domingo, 23 de março de 2008

Os Pobres

"Um a Um
entram na cidade, nus e descalços
sem nada de seu!
Dormem no chão
vestidos de fome,
pedaços de nada
que a vida lhes deu!

Dia após dia
gritam pela hora,
que diz o direito
de viver-vievr!

Chamam
não vêem
de tanta demora,
o sol da manha que não vai nascer.

Pobres dos pobres
que pobres não dão!
Cidade de pobres
tombados no chão."


Hélio costa Ferreira, Ser Sem Ser
Poesia

Ás vezes vale muito mais pesuisar nestes autoress menos conhecidos e consagrados!

Abraço

3 comentários:

Sara Morgado disse...

Tombam e há pés que passam por cima, como se fossem pedaços de chão. O resto e o rosto não existem e nem os sentem. Eles nem sentem, com as pontas dos dedos em calo, anastesiados por fora.

É um bom poema.

Pedro disse...

Sara, depois deste teu comentário tenho que dizer que fquei com 100 vezes mais respeito por ti. Um comentario que me deixou petrificado por uns minutos. Muito bom.

Anónimo disse...

Agradeço-vos este elogio a um poema de nosso pai.
Oca