ser do conhecimento geral. Em pleno século vinte e um, era da nova democracia e da liberdade, o país desconhece os malefícios para a saúde pública do cigarro, e considera de bom gosto encharcar os seus cidadãos com o seu fumo de refeição corriqueira. De facto, frágil é a fronteira entre nós e o terceiro mundo. Meus senhores, menos iluminação, menos individualismo, menos progressismo idiota. Vamos começar a pensar no meio social como um todo, e todos devemos fazer dele um espaço comunitário. Senão...
Senão não dá.



só para vos aguçar a vontade.