quinta-feira, 31 de janeiro de 2008
segunda-feira, 28 de janeiro de 2008
peace yo!
Um bem-haja ao meu caro III Anónimo, camarada (posso?) ainda de muitas batalhas futuras. :)
KRS-One - A friend
domingo, 27 de janeiro de 2008
sursum corda*
Vivi a minha vida sem qualquer tipo de crença durante muito tempo. Talvez um coração poético, uma encarnação de romântico, a crença que, antes de tudo, o ser humano não é um animal mecanizado, levaram a que eu procurasse diferentes caminhos. Fartei-me de ser um pacote opaco, que era como eu me sentia.
Estudei, por conta própria, várias religiões. Convivi com muitas delas. E falo isto não para me revelar aos vossos olhos como um viajante intrépido, que não sou, mas alguém que vos fala com o apoio da "mãe de todas as coisas", nas palavras de um grande português, que é a experiência.
A grande conclusão que eu tiro do meu estudo é que a religião é um apelo natural do Homem. Concentra-se em todas as suas actividades. Está ligado a nós por uma procura inerente do espírito por detrás das coisas que amamos e criamos. Não fazemos uma cadeira apenas por saber que juntámos 6 peças minimamente trabalhadas para fazer mobília. Juntamos, porque acreditamos que ela vai ser o nosso apoio, porque a fizemos nós próprios, porque acreditamos que talvez mais pessoas se sentem nela. É assim que pensa o homem. Cremos, mesmo inconscientemente, que há algo nos objectos que os liga a nós, através da Natureza, e procuramos a resposta para isso.
Não quis ofender ninguém com os meus comentários acerca do poster do Mao. Para aqueles que confrontaram as minhas ideias, eu só quis argumentar através do contrariar dos argumentos deles.
Um líder religioso é um importante representante da sua comunidade. Numa civilização democrática todos os elementos representantes de uma comunidade devem ser ouvidos.
Eu compreendo a frustração da maior parte dos militantes dos partidos de extrema esquerda ou menos extrema e mais reumática esquerda, quando se dão conta da milenar propensão de a sociedade humana se dividir em comunidades sociais (daí, sociedade) que por vezes partilham a mesma religião. Também lhes acontece isto quando falamos de propriedade privada. A verdade é que tal deve ser visto por todos os que protegem a igualdade dos Homens como facto adquirido. Devemos ser unidos na nossa diferença, não igualizados na vossa igualdade.
A religião muçulmana é uma das religiões mais brilhantes da humanidade. Brutalizada primeiro pelo fanatismo cristão da Europa Ocidental (cruzadas), e mais tarde pelas sua ideologias, tanto capitalistas (caso da relação Inglaterra Pérsia) ou comunistas ( caso da guerra URSS/Afeganistão), manteve sempre uma aura de cultura impressionante, e uma filosofia de vida muito ligada aos clássicos gregos do epicurismo. Não ligo matemáticos e pensadores como por exemplo Averróis e Avicena a Bin Laden.
Outra que me deu muito gosto conhecer foi o budismo tibetano, sempre sereno, sempre bom e pacífico, tal como o povo de lá, sempre disposto a ajudar.
Mais do que a religião moldar as pessoas, a Humanidade, sua criadora, molda as religiões à sua imagem.
Talvez o que o meu amigo Noronha tenha confundido, ao cometer o erro de chamar Hitler de cristão, foi a formalização da existência de um Deus, no plano religioso e científico/filosófico.
Também Platão acreditavas num só Deus, mas era um Deus fonte de energia, presente no segundo plano. Platão viveu vários séculos antes de Cristo, e duvido que tenha mantido contacto com o povo hebraico. Hitler cria num Deus neste plano científico. De facto, ele também tomava a religião cristã e no geral como algo próprio dos fracos, sendo muito conhecido o seu trabalho na queda do Império Romano, quando o Führer dá as culpas ao cristianismo pela queda do Império.
O Senhor Todo-Poderoso de Hitler é uma personificação de um Deus vinculado a uma supremacia racial e a uma origem divina da Humanidade. A própria teoria do Big Bang, a criação do universo, foi inicialmente feita por um padre católico, que propõe a existência de um Deus Científico, digamos, como fonte de energia primária que não precisa ser despoletada, e que assim, do vazio pré-existencial, despoletou o Big Bang.
Eu não te considero um tipo perigoso Noronha. Mas os ideais que defendes, quando tomados à letra por homens "maus", criam actos horrorosos. Não te digo para não os seguíres. Aceita, no entanto, que nem todas as doutrinas estão certas, incluindo a de Marx.
Quanto a tentativas de harmonização. É verdade. Mas o sonho de um Homem é conseguir coisas impossíveis. E acreditar em tudo o que pode. Eu tomo como exemplo do perfeito estadista, nesta matéria, o sultão indiano Akbar. O único que percebeu que não existem religiões erradas. Existem interpretações erráticas, mas mesmo essas devem ser alvo da nossa tolerância.
E é este o meu ponto de vista para com a religião. Não é um facto de obscuridade. Vasco da Gama era católico, John Locke era anglicano, o Dalai Lama é budista (quem diria?) e Saladino foi muçulmano. Akbar era muçulmano, e no seu império vivam em harmonia e igualdade todas as religiões (cristãos, islâmicos, budistas, hindus, etc.)
Um estado laico não esquece a Religião. Um estado moderno não a despreza, não procura dissolvê-la. Muito pelo contrário, o Estado vela para que todos os seus cidadão possam fazer os seus cultos e rituais em paz e liberdade.
Antes de retirar o carácter oficial ao casamento católico, não será mais inteligente dar este carácter a todas as religiões?
*elevem os vossos corações
Mas se escrevo sobre este homem é certamente para que sejam relembrados os seus actos, não os económicos que esses mesmo que canalhas não se equiparam aos massacres por si feitos. Jamais poderá a história esquecer o massacre dos comunistas, as perseguições políticas bem como a inavsão de timor pelos poços de petróleo, de que resultou a morte de grande parte da população timorense. Mas para melhor saberem disto pesquisem sobre este tipo.
quanto a mim permito-me a ousadia de falar que pessoalmente fico bem aliviado por saber que mais um ditador juntou os pés (se bem que este já os tinha juntos há quase um mês). Com este são já 3 copos do melhor whisky que bebo recentemente: um por saddam, pinochet e agora suharto. Sim, porque eu acho que a morte de tais "bestas" justifica tal sacrifício económico.
sábado, 26 de janeiro de 2008
devaneios desintéricos
A ideia recebeu, surpreendentemente (ou talvez não...), os votos favoráveis da Refundação Comunista e da Esquerda Democrática (SD), e os contrários do Partido Democrata, o mais importante da coligação no poder.
Os políticos, à Direita e, pelos vistos, à Esquerda já perceberam isto, escancarando cada vez mais esta caixa de Pandora que é a Demagogia em Democracia e hipotecando, sem qualquer vergonha, os valores que diziam ser seus."
Estou em dúvida se a Esquerda de hoje é a auto-proclamada liberal cujos programas sociais distinguem ou se voltamos (ou nunca teremos saído) à "reformadora" esquerda pós-URSS.
algumas notas
Vamos por partes. O que interessa para aqui são os indivíduos que não sendo religiosos também foram muito mauzinhos? Olha, eu às vezes também sou muito mau. Chateio-me e e sou mesmo mauzinho. O Zé também. O Vasco idem aspas. E a Maria, amiga do Vasco? Essa é que é má!! Quando estamos a discutir a forma como a religião se entranha num Estado e a influência que teve no passado e eventualmente no futuro, importa analisar as religiões e as pessoas em causa. Já todos sabemos que líderes e seitas não-religiosas também cometeram crimes hediondos contra a humanidade. Certíssimo. Mas isso interessa agora para quê? Estamos a falar de religiões. Mal ao mundo já fez muita gente... religioso, ateu, agnóstico. Mas se a questão aqui é a dicotomia Estado/religião, então há que nos centrarmos no que é relevante: a religião e os líderes que a encarnam num certo tempo e espaço.
Quanto ao rol de personalidades que o Manel invocou para mostrar que indivíduos não abençoados pela graça do senhor também são matreiros, é importante corrigir um aspecto muito importante, e que muitas vezes é camuflado. Ora falas do Holocausto. Queres tu com isto dizer que Hitler era não-religioso? Queres tu com isto dizer que o Estado nazi era um estado laico?! Hitler era um cristão super refinado. Hitler NÃO era ateu ou agnóstico como muitos querem fazer passar. Reparem só neste excerto retirado directamente do Mein Kampf: "Hence today I believe that I am acting in accordance with the will of the Almighty Creator: by defending myself against the Jew, I am fighting for the work of the Lord". Desculpem, quem é o ateu?
Quanto ao ópio do povo, a expressão é de Marx e não de Mao. Se Mao a utilizou depois ou não nos seus discursos isso é outra questão. Também eu a usei aqui no blog e ainda não matei ninguém na minha curta vida e os amigos de indumentária vermelha que me rodeiam são apenas fans do Benfica em vésperas de clássicos Porto x Benfica.
Manel, não quero intrometer-me na tua vida espiritual. Cada um tem a sua, e eu respeito-a. Se a religião é uma luz para ti, eu respeito. Eu tenho uma luz bem diferente. Mas por isso é que somos todos diferentes! Se tivéssemos todos as mesmas luzes, isto era uma pasmaceira. Mas agora dizeres que a falta de religião também não fez bem ao mundo no passado é que é alvo da minha discórdia. A História mostra precisamente o contrário. Quando o nível de vida de um povo se eleva para indíces muito satisfatórios e de uma forma universal, o fanatismo religioso, seja ele qual for, diminui.
Laicismo é, no meu entender, uma posição absolutamente neutra e imparcial perante qualquer religião. As tentativas de "harmonização" de que falas nunca funcionaram. Harmonizá-las a todas nem sempre poderia ser positivo. Podia até resultar precisamente no contrário. Por outro lado, não penso que muitos países possuam uma população suficientemente educada para saber conviver com essa harmonia universal.
E olha, Manel, porquê que o casamento católico é o único com relevância na nossa ordem jurídica? Deveriam ter então todas as religiões a possibilidade de, no matrimónio, adquirirem juridicidade?
quinta-feira, 24 de janeiro de 2008
já vai sair o novo filme do James Bond
E também já se sabe quem vai ser a próxima bond-girl
não ficaram mais descansados depois disto?
ufa, eu fiquei bem mais aliviado.
Segundo refere a agência Lusa, José Manuel Anes adiantou que Portugal «é um local perigoso de trânsito de apoio» para falsificação de documentos, descanso e movimentos financeiros, realçando que os terroristas quando se sentem vigiados noutros países europeus, encontram em Portugal «um bom local», dado que o país «é menos vigiado que Espanha, Argélia e França».
Por entre dragões e castelos, o meu contributo
Tabacaria
Não sou nada. Nunca serei nada. Não posso querer ser nada. À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo.
Janelas do meu quarto, Do meu quarto de um dos milhões do mundo que ninguém sabe quem é (E se soubessem quem é, o que saberiam?), Dais para o mistério de uma rua cruzada constantemente por gente, Para uma rua inacessível a todos os pensamentos, Real, impossivelmente real, certa, desconhecidamente certa, Com o mistério das coisas por baixo das pedras e dos seres, Com a morte a pôr humidade nas paredes e cabelos brancos nos homens, Com o Destino a conduzir a carroça de tudo pela estrada de nada.
Estou hoje vencido, como se soubesse a verdade. Estou hoje lúcido, como se estivesse para morrer, E não tivesse mais irmandade com as coisas Senão uma despedida, tornando-se esta casa e este lado da rua A fileira de carruagens de um comboio, e uma partida apitada De dentro da minha cabeça, E uma sacudidela dos meus nervos e um ranger de ossos na ida.
Estou hoje perplexo como quem pensou e achou e esqueceu. Estou hoje dividido entre a lealdade que devo À Tabacaria do outro lado da rua, como coisa real por fora, E à sensação de que tudo é sonho, como coisa real por dentro.
Falhei em tudo. Como não fiz propósito nenhum, talvez tudo fosse nada. A aprendizagem que me deram, Desci dela pela janela das traseiras da casa, Fui até ao campo com grandes propósitos. Mas lá encontrei só ervas e árvores, E quando havia gente era igual à outra. Saio da janela, sento-me numa cadeira. Em que hei-de pensar?
Que sei eu do que serei, eu que não sei o que sou? Ser o que penso? Mas penso ser tanta coisa! E há tantos que pensam ser a mesma coisa que não pode haver tantos! Génio? Neste momento Cem mil cérebros se concebem em sonho génios como eu, E a história não marcará, quem sabe?, nem um, Nem haverá senão estrume de tantas conquistas futuras. Não, não creio em mim. Em todos os manicómios há doidos malucos com tantas certezas! Eu, que não tenho nenhuma certeza, sou mais certo ou menos certo? Não, nem em mim... Em quantas mansardas e não-mansardas do mundo Não estão nesta hora génios-para-si-mesmos sonhando? Quantas aspirações altas e nobres e lúcidas - Sim, verdadeiramente altas e nobres e lúcidas -, E quem sabe se realizáveis, Nunca verão a luz do sol real nem acharão ouvidos de gente? O mundo é para quem nasce para o conquistar E não para quem sonha que pode conquistá-lo, ainda que tenha razão. Tenho sonhado mais que o que Napoleão fez. Tenho apertado ao peito hipotético mais humanidades do que Cristo, Tenho feito filosofias em segredo que nenhum Kant escreveu. Mas sou, e talvez serei sempre, o da mansarda, Ainda que não more nela; Serei sempre o que não nasceu para isso; Serei sempre só o que tinha qualidades; Serei sempre o que esperou que lhe abrissem a porta ao pé de uma parede sem porta E cantou a cantiga do Infinito numa capoeira, E ouviu a voz de Deus num poço tapado. Crer em mim? Não, nem em nada. Derrame-me a Natureza sobre a cabeça ardente O seu sol, a sua chuva, o vento que me acha o cabelo, E o resto que venha se vier, ou tiver que vir, ou não venha. Escravos cardíacos das estrelas, Conquistámos todo o mundo antes de nos levantar da cama; Mas acordámos e ele é opaco, Levantámo-nos e ele é alheio, Saímos de casa e ele é a terra inteira, Mais o sistema solar e a Via Láctea e o Indefinido.
(Come chocolates, pequena; Come chocolates! Olha que não há mais metafísica no mundo senão chocolates. Olha que as religiões todas não ensinam mais que a confeitaria. Come, pequena suja, come! Pudesse eu comer chocolates com a mesma verdade com que comes! Mas eu penso e, ao tirar o papel de prata, que é de folhas de estanho, Deito tudo para o chão, como tenho deitado a vida.)
Mas ao menos fica da amargura do que nunca serei A caligrafia rápida destes versos, Pórtico partido para o Impossível. Mas ao menos consagro a mim mesmo um desprezo sem lágrimas, Nobre ao menos no gesto largo com que atiro A roupa suja que sou, sem rol, pra o decurso das coisas, E fico em casa sem camisa.
(Tu, que consolas, que não existes e por isso consolas, Ou deusa grega, concebida como estátua que fosse viva, Ou patrícia romana, impossivelmente nobre e nefasta, Ou princesa de trovadores, gentilíssima e colorida, Ou marquesa do século dezoito, decotada e longínqua, Ou cocote célebre do tempo dos nossos pais, Ou não sei quê moderno - não concebo bem o quê -, Tudo isso, seja o que for, que sejas, se pode inspirar que inspire! Meu coração é um balde despejado. Como os que invocam espíritos invocam espíritos invoco A mim mesmo e não encontro nada. Chego à janela e vejo a rua com uma nitidez absoluta. Vejo as lojas, vejo os passeios, vejo os carros que passam, Vejo os entes vivos vestidos que se cruzam, Vejo os cães que também existem, E tudo isto me pesa como uma condenação ao degredo, E tudo isto é estrangeiro, como tudo.)
Vivi, estudei, amei, e até cri, E hoje não há mendigo que eu não inveje só por não ser eu. Olho a cada um os andrajos e as chagas e a mentira, E penso: talvez nunca vivesses nem estudasses nem amasses nem cresses (Porque é possível fazer a realidade de tudo isso sem fazer nada disso); Talvez tenhas existido apenas, como um lagarto a quem cortam o rabo E que é rabo para aquém do lagarto remexidamente.
Fiz de mim o que não soube, E o que podia fazer de mim não o fiz. O dominó que vesti era errado. Conheceram-me logo por quem não era e não desmenti, e perdi-me. Quando quis tirar a máscara, Estava pegada à cara. Quando a tirei e me vi ao espelho, Já tinha envelhecido. Estava bêbado, já não sabia vestir o dominó que não tinha tirado. Deitei fora a máscara e dormi no vestiário Como um cão tolerado pela gerência Por ser inofensivo E vou escrever esta história para provar que sou sublime.
Essência musical dos meus versos inúteis, Quem me dera encontrar-te como coisa que eu fizesse, E não ficasse sempre defronte da Tabacaria de defronte, Calcando aos pés a consciência de estar existindo, Como um tapete em que um bêbado tropeça Ou um capacho que os ciganos roubaram e não valia nada.
Mas o dono da Tabacaria chegou à porta e ficou à porta. Olhou-o com o desconforto da cabeça mal voltada E com o desconforto da alma mal-entendendo. Ele morrerá e eu morrerei. Ele deixará a tabuleta, e eu deixarei versos. A certa altura morrerá a tabuleta também, e os versos também. Depois de certa altura morrerá a rua onde esteve a tabuleta, E a língua em que foram escritos os versos. Morrerá depois o planeta girante em que tudo isto se deu. Em outros satélites de outros sistemas qualquer coisa como gente Continuará fazendo coisas como versos e vivendo por baixo de coisas como tabuletas, Sempre uma coisa defronte da outra, Sempre uma coisa tão inútil como a outra, Sempre o impossível tão estúpido como o real, Sempre o mistério do fundo tão certo como o sono de mistério da superfície, Sempre isto ou sempre outra coisa ou nem uma coisa nem outra.
Mas um homem entrou na Tabacaria (para comprar tabaco?), E a realidade plausível cai de repente em cima de mim. Semiergo-me enérgico, convencido, humano, E vou tencionar escrever estes versos em que digo o contrário.
Acendo um cigarro ao pensar em escrevê-los E saboreio no cigarro a libertação de todos os pensamentos. Sigo o fumo como uma rota própria, E gozo, num momento sensitivo e competente, A libertação de todas as especulações E a consciência de que a metafísica é uma consequência de estar mal disposto.
Depois deito-me para trás na cadeira E continuo fumando. Enquanto o Destino mo conceder, continuarei fumando.
(Se eu casasse com a filha da minha lavadeira Talvez fosse feliz.) Visto isto, levanto-me da cadeira. Vou à janela.
O homem saiu da Tabacaria (metendo troco na algibeira das calças?). Ah, conheço-o: é o Esteves sem metafísica. (O dono da Tabacaria chegou à porta.) Como por um instinto divino o Esteves voltou-se e viu-me. Acenou-me adeus gritei-lhe Adeus ó Esteves!, e o universo Reconstruiu-se-me sem ideal nem esperança, e o dono da Tabacaria sorriu.
Neste, Álvaro de Campos. Podia dizer, Fernando Pessoa, mas se o próprio quis desmaterializar-se em outros quem sou eu para contrariar a sua vontade?
No próximo, Mário de Sá Carneiro
O Recreio
Na minha Alma há um balouço
Que está sempre a balouçar ---
Balouço à beira dum poço,
Bem difícil de montar...---
E um menino de bibe
Sobre ele sempre a brincar...
Se a corda se parte um dia
(E já vai estando esgarçada),
Era uma vez a folia:
Morre a criança afogada...---
Cá por mim não mudo a corda,
Seria grande estopada...
Se o indez morre, deixá-lo...
Mais vale morrer de bibe
Que de casaca...
Deixá-lo
Balouçar-se enquanto vive...---
Mudar a corda era fácil...
Tal ideia nunca tive...
Por aqui me deixo estar, assim continuo estes caminhos. mas atento...às políticas, aos direitos, à musica, à vida la fora e do outro lado da rua, onde podemos não reparar, mas muito há para ver.
ate já...
quarta-feira, 23 de janeiro de 2008
sweet
Umi Says é um excelente exemplo de como rap e soul se podem combinar de uma forma harmoniosa e.... belíssima. A música faz parte do primeiro disco de Mos Def, intitulado Black on both sides, de 1999.
Mos Def - Umi Says
terça-feira, 22 de janeiro de 2008
Tailor Mali
Tailor Mali é irónico, inteligente, e carismático. Pode parecer um espectáculo de stand-up, mas é só uma forma de transmitir uma realidade americana que, tipo, já se adaptou à nossa, tás a ver?
nova roupagem
Como é evidente, esta remodelação está totalmente aberta a críticas e sugestões.
Um abraço
Saul Williams
Saul Williams é um escritor, filósofo, poeta, músico, activista e todos os rótulos ligados com as ciências sociais e humanas que lhe quiserem colar. Este licenciado em Filosofia é hoje um dos nomes mais interessantes da cultura norte-americana. Na música, tem coloborado em diversas ocasiões com artistas reconhecidos da cena soul e rap.
Sem vos tirar mais tempo, deixo a sua poesia e a sua excentricidade. Apertem os cintos!
(não desesperem com a velocidade do discurso, depois habituam-se)
Poema do silêncio
Sim, foi por mim que gritei.
Declamei,
Atirei frases em volta.
Cego de angústia e de revolta.
Foi em meu nome que fiz,
A carvão, a sangue, a giz,
Sátiras e epigramas nas paredes
Que não vi serem necessárias e vós vedes.
Foi quando compreendi
Que nada me dariam do infinito que pedi,
-Que ergui mais alto o meu grito
E pedi mais infinito!
Eu, o meu eu rico de baixas e grandezas,
Eis a razão das épi trági-cómicas empresas
Que, sem rumo,
Levantei com sarcasmo, sonho, fumo...
O que buscava
Era, como qualquer, ter o que desejava.
Febres de Mais. ânsias de Altura e Abismo,
Tinham raízes banalíssimas de egoísmo.
Que só por me ser vedado
Sair deste meu ser formal e condenado,
Erigi contra os céus o meu imenso Engano
De tentar o ultra-humano, eu que sou tão humano!
Senhor meu Deus em que não creio!
Nu a teus pés, abro o meu seio
Procurei fugir de mim,
Mas sei que sou meu exclusivo fim.
Sofro, assim, pelo que sou,
Sofro por este chão que aos pés se me pegou,
Sofro por não poder fugir.
Sofro por ter prazer em me acusar e me exibir!
Senhor meu Deus em que não creio, porque és minha criação!
(Deus, para mim, sou eu chegado à perfeição...)
Senhor dá-me o poder de estar calado,
Quieto, maniatado, iluminado.
Se os gestos e as palavras que sonhei,
Nunca os usei nem usarei,
Se nada do que levo a efeito vale,
Que eu me não mova! que eu não fale!
Ah! também sei que, trabalhando só por mim,
Era por um de nós. E assim,
Neste meu vão assalto a nem sei que felicidade,
Lutava um homem pela humanidade.
Mas o meu sonho megalómano é maior
Do que a própria imensa dor
De compreender como é egoísta
A minha máxima conquista...
Senhor! que nunca mais meus versos ávidos e impuros
Me rasguem! e meus lábios cerrarão como dois muros,
E o meu Silêncio, como incenso, atingir-te-á,
E sobre mim de novo descerá...
Sim, descerá da tua mão compadecida,
Meu Deus em que não creio! e porá fim à minha vida.
E uma terra sem flor e uma pedra sem nome
Saciarão a minha fome.
de: José Régio
segunda-feira, 21 de janeiro de 2008
para o chiquinho e para o zézé
e também para todos os que nasceram em 1989... o greatest hit do nosso berço.
Ser livre...
"Vem por aqui" - dizem-me alguns com olhos doces,
estendendo-me os braços, e seguros
de que seria bom que eu os ouvisse
quando me dizem: "vem por aqui"!
eu olho-os com olhos lassos,
(Há, nos meus olhos, ironias e cansaços)
E cruzo os braços
E nunca vou por ali...
A minha glória é esta:
Criar desumanidade!
Não acompanhar ninguém.
- Que eu vivo com o mesmo sem - vontade
Com que rasguei o ventre da minha mãe.
Não, não vou por aí! So vou por onde
me levam os meus próprios passos...
Se ao que busco saber nenhum de vós responde,
Por que repetis: "vem por aqui"?
Prefiro escorregar nos becos lamacentos
redemoinhar aos ventos,
como farracos, arrastar os pés sangrentos,
a ir por aí...
Se vim ao mundo, foi
só para desflorar florestas virgens,
e desenhar os meus própios pés na areia inexplorada!
O mais que faço não vale nada.
Como, pois, sereis vós
que me dareis impulsos, ferramentas, e coragem
para eu derrubar os meus obstáculos?...
Corre, nas vossas veias, sangue velho dos avós
E vós amais o que é fácil!
Eu amo o longe e a miragem,
amo os abismos, as torrentes, os desertos...
Ide! Tendes estradas,
tendes jardins, tendes canteiros,
tendes pátrias, tendes tectos,
e tendes regras, e tratados, e filósofos, e sábios.
Eu tenho a minha loucura!
Levanto-a, como um facho, a arder na noite escura,
e sinto espuma, e sangue, e cânticos nos lábios...
Deus e o Diabo é que me guiam, mais ninguém.
Todos tiveram pai, todos tiveram mãe;
mas eu, que nunca principio nem acabo,
nasci do amor que há entre Deus e o Diabo.
Ah, que ninguém me dê piedosas intenções!
Ninguém me peça definicões!
Ningém, me diga: "vem por aqui"!
A minha vida é um vendaval que se soltou.
É uma onde que se aleveventou.
È um atomo a mais que se animou...
Não sei por onde vou,
não sei para onde vou,
- Sei que não vou por aí!"
José Régio
domingo, 20 de janeiro de 2008
Direito e Justiça ou outra forma de estudar
Sobretudo, há que resistir a toda a pretensão de identificar direito e justiça. O direito ultrapassa muito o domínio do justo. O direito é antes de mais ordem, ordenação; e a ordenação duma sociedade, adequada ou não, é em grande parte neutra perante o valor justiça.
Se condicionássemos o direito à justiça, poucas ordens jurídicas subsistiam. A ordem internacional é injusta; e injusta é a maioria das ordens nacionais. Estranho resultado o de negar o direito na generalidade das ordens "jurídicas".
in Oliveira de Ascensão
sábado, 19 de janeiro de 2008
Como por aqui se fala essencialmente de música, tomo a liberdade de me meter entre os homens e anunciar que no próximo dia 25 de Janeiro, depois do exame de Introdução ao Direito (pois claro), EMIR KUSTURICA & THE NO SMOKING ORCHESTRA (a orquestra que irá cumprir a 37/2007), vão estar no coliseu do Porto.
Para quem não conhece, a banda do também realizador Emir Kusturika mistura punk, música étnica e rock (quiçá algo mais), o que resulta numa carga enérgica enorme, que em palco transborda e cria um ambiente absolutamente insano. Os bilhetes variam entre 27 e 30€, sendo aconselhável ficar na plateia.
Para quem estiver curioso e não possa ir ao concerto, recomendo a visualização do filme “Gato preto gato branco” de Kusturica que tem banda sonora desta banda e consegue curar possíveis depressões estudantis.
sexta-feira, 18 de janeiro de 2008
Poesia
Não obstante este repertório, Mos Def é também apresentador do programa Def Poetry (dirigido por Russell Simmons), que passa no canal americano HBO. Em Def Poetry, músicos e amigos de Mos Def são convidados para pequenas sessões multifacetadas de poesia. O resultado é delicioso.
Deixo-vos então a poesia de Common (que dispensa apresentações). Um hino à spoken word.
Noutras sessões poéticas podem encontrar com nomes como o supracitado neste blog KRS-One (com Doug E Fresh no beatbox), Talib Kweli, Dead Prez, Kanye West, Dave Chapelle, Lauryn Hill, Jill Scott, Black Ice, entre tantos outros. É só escolher... enjoy.
Esta chama-se "Letter to the Law" (é para nós, portanto!).
quinta-feira, 17 de janeiro de 2008
literatura
As edições Livro de Bolso da Europa América têm um livrinho, muito útil para certos lamecenses cá do sítio, que já vende há alguns anos. É "O Príncipe" de Maquiavel, com comentários de Napoleão Bonaparte (!!!). É verdade, eu tenho uma edição velhinha, de 1981 (gosto delas mais maduras, senão depois não gosto de as ler) mas sei que ainda anda por aí. Caso o nosso amigo Henrique não a comprar, que me diga que eu ofereço-lhe um exemplar no Natal. Ou nos anos.
Só para ele se emocionar, os comentários de Napoleão, que vêm na ultima parte do livro, estão assinalados com asteriscos nas frases de Nicolau Maquiavel.
Assim, quando Maquiavel diz: "É pois necessário adquirir estas forças, para que nos possamos defender dos estrangeiros pela valentia italiana" Napoleão comenta: "Fala apenas em defender-se dos estrangeiros. E conquistá-los também, fazendo deles meus subordinados."
Geme Henrique, geme.
PS: Noronha, quando quiseres "afinar" o blog, é só dizer ;)
Molotov
quarta-feira, 16 de janeiro de 2008
DJ PREMIER FEATURING RAKIM, NAS, KANYE WEST & KRS-ONE - CLASSIC
Skinhead Moonstomp
No disco as melhores musicas: “ Skinhead Moonstomp “, “ Skinhead Girl “ e “ These Boots are made for Walking “, todas sobejamente conhecidas.
Esta é sem duvida uma banda de culto a todos os amantes de early reggae. Nota final: 15
A musica que se segue é do espectáculo em Madrid de Roy Ellis a voz dos Symarip.
terça-feira, 15 de janeiro de 2008
ó Zé, o que tu me foste lembrar
Acaso esqueces-te da mítica "I Fought The Law"?
=)
rock on...
1977
roots of Hip Hop
E claro, tinha que vir de uma daquelas bandas que terá para sempre o seu nome gravado na história do Hip Hop.
(estejam atentos aos comentários escritos que vão sendo passados ao longo do clip)
The Roots - What they do
segunda-feira, 14 de janeiro de 2008
all eyez on me
É um dos êxitos de 2Pac, talvez o melhor, e foi escrito, muito me engano, ainda este estava preso, por ter entrado em conflitos com dois agentes, mais uma vez sem muita certeza. Sempre me marcou a história (quase mito urbano), da tareia que 2>Pac deu a dois "cops" que, fora de serviço, ajustaram contas com um negro, no seu bairro, a poucos passos de sua casa.
Eu respeito muito o hiphop Noronha e Zé, e acreditem que eu também fui fã indiscutível de GangStarr, NWA, tenho o cd do Easy-E aqui caso o queiram, apoiei ao vivo bandas como MindDaGap, DaWeasel, BossAC, Valete, J-Cap, a melhor voz do hip hop nacional para mim, Kacetado, Sir Scratch, etc.
Como um desses rappers disse, julgo que Sam The Kid, mas agora que penso talvez não... enfim, disse que "os brancos não são livres. São é mais livres que os negros, mas não são livres". O hiphop nunca foi,não para mim, uma arte de raça. Talvez tenha sido um dia, mas universalizou-se. E. controvérsia seja feita, Eminem Show será sempre um dos seus grandes referentes.
Durante muito tempo o hiphop foi a minha forma de "musicalizar" poesia. O conceito de poesia de rua sempre me motivou bastante. Cheguei a fazer as minhas letras, de que não me arrependo, e a fazer os raps com os amigos. Enfim, foi parte da minha juventude, já ouço isto desde que vivia no Porto, desde 94, era um "chabálo", e se recentemente larguei, foi da desmotivação, da falta de pica que me deu, e por necessidade de algo mais abstracto.
Ainda guardo o meu Kanye West na lista de músicas, vou tirando os Wu Tang da gaveta, desempoeirando o meu "Pay Da Cost To Be Da Boss" do Snoop "D-O-double-Gizzle"...
Mas nunca fui de me ficar por um só estilo. Por isso fui desviando cada vez mais pó indie, que se complementaram melhor. Actualmente, estou totalmente rocalhado =)
gostava de partilhar com vocês uma das músicas do século para mim:
podem achar muito careta, mas eu adoro Beatles. E Helter Skellter é o pico do rock insano e bizarro da sua fucking doped década de 70
Hip Hop
"Rap is something we do, Hip Hop is a way of living"
Trago para aqui o Hip Hop pois, numa curta conversa com o Manel, acerca dos clips de música no blog (muitos deles de rappers), fiquei - como fico sempre quando falo com alguém que não está por dentro da matéria - triste pelo conceito distorcido e incaracterístico que hoje a maioria das pessoas tem do Rap e do Hip Hop.
O Hip Hop é a arte da spoken word; juntar uns amigos, pegar num microfone e começar a dar aso à imaginação. Soltarmo-nos. Dizermos o que nos vai na alma, as nossas preocupações, as nossas ambições, o que está mal, o que está errado, o que aprecio, o que rejeito, ....
É evidente que isto pode ser feito de muitas formas: umas magníficas, outras medianas e outras muito fracas. Como aliás em qualquer estilo de música, e mesmo em qualquer expressão artística.
Infelizmente, porque o mercado é o mercado, e como tal tem que produzir milhões de produtos para milhões de pessoas, acontece que nem tudo o que produz pode ser bom e genuíno. Evidente. Mas como o mercado é também, na maioria dos casos, dirigido por indivíduos que colocam o dinheiro à frente da qualidade e da genialidade, tende-se a caminhar para resultados que se afastam dos propósitos iniciais. Esta tendência é especialmente forte no circuito hip hop: editoras a torto e a direito cujo objectivo é o lucro imediato, pelo que a via mais fácil para o conseguir é colocar palhaços ao seu serviços, ostentando acessórios bizarros e milionários, não dizendo nada com interesse, insultando metade do mundo e engatando meia dúzia de míudas de mini-saia. Isto é, por definição (com algumas excepções), o Hip Hop MTV. O Hip Hop das armas, da violência, das bitches e dos carros. Mas isto não é o Hip Hop em que os seus fundadores e lendas se revêm. Pelo contrário, frequentemente criticam e satirizam, puxando dos galões (porque a qualidade aqui está presente) para dar a conhecer a verdadeira face daquilo que representam.
Hip Hop é consciência social e política. É activismo. São causas por que se lutam. É descrever o que passa. E se o que se passa à sua volta é, invariavelmente, racismo e tráfico de drogas, porque não denunciar? É uma forma artística de expressão tão legítima como qualquer outra. Porém, o rap não se resume a isso, e é possível encontrar numerosos rappers detentores de uma lírica fabulosa, de poemas tocantes, de idealismos filosóficos extremamente cativantes...
Hip Hop é isto tudo e muito mais. É um estilo de uma versatilidade enorme, em permanente mutação e experimentação. Nos últimos anos, tenho tido oportunidade de ouvir verdadeiras obras-primas onde Hip Hop, Jazz, Soul e Funk se entrelaçam numa simbiose maravilhosa...
Voltando ao vulto motivador deste texto, KRS-One, deixo-vos um clip onde ele define e explica o que é, de facto, o Hip Hop: cultura e movimento. A letra têm-na aqui.
WORD UP!
28 Semanas Depois
O filme é do mesmo realizador do já Clássico “ Trainspotting “, tem como protagonista Robert Carlyle ( o famoso begbie de Trainspotting). Nota final: 14
Já esteve em exibição no Fantasporto
domingo, 13 de janeiro de 2008
alugar um quarto em guantanamo
João Luís Mouta Liz era um dos principais dirigentes da organização terrorista FP-25, criada por Otelo Saraiva de Carvalho. Foi preso durante a ofensiva feita pela Polícia Judiciária às ‘FP’, na denominada operação ‘Orion’, que deteve cerca de 70 pessoas. Foi condenado a 17 anos de prisão por associação terrorista, que não cumpriu na totalidade graças a uma amnistia.
As FP 25 de ABRIL efectuaram acções terroristas por todo o território nacional, após o 25 de Abril, matando 17 pessoas, entre membros das forças de segurança, funcionários publicos, empresários e um bebé de meses.
Antes um país que procura julgar aqueles que afectam a sua soberania através de actos horrendos de terrorismo, do que um país que perdoa caridosamente os seus assassinos, quando estes não se mostram minimamente arrependidos.
Gravediggaz
As musicas que mais gosto do álbum são a "Nowhere to Run, Nowhere to Hide", "1-800-Suicide", "Diary of a Madman". Além do excelente conteúdo musical é também de realçar a excelente qualidade dos vídeos por eles lançados, aqui deixo apenas um e a sugestão de quem se interessar de investigar no youtube (não se arrependerão). Nota final: 17
sábado, 12 de janeiro de 2008
Prisão de Guantánamo...
Não posso deixar de referir, aquilo que na minha opinião é um das maiores hipocrisias dos supostos defensores da liberdade.
Desde janeiro de 2002 depois dos ataques terroristas de 11 de Setembro às torres gêmeas, estão encarcerados nesta base militar prisioneiros (muitos deles afegãos e iraquianos) acusados de ligação aos grupos taleban (Taliban) e Al-Qaeda, numa área excluída ao controle internacional no que concerne às condições de detenção dos mesmos. Segundo a Cruz Vermelha Internacional estes prisioneiros são vítimas de tortura, desrespeitando assim os direitos humanos e a convenção de Genebra.
Os homens que se autoproclamam líderes do "mundo livre" e "guerreiros da paz" respondem às pressões da ONU e Anistia Internacional através de um dos chefes de Estado-Maior, o general Richard Myers que afirma: "a Prisão de Guantánamo é uma "prisão modelo".
Sem questionar, ou defender aqueles que supostamente são culpados por actos extremamente graves, na verdade todos eles merecem uma defesa digna...
Só achei que uma data como esta, e uma hipocrisia tão indigna não deveria passar despercebida...
sexta-feira, 11 de janeiro de 2008
grande concurso para o nome do novo aeroporto de alcochete
os nomeados são:
Aeroporto Luiz de Camões com til
Aeroporto Luiz de Camoes sem til
Aeroporto Luiz de Camoens
Aeroporto Mário Soares
Aeroporto CIP
Aeroporto LNEC
Aeroporto Vital Moreira
Aeroporto Passarinho Frito
Aeroporto da Ota em Alcochete
Aeroporto Lino Jámé
Aeroporto Professora Maria de Lurdes Rodrigues
Aeroporto Soraia Chaves
Aeroporto Cláudia Vieira
Aeroporto do Estágio do Sporting
Aeroporto Odete Santos
Aeroporto Tratado de Lisboa
Aeroporto José Pinto de Sousa
Aeroporto Zócrates
Hip Hop vcs Sopranos
Capadonna – Slang Editorial
Nas – Street Dreams
quinta-feira, 10 de janeiro de 2008
quarta-feira, 9 de janeiro de 2008
com mil raios e coriscos
domingo, 6 de janeiro de 2008
Eixo Norte Galiza
Ainda sobre a Galiza e independente da associação são de referir as duas bandas melhor sucedidas, os Viguenses Siniestro Total e os Orensanos Los Suaves. Sobre estas duas bandas sairá mais informação para este blog quando se proporcionar.
Todas as sextas feiras às 15h na RCP é emitido um programa da audiência zero onde podem ficar melhor informados e também ouvir as bandas que trabalham com a associação.
Mais informações: www.audienciazero.org
www.myspace.com/audienciazero
Algumas bandas:
6PM – Indie – A Curuña
Samesugas – Punk, Garage – Santiago de Compostela
Triangulo de Amor Bizarro – Indie – A Coruña
“ Melhor sítio para descansar é a universidade “
Kogito – Ska – Vigo
sábado, 5 de janeiro de 2008
misticismo galaico-português
Da minha "terrinha" singela e pobrezinha já saíram nomes terríveis como Geraldo Geraldes, O Sem Pavor, conquistador de Beja e actualmente figura histórica perseguída pelo puritanismo de esquerda, que não quer saber muito de contextualização cronológica, e o explorador Serpa Pinto, outro grande portuense que tinha o coração cá na terrinha.
No entanto, quando visitei a Galiza apela primeira vez, senti algo inédito. Senti-me em casa. A própria língua é marcadamente similar à nossa. A música é igual à que nós "bárbaros campónios" da região de Entre-Douro e Minho tocamos, bem como os da Beira E os fadinhos são de chorar por mais.
Mais que isso, é o espírito das gentes de Tui, Vigo, Corunha e Compostela. Recomendo vivamente a visita destas belas cidades, tão portuguesas como Lamego ou Chaves.
Um abraço aos meus amigos da Galicia
e agora, deixo umas boas demonstrações de música galega, uam espécie de revivalismo céltico misturado com cantares populares da "terriña"
Luar Na Lubre: Nau (canção dedicada ao mar e forma antiga dos galegos de abanar o capacete como se não houvesse amanha)
Luar Na Lubre: Lonxe Da Terriña (este aqui para os nostálgicos)
para o pessoal que estava a postar cenas de hip-hop, espero não estar a estragar-vos o esquema =D mas como se falava de música entre estudantes, e ninguém falava de fado, eu resolvi mandar para aqui.
Salut
sexta-feira, 4 de janeiro de 2008
Phil Lynott (D.E.P.)
Pessoalmente o álbum que define a banda será o " Live & Dangerous " com todos os melhores temas, e especial atenção aos temas " Jailbreak " ," SouthBound" e “ boys are back in Town “ o melhor deles todos, um verdadeiro hino ao Rock.
Phil Lynott nao será esquecido...
The Boys are back in town:
Mais informaçao:
http://en.wikipedia.org/wiki/Phil_Lynott
http://wm03.allmusic.com/cg/amg.dll
quinta-feira, 3 de janeiro de 2008
Aqui fica um pequeno aperitivo: A Tribe Called Quest - Electric Relaxation
quarta-feira, 2 de janeiro de 2008
Straight Outta Compton
Informações: http://en.wikipedia.org/wiki/Straight_Outta_Compton
http://wm10.allmusic.com/cg/amg.dll
http://www.youtube.com/watch?v=vrMXvtVc-Tk
http://www.youtube.com/watch?v=Df2vkOd2j7Y
Ver e não esquecer!
terça-feira, 1 de janeiro de 2008
law against a nasty habit
E é, de longe, a mais vergonhosa medida de todas. Eu estou de acordo com todos os que desprezam esta infame regra, capaz de tolher os passos à nossa ainda fresca liberdade.
Se a portuguesa, mulher dos novo século, desejar retirar um cigarro enquanto os outros terminam a sua refeição, o Estado devia era estar preocupado com outras coisas. Por exemplo, com a propagação do cancro do pulmão nos jovens portugueses, bem como com o facto de a cada ano nascerem mais e mais crianças com asma. Agora, culpar o fumador incauto por isto, é inadmissível.
Se o português, iluminado da nova democracia e novo e rejuvenescido ser liberal, quer fumar à beira de crianças, então que o faça, agora não se vá culpa o português, sem dúvida uma personagem modelo de civismo, , por ser um poluidor malcriado.
E se o povo, o nosso sapiente e cancerígeno povo, quer dar um significado de permanência ao seu tumor, o Estado deve aceitar.
Eu, pessoalmente, considero vergonhoso o facto de o Estado acabar de legislar um assunto que devia ser do conhecimento geral. Em pleno século vinte e um, era da nova democracia e da liberdade, o país desconhece os malefícios para a saúde pública do cigarro, e considera de bom gosto encharcar os seus cidadãos com o seu fumo de refeição corriqueira. De facto, frágil é a fronteira entre nós e o terceiro mundo. Meus senhores, menos iluminação, menos individualismo, menos progressismo idiota. Vamos começar a pensar no meio social como um todo, e todos devemos fazer dele um espaço comunitário. Senão...
Senão não dá.
só para vos aguçar a vontade.