segunda-feira, 30 de junho de 2008

Para todos os apaixonados e apaixonadas

Segundo som da diva a tocar no Almanaque:

Lauryn Hill featuring Bob Marley - Turn Your lights down low

quarta-feira, 25 de junho de 2008

Shine on you crazy diamond

Corria o ano de 1975 e os Pink Floyd editavam Wish You Where Here o cd onde figura a música homónima que é talvez a mais conhecida da banda britânica. Mas eu destaco Shine on You crazy Diamond, que se estende para lá do tempo deste vídeo e aconselho quem nunca ouviu completa, a ouvir. Valem a pena os quase 18min de música, da sensualíssima música, com a guitarra arrepiante no início, dando o mote para pensar. Para ouvir no escuro do quarto ou no claro do quarto, com companhia ou não.

Seja como for, existe uma forte possibilidade de todos nós termos sido concebidos ao som desta música…

segunda-feira, 23 de junho de 2008

much respect, Lauryn

Lauryn Hill é umas das mulheres mais influentes da música norte-americana dos últimos 20 anos. Serão sempre poucas as palavras para definir esta mulher de armas.
Hoje vou limitar-me à sua carreira musical. Lauryn Hill não é uma artista disto ou daquilo. Porque Lauryn não é uma artista. Lauryn Hill faz música. E quem faz música, não tem rótulos. É simplesmente bom.
Como já devem ter percebido, Lauryn Hill é para mim um ícone.

Fica aqui Everything is Everything (do album The Miseducation of Lauryn Hill, 1998), um dos melhores sons de Hip Hop de sempre.

domingo, 22 de junho de 2008

Principessa


Esta é Apollonia Vitelli, posteriormente Apollonia Corleone, quando casada com Michael Corleone, o filho mais novo do boss Don Vito Corleone.
O seu verdadeiro nome é Simonetta Stefanelli. À data das filmagens, tinha apenas 17 anos e não sabia uma palavra que fosse de inglês. Todavia, o seu jeito entre o graciosidade e a pequenez própria de alguém de uma pequena comunidade rural (neste caso, na Sicília da primeira metade do séc. XX), aliada a uma beleza singular, fizeram de Simonetta a musa de The Godfather I.
Confesso que ainda espero o dia em que num encontro fortuito com uma senhora, os nossos olhares se fixem de forma tão extraordinariamente vibrante como aquando do momento em que Michael Corleone e Apollonia Vitelli se cruzam. A fotografia aqui presente capta precisamente o olhar de Apollonia nesse momento.
Tristeza das tristezas, Apollonia é involuntariamente assassinada num carro-bomba. A bomba na verdade não era para ela, mas sim para Michael Corleone. Conclusão: não mais vemos a deslumbrante Apollonia. Hmpf...
Agora juntem esta fotografia com o Love theme do filme, do Nino Rota, e as saudades de Apollonia são mais que muitas.

A propósito de cinema, aproveito para dizer que esta quarta feira à noite, para descontrair do exame de Economia, iremos passar o Godfather II, muito provavelmente em casa do Henrique e do Tiago. Estão todos convidados!

quarta-feira, 18 de junho de 2008

Betagarri - Verde

Esta é para ti Francisco que gostas do Pais Basco, espero que também gostes desta. Oficialmente presenteado.





Oye niña escucha lo que digo,oye niña mira estoy perdido.Desde que te has ido no me hallo,desde que te has ido y me has dejado.Y cuando canto al amory dejo a un lado el dolorvuelvo a ver otra vez tu color.Cuantos colores hemos vivido,cuantos dibujos hemos creado,y con los pinceles de mis labiostodo tu cuerpo entero he pintado.Sé que nadie entiende lo que digo,sé que nadie es verde ni amarillo,sé que lo difícil es sencillo,dime tú qué puedo hacer contigo.Y el tiempo al pasarno me deja olvidarque eres tú la que me hace llorar.Sé que media vuelta no es un giro,sé que no se pierden los perdidos,sé que no hay viaje sin recorrido,dime niña qué hago yo contigo.Aunque lo intento no consigoimaginarte en amarillotu eres verde.Eres mi verde preferidover desde fuera lo ocurridoque fácil es morir dormido

terça-feira, 17 de junho de 2008

Joseba Sarrionandia e Iñaki Pikabea não foram esquecidos

La letra fue escrita en 1985 a raíz de la fuga de la prisión de Martutene (Guipúzcoa), el 7 de julio de ese año, de dos presos condenados por su pertenencia a ETA, escondidos en sendos altavoces tras un concierto del cantante Imanol Larzabal. Se trataba de Iñaki Pikabea, Piti, y de Joseba Sarrionandia, Sarri, este último escritor de renombre en el campo de la literatura vasca cuyo apodo da título a la canción.


Damas e Cavalheiros

Kortatu – Sarri Sarri




Fonte: wikipedia

Sociedad Alkoholika




Aqui vai uma pequena prenda aos amigos da ETA em Portugal. E a informação de que estes rapazes vão tocar em Ourense com os também míticos Barricada, Los Suaves entre outros para breve. A ver vamos se também este concerto acaba em distúrbios como tantos outros no passado.

Small Faces - All Or Nothing

Aqui vai um belo tema para ajudar a digerir os exames


segunda-feira, 16 de junho de 2008

A bala - Parte I

Deixo-vos algo que li a algum tempo. Gostei. Pelo simples facto que é diferente


"Bala nº1"

A primeira bala (serão seis, equitativamente distribuídas) - três para ela, três para mim -, embora não igualmente distribuídas) penetra no corpo de Lily cerca de cinco centímetros abaixo do seu seio esquerdo. Lentamente, ou, se não lentamente, gradualmente, ou, se não gradualmente, pelo menos a pouco e pouco, sem qualquer hiato de prosseguimento em tempo real, sem saltar por completo milímetro algum, a bala inicia a sua travessia inevitável para o tórax da Lily. Um pequeno sinal castanho com a forma de um oito de derrubado, que ela tem a cerca de cinco centímetros abaixo do seio esquerdo, conspícuo na sua pele branca-azulada isenta de qualquer outra mácula, não constará em parta alguma da autópsia - o que significa que deve ter-se evaporado instantaneamente: puf! Antes mesmo de ter cometido este pequeno homicídio inicial, a primeira bala já atravessou três metros de espaço com ar condicionado, abriu caminho pela viscose cinzenta do vaporoso vestido da Ghost da Lily e rasgou a lustrosa seda preta da sua combinação. Agora, porém, a sua pele quase perfeita começa a esticar-se lentamente, a resistir ao movimento progressivo do ápice metálico do projéctil, a encovar-se acima da delicada caixa torácica, a ficar momentaneamente retesa do ombro ao quadril... mas, após esta falsa e desesperada resistência, acaba por romper-se sem dificuldades. No interior do cano da arma criminosa, raias helicoidais imprimiram à bala uma rotação no sentido inverso ao dos ponteiros do relógio. Este movimento rotativo maximiza a estabilidade da trajectória e, consequentemente, aumenta a precisão final. Mas é a energia cinética da pele distendida, e não a rotação, que propulsiona a bala através da primeira camada de carne.
Os ferimentos de entrada são manifestamente sensuais. E embora eu não venha a ver os ferimentos de Lily enquanto ainda frescos, examinarei fotografias de outras penetrações: o círculo de abrasão que envolve um ferimento de entrada, causada pela fricção da bala na pele e que a deixa esfolada, parece batom rosa-vivo sob lipgloss brilhante.
(...)
Depois da pele e de uma fina camada de gordura (perdoa-me Lily), de alguns vasos, nervos e membros torácitos, a bala entra no entrecruzado vermelho dos músculos da caixa torácita (...)
A seguir, fractura a quinta e sexta costelas de Lily. A força surda deste impacte projecta diversas pequenas esquírolas de osso que vão causar mais estragos periféricos.
(...)
Um fragmento de costela particularmente aguçado sobe, numa suave parábola de destruição, rumo ao vértice do coração de Lily. (...)

Por fim, atravessou gordura, derme, epiderme pela morta, cabelos.
Em virtude de, no momento do disparo, Lily estar recostada numa cadeira de costas metálicas, o ferimento de saída da primeira bala não é de modo algum tão simples como poderia ter sido noutras circunstâncias.
(...)
Quando a bala irrompe, de lado, das costas dela, a pele está a esticar-se para fora e a exercer pressão, com força, contra a superfície oclusora da cadeira.
Essa pressão, que também é exercida através do tecido da combinação e do vestido da Lily, faz com que, em vez de uma forma limpa e simples, o ferimento de saída seja uma coisa manchada, carnuda e meticulosamente reticulada que lembra um clitóris."


In Crime em dois actos (Corpsing), Toby Litt

sexta-feira, 13 de junho de 2008

Procura-se trabalhador qualificado

Procuram-se interessados em manter a Agenda Cinematográfica do Porto, por tempo indefinido.
Aviso: Trata-se de um full-time job, remunerado em termos kármicos

Hip Hop Pessoa


Aniversário de Fernando Pessoa festejado com poemas e hip-hop nacional. Editora Loop pretende cruzar a poesia de Pessoa com a música.
No dia em que se assinalam os 120 anos sobre o nascimento de Fernando Pessoa, a Casa Fernando Pessoa, a Câmara de Lisboa e a editora discográfica Loop organizam um espectáculo de hip-hop no Terreiro do Paço, na capital.
Intitulado "Hip Hop Pessoa", o espectáculo conta com 14 músicos de hip-hop, que aceitaram o desafio de recriar a poesia de Pessoa e de a transformar para o concerto (em Setembro nascerá um disco com o mesmo conceito com estes e outros artistas). Os escritos do poeta serão evocados por alguns dos mais conhecidos nomes do movimento como Melo D, Maze e Fuse, Rocky Marsiano, Sagas, DJ Ride e Sam the Kid.
A base são os poemas de Fernando Pessoa, a voz, a abordagem e o ritmo são dos rappers. Cada um pegou nos poemas de maneira diferente tornando-os um pouco seus. "Há quem tenha pegado em excertos de poemas, como, por exemplo, o pai de Sam the Kid", explica Rui Miguel Abreu. Já Fuse, dos Dealema, "reinterpretou parte da 'Mensagem' e usou o poema quase como um estímulo para a sua própria imaginação".
Sam the Kid, nome artístico de Samuel Mira, um dos responsáveis pelo crescimento do hip-hop nacional, recorda ao JPN como conheceu o poeta. "Há dois anos tinham-me oferecido um livro dele, fiquei a conhecer minimamente", afirma.
O poema escolhido pelo rapper e pelo pai foi "Tabacaria", do heterónimo Álvaro de Campos. "Identifiquei-me bastante com o poema e tem lá um verso que me fez ver que tinha de ser aquele 'Sonhar mais que Napoleão' porque o meu pai chama-se Napoleão", conta.
"Pontos de contacto naturais"
Para Sam the Kid existe uma relação entre Fernando Pessoa e hip-hop: a poesia. "Os dois são poesia e estão relacionados, apesar da métrica e da linguagem serem diferentes", defende.
Para Rui Miguel Abreu, editor e programador do evento, a realização do concerto e o futuro lançamento do CD têm vários significados, mas "o mais importante é que se começa a perceber que a cultura não é assim uma coisa tão séria que não admita este tipo de encontros".
"Para nós significa a possibilidade de cruzar a poesia de um enorme poeta moderno português com a música de uma série de pessoas que estão eles próprios, à sua maneira, a revolucionar a música", acrescenta. "Pessoa foi um poeta profundamente moderno, não apenas na maneira como encarou a língua, mas como pensou todas as questões de ser português, de estar no mundo estando em Portugal. O hip-hop faz a mesma coisa, é outra maneira de olhar para a realidade. São pontos de contacto naturais".
Estimular o interesse dos mais jovens pela obra de Pessoa é uma das ideias deste projecto. "Se dois miúdos lerem Fernando Pessoa por causa do disco já me sinto feliz", diz o dono da Loop. "Esperamos que sirva como estímulo, para despertar, quanto mais não seja, a curiosidade de quem é a pessoa que estes MC [rappers] estão a cantar. Um dos pontos que mais nos honraria era que isso acontecesse".

Fernando Pessoa, Poesia, Música, Hip Hop... a Palavra!


vejam também a reportagem de hoje no suplemento ípsilon do Público, pág.16/17.

quinta-feira, 12 de junho de 2008

Introdução ao DTO - Andre Gide

Engisch utiliza esta passagem poética de Andre Gide para falar da interpretação (isto tb serve para lembrar que nem só os livros teoréticos-doutrinais tem as respostas mais claras).

Abraço!

segunda-feira, 9 de junho de 2008

Aviso: estudar deturpa a imaginação.

Eis a prova. Ontem dediquei-me mais uma vez, como faço todos os dias a escrevinhar o que simplesmente fluí. Depois disto fiquei seriamente preocupado. De facto tanta hora de estudo destrói-nos. Concluam por vocês próprios.

"Manuel Faria Gomes. Conhecido como “” entre os amigos. Não por ser parecido com o “Che”, ou toda a gente o tratar por “ei” numa língua perdida. Era porque assim sempre fora. E como o que é consuetudinário assim deve ficar, deixem estar a coisa e por favor chamem-lhe Mé. No entanto se forem bichos ou bichas curiosos. Ou melhor cuscos como diria a minha prima Gabriella. Com dois l’s, se fizerem esse favor. Com um l ela sente-se menos mulher há que compreender um pouco este problema de ego visto que é perneta, coitada! Não deixa no entanto de ser uma mulher belíssima. Para que fique em registo não alimento qualquer tipo de fetiche por mulheres sem pernas ( ou outra parte do corpo) – sempre fui muitíssimo convencional, e não existe nada de mal com as morenas latinas. Mas vamos voltar ao meu amigo, o – ainda não se esqueceram? Ora, se perguntassem aos nobres anciões da minha aldeia. Aqueles que nas horas mortas se recostam e franzem o sobrolho. Carregam anos de sabedoria nas rugas, carregam vidas e inocências sujas mas eruditas. Se lhes perguntarem quem é o Mé, e como conquistou esta alcunha. Bem, depois de um pausado hummm, eles dir-te-iam que o é o Mé; e que conquistou a alcunha porque em tempos tivera uma namorada que parecia uma ovelha. Mais uma coisa. Se gostassem de ti. Se na tua aura lessem que eras alguém do bem. Esses anciões dir-te-iam que durante a primeira vez deles; apontariam para uma pequena encosta recheada de mato; ali, sussurraria um deles. Quando a jovem mulher-ovelha atingiu o climáx em vez de gemer, gritar, esgatafunhar, arranhar, morder, apalpar; baliu.
Fantástico o que estes prodígios inventam."


Digam-me se é normal alguém escrever algo como isto? Devo ir ao médico?

Abraços. Espero uma resposta em breve.

coisas a corrigir nas sebentas

Depois da sugestão do Francisco, com a qual concordei de imediato, pois não fazia muito sentido publicar aquele artigo no Há Discussão em vez de o publicar aqui, faço a republicação do post:



No seguimento do estudo para Direito Constitucional, deparei-me numa das minhas revisões com um erro importante e matreiro, que pode ser prejudicial para alguns estudantes mais desprevenidos.
A todos aqueles que adquiriram a Sebenta de Direito Constitucional da Professora Luísa Neto, que está neste momento a ser o meu guia de estudo, a par dos Tomos do Professor Jorge Miranda, é aconselhado discernir uma pequena falha na página 44, quando se fala dos Sistemas Austríaco e Alemão. De facto, a União da Áustria e da Alemanha não era o Estado da Prússia. A única União entre Áustria e Alemanha deu-se no III Reich, de Adolph Hitler, já no século XX.
A Prússia é uma província do Leste Europeu, da qual vinham os Grandes Eleitores do Brandeburgo. Assim, os reis da Prússia, além dos seus domínios sediados em Königsberg, perto da actual Polónia, eram também Senhores do Brandeburgo, com capital em Berlim. O explendor da disnastia dos reis da Prússia levou a que as suas fronteiras dentro da Germânia aumentassem gradualmente, tornando-os os senhores mais poderosos do Sacro-Império Germânico, além do Império Austríaco dos Habsburgos. Após 1815, os reis do Brandeburgo e Prússia tornaram-se Imperadores da Alemanha, e os Habsburgos desistiram desse título.
Não houve, também e portanto, articulação dos dois estados sob o domínio imperial. O que se passou foi a aglutinação dos pequenos estados alemães pelos reis da Prússia.

Todas estas informações são visíveis no mapa acima representado, e neste aqui em baixo

Assim, podemos dizer que as Constituições Austríacas não estão abarcadas pelo estudo desta disciplina, visto que só se fala nas constituições de Weimar, e dá-se um pequeno espaço a uma das minhas constituições políticas preferidas, a Constituição Austríaca de 1920, elaborada pelo Mestre Hans Kelsen, a qual eu aconselho a leitura atenta, numa altura mais propícia.

domingo, 8 de junho de 2008

O Erudito ou Quando o Baptista Machado esteve 4 anos sozinho fechado no quarto a escrever a "Introdução ao Direito a ao Discurso Legitimador"

Metodologicamente isto significa que, para alcançar o verdadeiro concreto, para "ascender do abstracto ao concreto", é preciso primeiro "descer" (ou subir?) do pseudo-concreto ao abstracto.

Que pérola.

os suspeitos do costume

Quando a malta se junta toda fazem-se coisas como estas. O clip é muuuito antigo, estava cheio de pó no fundo de um bau chamado youtube.
Oldschool + oldschool... não há!

sexta-feira, 6 de junho de 2008

sobre a fantástica convenção de esquerda

Só pode haver uma explicação para esta gestão política do processo Alegre: Sócrates acha Manuel Alegre e demais “socialistas PRECistas”, irrelevantes em termos eleitorais e pensa que está melhor sem eles do que com eles. Não pode haver outra maneira de ver a questão.

O PS sempre conduziu razoavelmente bem estas bravatas populistas de Manuel Alegre. No fundo, eram até estratégicas: deixava-se Alegre fazer de bobo da corte, dizer todos os disparates que lhe vinham à cabeça e no momento certo todos sabiam que ele ia voltar a casa. O apogeu de tudo isto deu-se nas ultimas presidenciais, quando Sócrates deu rédea solta a Alegre para que ele desse cabo do mais notório Chavista deste lado do Atlântico e, como era do interesse do PM, fosse eleito Cavaco Silva.

Quando começou este namoro entre o BE e Alegre, apostei que Sócrates ia ignorar este folclore. Mais, pensei até que o ia promover. O raciocínio era simples: Alegre ia “namorar” o BE, convencê-los que estava muito desagradado com o PS e na altura certa regressar à casa donde nunca saiu e, por sua vontade, nunca sairá. Assim se mostrava que ainda havia gente no PS que se mostrava “preocupada” com as “grandes questões” sociais e que o “combate” devia continuar a ser feito dentro de portas. Ou seja, os votos continuavam no PS.

Pelos vistos, o PM (através do inefável Vitalino) já não acredita que Alegre, Benavente e outros tenham qualquer representatividade no PS e está convencido que os votos que esta gente tinha já foram para o BE e PC. E se já foram, manter Alegre no barco servirá para quê? Para arranjar confusões na AR? Para o ter de aturar com as suas conversetas de anti-fascismo, Tarrafal e Argel?

Mas a verdadeira questão é: será que acalmar Alegre ia fazer regressar os votos? Aparentemente, Sócrates acha que não. O PM pensa que nada fará regressar esses votos enquanto a situação económica for esta e não poder fazer a típica distribuição de pão e circo antes das eleições.

Assim sendo, empurra Alegre e outros pela borda fora e confia no que parece óbvio, Alegre fora do PS deixa de contar, ou seja, Alegre precisa mais do PS do que o PS de Alegre. No BE ou em outro qualquer lugar Alegre será uma espécie de novo Major Tomé: irrelevante.

in Atlântico

quinta-feira, 5 de junho de 2008

A cavalgada dos Rohirrim


"Silenciosamente, o exército de Rohan penetrou no campo de Gondor, numa enxurrada lenta mas firme, como a maré enchente a passar pelas brechas de um dique que os homens tinham julgado seguro. Mas a mente e a vontade do Capitão Negro estavam totalmente concentradas na cidade que caía, e nada o advertira, por enquanto, da existência de qualquer obstáculo aos seus desígnios.
Passado um bocado, o Rei conduziu os seus homens um pouco para leste, a fim de ficarem entre os incêndios do cerco e os campos exteriores. Continuaram sem receber qualquer desafio e Théoden continuou a não dar qualquer sinal. Por fim parou de novo. A cidade já estava mais perto. Andavam no ar um cheiro a queimado e a própria sombra da morte. Os cavalos estavam inquietos. Mas o Rei, montado em Crina de Neve, estava imóvel, a observar a agonia de Minas Tirith como que invadido por súbita angústia. Ou medo. Deu a impressão de mirrar, vencido pela idade. (...)

Mas, de súbito, (...); uma mudança. O vento batia-lhe na cara! Brilhava uma luz fraca. Muito, muito longe, no sul, distinguiam-se vagamente as nuvens, remotas formas cinzentas que se acastelavam e vogavam no céu: a manha brilhava para lá delas.
Mas, no mesmo instante, explodiu um clarão, como se tivesse irrompido um relâmpago da terra, atrás da cidade. Durante um longo segundo brilhou ofuscantemente, muito ao longe, a preto e branco, como um pináculo a lembrar uma agulha cintilante. Depois, quando a escuridão se cerrou de novo, pareceu rolar pelos campos um grande trovão.
Ao ouvir tal som, o vulto curvado do Rei tornou-se subitamente erecto. Pareceu outra vez alto e imponente, e, erguendo-se nos estribos, gritou com voz forte, com uma voz tão clara como nenhum dos presentes se lembrava de ter jamais ouvido a um homem mortal:

Erguei-vos, Cavaleiros de Théoden, erguei-vos!
Feitos cruéis vos esperam: fogo e carnificina!

A lança tremerá, o escudo fender-se-à

Um dia de espada, um dia vermelho antes de nascer o sol!

Galopai agora, galopai! Galopai para Gondor!

Ditas tais palavras, tirou uma grande trompa da mão de Guthláf, o seu porta-bandeira, e soprou-a com tanta força que ela se abriu de alto a baixo. Acto contínuo, todas as trompas da hoste foram levadas aos lábios: o toque das trompas de Rohan, naquela hora, foi como uma tempestade na planície e uma trovoada nas montanhas.

Galopai agora, galopai! Galopai para Gondor!

De súbito, o Rei gritou a Crina de Neve, e o cavalo partiu em disparada. (...). Mas o Rei era o mais veloz. (...); a frente da primeira éored fazia um barulho que lembrava uma vaga a rebentar, espumosa, na prata. Mas não era possível ultrapassar Théoden. Parecia enfeitiçado, ou então a fúria de combate dos seus antepassados corria-lhe como fogo nas veias, e transportava-o como a um deus antigo, como o próprio Orome, O Grande, na batalha de Valar, quando o mundo era criança. O seu escudo dourado estava descoberto, brilhava como uma imagem do sol e a erva parecia fogo à volta das patas brancas do seu corcel. A manhã chegava, a manhã e um vento do mar; as trevas dissipavam-se e as hostes de Mordor gemiar, o terror apoderava-se delas, fugiam e morriam, e os cascos da ira espezinhavam-nas. Então todo o exército de Rohan rompeu a cantar: os cavaleiros cantavam enquanto matavam, pois a alegria do combate dominava-os - e o som dos seus cantos, que eram belos e terríveis, ouviram-se na própria cidade."


Tolkien, J.R.R.; Senhor dos Anéis, O regresso do Rei


quarta-feira, 4 de junho de 2008

Everyday Normal Guy

Primeiramente agradecer ao Francisco pelo convite para participar aqui , e dar os meus parabens a todos os que participam aqui por tornarem este almanaque em algo com tanta qualidade .

Como primeiro post , e para desanuviar um ambiente de pressão , uma música do comediante Jon Lajoie , vale a pena ouvir . Proximamente vou abordar outros temas  .



Hope you like it !

segunda-feira, 2 de junho de 2008

Foge foge bandido

Muitos de vós deverão associar o nome Manuel Cruz aos emblemáticos e marcantes Ornatos Violeta. Contudo, após Ornatos Manuel Cruz esteve envolvido em projectos como os Pluto e os Supernada. Mas, após uma pausa ainda longa, ele voltou com um cd a solo, que junta a música ao livro. As canções podem ser ouvidas aqui. Para quem já tinha ouvido o cd ao vivo do projecto, no Termómetro Unplegd, certamente irá reconhecer algumas das canções, agora com uma roupagem totalmente diferente. Também os fãs de Supernada irão reconhecer certamente pedaços de uma letra em Acorda Mulher. Pela amostra no site, vale realmente a pena comprar aquele que é um dos maiores génios da música portuguesa da música portuguesa.

domingo, 1 de junho de 2008

Vamos!

O presente abaixo-assinado destina-se a acompanhar um documento expositivo referente à impossibilidade de acesso ao Cinema anterior à década de 90, na cidade do Porto. O documento será enviado ao Ministério da Cultura e à Cinemateca Portuguesa, estando disponível para consulta no site: www.circuitocinema.blogspot.com .
A recolha de assinaturas para o abaixo-assinado está também a ser desenvolvida em suporte físico, por várias pessoas e em vários locais da cidade do Porto.

A cidade do Porto sofre de vários e complexos problemas na área da cultura, como é do conhecimento geral. No entanto, esta situação não é generalizável a todo o país. Efectivamente, Lisboa continua a usufruir de forma centralizada dos serviços de certas instituições culturais que deveriam fazer jus ao seu âmbito nacional, como, por exemplo, a Cinemateca Portuguesa, um organismo público suportado pelos contribuintes a nível nacional.

No Porto, é de grande interesse público a criação de uma extensão da Cinemateca, o que permitiria acabar com a carência de exibição cinematográfica sentida na cidade, ao nível da produção anterior à década de 90.

Os signatários,

Carlos Azeredo Mesquita
David Barros
Filipe Oliveira
Joaquim Guilherme Blanc
Lídia Queirós
Nuno de Sá
Pedro Leitão
Ricardo Alves


Como deve ser do vosso conhecimento, o Joaquim Guilherme Blanc é o fundador do Cineclube da FDUP, o primeiro cineclube da UP. Fica aqui o apelo para que assinem a petição: http://www.petitiononline.com/Circuito/petition.html