quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008
Oral de História
Dedico esta malha a todos, desde o professor Adragão, até aos colegas que vão fazer a prova comigo, passando por Alarico e Leovigildo. Suevos nao me esqueço de vosses, os Alanos são uns queridos!
reasons to believe
“Se Deus tivesse feito o corpo humano para fumar, então as nossas narinas seriam para cima” by Edir Macedo, Bispo
sábado, 23 de fevereiro de 2008
quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008
The Jills e Ultima Sacudida à Solta na Invicta ! ( Audìência Zero )
Curtes Punk? Gostas de dançar Soul pela noite fora? e acabar com bom rock'n'roll pela manha dentro? Então já tens festa para ir esta sexta feira! Primeiro The Jills (Gaia) a abrir o apetite e aquecer os pés de todos os fans de musica a abrir, mais tarde vem o " peixe graudo ", Ultima Sacudida directamente de Espanha (Donra) prontos a tocar, alto e rapido um rock de encher os ouvidos... Mais para diante haverá a actuação do Dj Ortega y Pacheco e certamente nao faltará ritmo aquele considerado o Dj do Ano (eleição realizada por uma academia mais restrita que o concilio Pontifício), contando ja com algumas saídas a Espanha. Por ultimo Dj Rodas com Rock'n'Roll a rematar uma noite que promete festa. Tudo isto por 3 euros no Porto Rio, parece negócio da china mas é verdade, duas bandas por 3 euros e ainda mais dois Dj de Luxo verdadeiramente de Graça. Em baixo os links das bandas para quem nao conhece.
Bandas:
Promovido Por:
Do The Right Thing
Chegou a altura de falar do filme que deu origem ao nome sob o qual eu escrevo. Do The Right Thing (1989) é o nome desta obra-prima do realizador Spike Lee, e como não podia deixar de ser a sua principal mensagem é de ordem social e politica. Este é o melhor filme que já vi sobre o tema Racismo e deixa a mensagem bem clara! Chega de discriminação Racial, e de violência. Samuel L Jackson com um papel secundário mas bastante engraçado, enquanto locutor da 108 Love Fm. E o também secundário Rádio Raheem sempre a ouvir a “ Fight The Power “ e com a alusão ao grande filme com o Robert Mitchum “ Night of the Hunter “ quando nos conta a história da luta entre “ Love and Hate “, que no fundo é a história deste filme, que nos leva a pensar, se estaremos nós a fazer a coisa certa, partindo de um personagem principal (Mookie) encarnado pelo próprio Spike Lee, enquanto este se debate sobre as escolhas mais certas para a sua vida, tudo a sua volta é marcado pela descriminação, mais ou menos directa. Tudo culmina num enorme motim, mas não vou revelar os seus motivos ou consequências pois perderia a piada do filme. È imprescindível a qualquer amante da sétima arte visionar esta obra fantástica.
Nota: 18 ( A obra prima de Spike Lee )
Trailer:
Links:
http://en.wikipedia.org/wiki/Do_the_Right_Thing
http://www.allmovie.com/cg/avg.dll
Trailer:
Links:
http://en.wikipedia.org/wiki/Do_the_Right_Thing
http://www.allmovie.com/cg/avg.dll
terça-feira, 19 de fevereiro de 2008
Democracia e Direito
Este pode ser considerado, sem exagero, um dos grandes livros de ciência política/relações internacionais dos últimos anos. De forma analítica, Snyder e Mansfield repetem a mensagem normativa que Fareed Zakaria deixou em The Future of Freedom: “liberdade” não é sinónimo de “eleições”; numa democracia liberal, o acto eleitoral é apenas o último elemento de um longo processo institucional. Antes das eleições, uma democracia liberal deve assentar num Estado soberano e numa Constituição que garanta a independência do poder judicial. As eleições só devem surgir quando esta aparelhagem estatal e constitucional estiver implementada. Neste sentido, Electing to Fight assume-se como uma crítica institucional ao idealismo democrático da doutrina Bush, que tende a reduzir a espessura constitucional da democracia liberal a um mero acto eleitoral.
No Iraque, ao tentar impor a democracia num país sem qualquer base institucional, Washington criou as condições para um eleitoralismo violento e legitimador de uma guerra civil entre xiitas e sunitas. Snyder e Mansfield apontam outros exemplos (guerra civil na ex-Jugoslávia, guerra entre Arménia e Azerbaijão, guerra entre Etiópia e Eritreia, genocídios no Burundi e Ruanda) para provar a seu tese central: sem as instituições constitucionais implementadas, as eleições criam e, pior, legitimam a violência interna ou externa.
Em suma, este livro vem recordar uma realidade constitucional (a nossa) que tem andado esquecida devido à euforia democrática pós-1989: a construção de uma democracia liberal tem de começar não pelas eleições, mas sim pelas instituições do primado do direito. É o Direito – e não a Democracia - que garante as nossas liberdades. Nós, ocidentais, vivemos esta realidade dentro de casa. Não a podemos esquecer quando tentamos recriar a democracia lá fora.
crítica e resumo de Henrique Raposo.
eu quero este livro.
segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008
Cidade dos Homens
Vi hoje mais um filme Brasileiro feito após o sucesso do “ Cidade de Deus “, este chama-se “ Cidade dos Homens”. Foi feito no seguimento de uma série com o mesmo nome. Conta a história de dois rapazes que tentam fugir da favela e mostrar que o crime não é a única forma de sobreviver nos Morros. Muitos dos actores do Cidade de Deus entram neste filme e na série, e também alguns dos que participam no filme “ Tropa de Elite “ aparecem neste. O realizador do “ Cidade de Deus “ é agora produtor, e apesar das grandes expectativas que criei a volta da série e do filme, não posso esconder que fiquei um pouco desapontado. Para os meios disponíveis (20 century fox e os meios de produção de um filme Americano), o filme perde um pouco, em termos de enredo da história e de cadência do desenrolar da acção, apesar do realismo se manter e da história não cair na tentação fácil do final feliz. Gostei de ver, dou nota 12. Para quem gostou de “ Cidade de Deus “ acho que não deve perder este filme.
domingo, 17 de fevereiro de 2008
Direito e Interioridade
Decorreu este fim de semana em Bragança (minha terrinha) o I Curso de Direito e Interioridade que contou com a presença de alguns nomes bem conhecidos da nossa realidade académica.
Sexta marcaram presença no auditório do Teatro Municipal, entre outros, o presidente do Conselho Directivo da Universidade de Lisboa bem como alguns professores da mesma.
O dia de Sábado foi o mais dinâmico tendo como convidados o Prof. Doutor Costa Andrade, que discursou sobre as reformas dos Código Penal e Código do Processo Penal, e o Prof. Doutor Adriano Moreira, cujo discurso tinha o título de ''Interioridade: entre racionalização e desistência'' (Apesar de o título inicialmente não me parecer particularmente interessante, o professor, em poucos minutos, consegui fazer-me mudar completamente de opinião)
Uma verdadeira aula de Direito!
Estava ainda prevista a presença do Prof. Doutor Jorge Miranda que foi impedido de viajar por motivos de doença. Da parte de tarde foi a vez de o Prof. Doutor Marcelo Rebelo de Sousa dar uma conferência à qual, com alguma pena minha, não pude assistir.
P.S.-Afinal também vem gente conhecida à terrinha!!
Sexta marcaram presença no auditório do Teatro Municipal, entre outros, o presidente do Conselho Directivo da Universidade de Lisboa bem como alguns professores da mesma.
O dia de Sábado foi o mais dinâmico tendo como convidados o Prof. Doutor Costa Andrade, que discursou sobre as reformas dos Código Penal e Código do Processo Penal, e o Prof. Doutor Adriano Moreira, cujo discurso tinha o título de ''Interioridade: entre racionalização e desistência'' (Apesar de o título inicialmente não me parecer particularmente interessante, o professor, em poucos minutos, consegui fazer-me mudar completamente de opinião)
Uma verdadeira aula de Direito!
Estava ainda prevista a presença do Prof. Doutor Jorge Miranda que foi impedido de viajar por motivos de doença. Da parte de tarde foi a vez de o Prof. Doutor Marcelo Rebelo de Sousa dar uma conferência à qual, com alguma pena minha, não pude assistir.
P.S.-Afinal também vem gente conhecida à terrinha!!
Timor e Sérvia
Ultimamente a blogosfera tem andado parada. Pelo menos no que toca aos estudantes de Direito, talvez porque a pica de escrever quando devíamos era estar a estudar se tenha desvanecido, agora que os tempos de sossego e preguiça voltaram.
Eu falo por mim, que andei com a tentação de viver a última semana de "férias" vestido de robe, espreguiçando-me sobre um whisky de 20 anos e a viver estes últimos dias a contemplar a serena degradação dos botões do meu pijama. Mas não pode ser assim. Começo assim a "bloggar" já a partir de hoje, domingo dia santo de Fevereiro doze, com a esperança de que alguém leia, veja, e comente.
Começo assim com o assunto que hoje vos queria trazer.
Nós portugueses vivemos à quase um milénio neste pequeno rectângulo. Somos um povo antigo, com uma língua que sempre acarinhamos como algo poético e saudoso, tão parecida connosco com a personalidade dos seus sons.
A nossa pequenez levou a que, durante vários séculos de história, houvesse suficientes cruzamentos entre diferentes raças que cá viviam (mouros, godos, judeus, romanos, etc.) para que criássemos um precoce conceito de nacionalidade, dos primeiros na Europa e no mundo.
É muito difícil para nós analisar certos casos como o dos Balcãs. Não compreendemos a mescla de culturas, de etnias, de estatutos... Vemos, tal como a grande maioria das nações ocidentais, pelos olhos de um iluminista, de um revolucionário de 1848, o princípio de nacionalidade para nós é algo eterno e sempre presente.
Vou-vos falar aqui de 3 países. Da Sérvia, lar da nação de eslavos do sul mais famosa na história mundial, os sérvios. Do Kosovo (ainda não sei bem o que é) e de Timor. Três percepções diferentes de nacionalidade, quase desconhecidas para nós, europeus habituados ao preto no branco nacional.
A Sérvia foi durante largos anos um reino poderoso, que resistiu valorosamente à invasão turca, prevenindo assim a expansão do sultanato de Istambul pela Europa medieval e renascentista. A sua cultura é em muito semelhante à russa, devido à forte presença da religião ortodoxa e de ligações com a civilização bizantina grega. Daí a grande ligação que têm os sérvios, eslavos do sul, e os russos, eslavos do norte. Não confundir a concepção de eslavo com Eslováquia ou Eslovénia. Estes países, tal como a Croácia, a Sérvia, a Polónia ou a Rússia, são de etnia dominante eslava, mas as diferentes influências exteriores, devido ao grau básico civilizacional do primitivo povo eslavo, criaram diferenças entre estes, levando à criação de novas nações. Assim, a Polónia é um país de eslavos germanizados e católicos, devido à proximidade com a Alemanha e a Europa. A Macedónia, de eslavos muçulmanos que se cruzaram com antigos colonos turcos. Durante muito tempo, nenhum destes povos eslavos, à excepção da Polónia, atingiu um estado de independência ou mesmo de mínima auto-determinação. Os sérvios, os mais numerosos e com maior sentido de autonomia, sempre foram uma população problemática para as potências dominantes da região, a Áustria e a Turquia, aliando-se várias vezes aos Russos para as contrariar.
O Kosovo é actualmente habitado por sérvios, os originais habitantes da região, e por albaneses. Os albaneses são um povo anterior à vinda dos eslavos para os Balcãs. São de origem Ilírica, e eram nos tempos do império romano do Oriente contratados como mercenários, e criaram à custa disso um pequeno país que funcionava à custa de principados. Após a conquista turca, a Albânia recebeu várias influências deste povo. A antiga inimizade com os sérvios aumentou. Os Sérvios, que já viam os albaneses como um povo submisso aos turcos, e por isso seu inimigo, recrudesceram esta inimizade após a progressiva islamização da maioria da população albanesa.
Não existe, assim, uma população kosovare. Existe um pequeno território cuja população dominante não corresponde à nacionalidade do poder oficial. Mas a isto não podemos chamar uma situação ilegal ou injusta. Os albaneses do Kosovo saíram, na maioria, de livre vontade do seu território original, e foram instalar-se ali. O ódio dos Sérvios, que os viam como os capatazes dos antigos opressores turcos, levou a que essa população, cada vez mais numerosa, fosse dolorosamente discriminada. Os albaneses ripostaram com acções criminosas e aumentando o volume de comércio ilícito nas província, forma de comércio esse que é a actividade mais lucrativa do Kosovo actualmente. Milosevich, preocupado com a disseminação do povo albanês na província histórica do seu país, encetou uma política de limpeza étnical, prontamente julgada pela NATO e pelos EUA, que prontamente criaram infra-estruturas no Kosovo capazes de criar formas de limpar etnicamente os sérvios. Mas isto não passou, claro, na televisão.
A criação de um estado kosovare vai desequilibrar, mais uma vez, a situação nos Balcãs.
A sua criação só interessa ao governo americano, interessado na cruzada ideológica, e na formação de um estado potencialmente muçulmano e fácil de controlar, para amenizar as relações dos EUA com a religião de Maomé, e para ganhar um aliado na zona, de forma a contrariar as pretensões expansionistas de Moscovo e impor um travão na presença da política da UE.
E todos sabem disto. Sabem que o que se passa no Kosovo não é a libertação de uma nação, mas apenas a mudança de um estatuto e a criação de mais um país para o mesmo povo, o albanês. E sérias repercussões se podem esperar para os sérvios e os seus estimados monumentos localizados na zona, provas únicas da sua cultura. A Direita Europeia, americanizada e sem ideias, temente do que Sarkozy poderá pensar, não se mexe sem a autorização da França e da Alemanha. A Esquerda, fiel aos seus ideias de imutável e senil, sente-se obrigada, por um sentimento idiota de carácter pseudorevolucionário, a aceitar a criação de um novo país, algo tão belo de presenciar em todas as épocas, ainda que isso implique um feroz ataque à integridade da Sérvia. O mal deste país é a sua ligação com a Rússia e o facto de ser governado por um partido nacionalista. Assim, caso fosse outro, aposto que todas as organizações de lugares-comuns esquerdistas da treta que proliferam neste velha Europa, tão carente de quem a leve a sério, tão carente de uma esquerda interessada e investigadora, de uma direita activa e estável, fariam um mega-protesto.
Hoje de tarde vai-se criar um país sem estabilidade política, sem qualquer tipo de antecedentes históricos, do tipo de países que se criou com êxito na América do sul, mas sempre sem mérito na Europa. Vai-se criar um país dependente, sujeito aos embargos russo e sérvio, que não inspira confiança à Europa e aos europeus. Pior, um país totalmente sustentado com activos europeus, visto que os americanos, de tão bem que fizeram a sua missão, relegaram esta missão toda para a UE, que insiste em não dar o seu parecer àcerca do assunto. Um povo para dois países, ou seja, prevê-se uma união futura entre albaneses da Albânia e albaneses do Kosovo. Basicamente, retiramos uma fatia de território tão importante ao sérvios como é para nós o Minho, com a cidade de Braga e Guimarães, berços da nacionalidade, e vai-se dar de bandeja aos albaneses. Não vejo em que é que podemos sequer apreciar esta decisão.
Por fim, gostaria de resumir a situação de Timor leste. ou Lorosae, depende do dialecto que se falar, se em tétum, se na língua portuguesa. Antigamente dividida entre duas potências, Portugal e Holanda, a ilha de Timor mostra claros indícios das diferentes colonizações. Entre uma população numerosa e citadina do Timor Leste, ou cidades bem organizadas mas que se anda quilómetros para ver nativos da região a Oeste. Simplesmente os holandeses preferiam exterminar populações possivelmente nocivas a ter o nosso método desconfortável de conviver com elas. Um passo verdadeiramente interessante seria dar a independência à outra metade da ilha, para que, juntamente com Timor Leste, formarem um estado confederado tendo em base a comum cultura tétum, e as diferentes vertentes portuguesa e holandesa-indonésia dos respectivos estados.
Há dias ouvi nas notícias que, após o atentado a Xanana, se devia por a seguinte pergunta: "Quem estaria interessado na morte de Reinado?" ou seja, já se pensa que Xanana está, de certa forma, a eliminar os opositores ao poder. De facto, esta reaccionarice de jornalista sempre foi muito presente em Portugal, este recusar a admitir méritos a todos os que se mostram conscientes da necessidade de uma presença estrangeira neste país jovem. Xanana Gusmão é um homem muito respeitado na comunidade internacional. É um antigo combatente, e atraí as simpatias do seu povo. De originária ideologia socialista, ele é agora um presidente liberal e consciente das realidades do mundo moderno. Até a situação se regularizar, Timor vai ter ainda muitos anos de presença da ONU, e espero eu, de presença portuguesa, visto que podemos ainda e muito colaborar com este povo, e daí tiraremos muitas lições positivas e um aliado fiel. Admiro muito o povo timorense, e fico sempre comovido quando um timorense me fala com carinho do nosso país, da ideia persistente que eles têm do português.
Assim, contando com os muitos que estão interessados num presidente que não seja tão pró-português como Xanana, e que veja mais possibilidades de lucro com um líder mais submetido à vontade australiana ou americana, deve-se fazer antes esta pergunta:
Quem estaria interessado na morte de Xanana?
Eu falo por mim, que andei com a tentação de viver a última semana de "férias" vestido de robe, espreguiçando-me sobre um whisky de 20 anos e a viver estes últimos dias a contemplar a serena degradação dos botões do meu pijama. Mas não pode ser assim. Começo assim a "bloggar" já a partir de hoje, domingo dia santo de Fevereiro doze, com a esperança de que alguém leia, veja, e comente.
Começo assim com o assunto que hoje vos queria trazer.
Nós portugueses vivemos à quase um milénio neste pequeno rectângulo. Somos um povo antigo, com uma língua que sempre acarinhamos como algo poético e saudoso, tão parecida connosco com a personalidade dos seus sons.
A nossa pequenez levou a que, durante vários séculos de história, houvesse suficientes cruzamentos entre diferentes raças que cá viviam (mouros, godos, judeus, romanos, etc.) para que criássemos um precoce conceito de nacionalidade, dos primeiros na Europa e no mundo.
É muito difícil para nós analisar certos casos como o dos Balcãs. Não compreendemos a mescla de culturas, de etnias, de estatutos... Vemos, tal como a grande maioria das nações ocidentais, pelos olhos de um iluminista, de um revolucionário de 1848, o princípio de nacionalidade para nós é algo eterno e sempre presente.
Vou-vos falar aqui de 3 países. Da Sérvia, lar da nação de eslavos do sul mais famosa na história mundial, os sérvios. Do Kosovo (ainda não sei bem o que é) e de Timor. Três percepções diferentes de nacionalidade, quase desconhecidas para nós, europeus habituados ao preto no branco nacional.
A Sérvia foi durante largos anos um reino poderoso, que resistiu valorosamente à invasão turca, prevenindo assim a expansão do sultanato de Istambul pela Europa medieval e renascentista. A sua cultura é em muito semelhante à russa, devido à forte presença da religião ortodoxa e de ligações com a civilização bizantina grega. Daí a grande ligação que têm os sérvios, eslavos do sul, e os russos, eslavos do norte. Não confundir a concepção de eslavo com Eslováquia ou Eslovénia. Estes países, tal como a Croácia, a Sérvia, a Polónia ou a Rússia, são de etnia dominante eslava, mas as diferentes influências exteriores, devido ao grau básico civilizacional do primitivo povo eslavo, criaram diferenças entre estes, levando à criação de novas nações. Assim, a Polónia é um país de eslavos germanizados e católicos, devido à proximidade com a Alemanha e a Europa. A Macedónia, de eslavos muçulmanos que se cruzaram com antigos colonos turcos. Durante muito tempo, nenhum destes povos eslavos, à excepção da Polónia, atingiu um estado de independência ou mesmo de mínima auto-determinação. Os sérvios, os mais numerosos e com maior sentido de autonomia, sempre foram uma população problemática para as potências dominantes da região, a Áustria e a Turquia, aliando-se várias vezes aos Russos para as contrariar.
O Kosovo é actualmente habitado por sérvios, os originais habitantes da região, e por albaneses. Os albaneses são um povo anterior à vinda dos eslavos para os Balcãs. São de origem Ilírica, e eram nos tempos do império romano do Oriente contratados como mercenários, e criaram à custa disso um pequeno país que funcionava à custa de principados. Após a conquista turca, a Albânia recebeu várias influências deste povo. A antiga inimizade com os sérvios aumentou. Os Sérvios, que já viam os albaneses como um povo submisso aos turcos, e por isso seu inimigo, recrudesceram esta inimizade após a progressiva islamização da maioria da população albanesa.
Não existe, assim, uma população kosovare. Existe um pequeno território cuja população dominante não corresponde à nacionalidade do poder oficial. Mas a isto não podemos chamar uma situação ilegal ou injusta. Os albaneses do Kosovo saíram, na maioria, de livre vontade do seu território original, e foram instalar-se ali. O ódio dos Sérvios, que os viam como os capatazes dos antigos opressores turcos, levou a que essa população, cada vez mais numerosa, fosse dolorosamente discriminada. Os albaneses ripostaram com acções criminosas e aumentando o volume de comércio ilícito nas província, forma de comércio esse que é a actividade mais lucrativa do Kosovo actualmente. Milosevich, preocupado com a disseminação do povo albanês na província histórica do seu país, encetou uma política de limpeza étnical, prontamente julgada pela NATO e pelos EUA, que prontamente criaram infra-estruturas no Kosovo capazes de criar formas de limpar etnicamente os sérvios. Mas isto não passou, claro, na televisão.
A criação de um estado kosovare vai desequilibrar, mais uma vez, a situação nos Balcãs.
A sua criação só interessa ao governo americano, interessado na cruzada ideológica, e na formação de um estado potencialmente muçulmano e fácil de controlar, para amenizar as relações dos EUA com a religião de Maomé, e para ganhar um aliado na zona, de forma a contrariar as pretensões expansionistas de Moscovo e impor um travão na presença da política da UE.
E todos sabem disto. Sabem que o que se passa no Kosovo não é a libertação de uma nação, mas apenas a mudança de um estatuto e a criação de mais um país para o mesmo povo, o albanês. E sérias repercussões se podem esperar para os sérvios e os seus estimados monumentos localizados na zona, provas únicas da sua cultura. A Direita Europeia, americanizada e sem ideias, temente do que Sarkozy poderá pensar, não se mexe sem a autorização da França e da Alemanha. A Esquerda, fiel aos seus ideias de imutável e senil, sente-se obrigada, por um sentimento idiota de carácter pseudorevolucionário, a aceitar a criação de um novo país, algo tão belo de presenciar em todas as épocas, ainda que isso implique um feroz ataque à integridade da Sérvia. O mal deste país é a sua ligação com a Rússia e o facto de ser governado por um partido nacionalista. Assim, caso fosse outro, aposto que todas as organizações de lugares-comuns esquerdistas da treta que proliferam neste velha Europa, tão carente de quem a leve a sério, tão carente de uma esquerda interessada e investigadora, de uma direita activa e estável, fariam um mega-protesto.
Hoje de tarde vai-se criar um país sem estabilidade política, sem qualquer tipo de antecedentes históricos, do tipo de países que se criou com êxito na América do sul, mas sempre sem mérito na Europa. Vai-se criar um país dependente, sujeito aos embargos russo e sérvio, que não inspira confiança à Europa e aos europeus. Pior, um país totalmente sustentado com activos europeus, visto que os americanos, de tão bem que fizeram a sua missão, relegaram esta missão toda para a UE, que insiste em não dar o seu parecer àcerca do assunto. Um povo para dois países, ou seja, prevê-se uma união futura entre albaneses da Albânia e albaneses do Kosovo. Basicamente, retiramos uma fatia de território tão importante ao sérvios como é para nós o Minho, com a cidade de Braga e Guimarães, berços da nacionalidade, e vai-se dar de bandeja aos albaneses. Não vejo em que é que podemos sequer apreciar esta decisão.
Por fim, gostaria de resumir a situação de Timor leste. ou Lorosae, depende do dialecto que se falar, se em tétum, se na língua portuguesa. Antigamente dividida entre duas potências, Portugal e Holanda, a ilha de Timor mostra claros indícios das diferentes colonizações. Entre uma população numerosa e citadina do Timor Leste, ou cidades bem organizadas mas que se anda quilómetros para ver nativos da região a Oeste. Simplesmente os holandeses preferiam exterminar populações possivelmente nocivas a ter o nosso método desconfortável de conviver com elas. Um passo verdadeiramente interessante seria dar a independência à outra metade da ilha, para que, juntamente com Timor Leste, formarem um estado confederado tendo em base a comum cultura tétum, e as diferentes vertentes portuguesa e holandesa-indonésia dos respectivos estados.
Há dias ouvi nas notícias que, após o atentado a Xanana, se devia por a seguinte pergunta: "Quem estaria interessado na morte de Reinado?" ou seja, já se pensa que Xanana está, de certa forma, a eliminar os opositores ao poder. De facto, esta reaccionarice de jornalista sempre foi muito presente em Portugal, este recusar a admitir méritos a todos os que se mostram conscientes da necessidade de uma presença estrangeira neste país jovem. Xanana Gusmão é um homem muito respeitado na comunidade internacional. É um antigo combatente, e atraí as simpatias do seu povo. De originária ideologia socialista, ele é agora um presidente liberal e consciente das realidades do mundo moderno. Até a situação se regularizar, Timor vai ter ainda muitos anos de presença da ONU, e espero eu, de presença portuguesa, visto que podemos ainda e muito colaborar com este povo, e daí tiraremos muitas lições positivas e um aliado fiel. Admiro muito o povo timorense, e fico sempre comovido quando um timorense me fala com carinho do nosso país, da ideia persistente que eles têm do português.
Assim, contando com os muitos que estão interessados num presidente que não seja tão pró-português como Xanana, e que veja mais possibilidades de lucro com um líder mais submetido à vontade australiana ou americana, deve-se fazer antes esta pergunta:
Quem estaria interessado na morte de Xanana?
sábado, 16 de fevereiro de 2008
BOPE - Tropa de Elite
Hoje vi um dos filmes mais populares do Brasil no ano passado. Tropa de Elite é o seu nome. O filme fala sobre o BOPE (Batalhão de Operações Policiais Especiais), tendo como personagem principal o capitão Nascimento que busca por um substituto ideal nos comandos da sua unidade. Esta é uma personagem fictícia inspirada numa verídica que escreveu o livro Tropa da Elite o qual inspirou o filme. A película exprime a visão de alguém de dentro sobre o que é fazer a guerra na favela (carioca), a guerra travada todos os dias contra os traficantes, os donos dos Morros e os dramas de quem vive nesta dura realidade. É também uma dura crítica à corrupção do sistema Brasileiro, uma denúncia clara de que para o pesar de todos nós o Brasil é ainda um Pais em vias de desenvolvimento. O BOPE é segundo muitos especialistas a melhor tropa de elite do mundo em conflitos urbanos, mas alguns dos seus meios e métodos são postos em causa pelos defensores dos direitos humanos. Até que ponto os meios justificam os fins? O filme desmascara a hipocrisia da “ playboyzada da zona sul do Rio “, mas também os meios “ brutais “ com que esta tropa faz as suas operações (tal como no filme afirmado, a caveira no dístico diz ao que os “ fardas pretas “ vão). Creio que é um filme bastante bom, atribuo um 16
Trailer:
Nota: Achei o filme muito parecido a outro bastante popular em Portugal, “ Cidade de Deus “, tanto no modo de realização, como no modo de contar a história. Pessoalmente vejo este como um complemento do outro. Este a visão de quem luta para fazer valer a justiça e a lei, o outro de quem está dentro da favela e quer sair sem ser num caixão.
Trailer:
Nota: Achei o filme muito parecido a outro bastante popular em Portugal, “ Cidade de Deus “, tanto no modo de realização, como no modo de contar a história. Pessoalmente vejo este como um complemento do outro. Este a visão de quem luta para fazer valer a justiça e a lei, o outro de quem está dentro da favela e quer sair sem ser num caixão.
Guerra Global em Terreno Restrito
Bush partia hoje para África com o intuito de 'encaminhar' 5 países (Gana, Libéria, Tanzânia, Benim e Ruanda) na resolução de temas como o comércio, a luta contra a sida e a segurança.
O seu Plano Global contra a sida (iniciado em 2003, aquando da anterior visita ao mesmo continente) tem colhido elogios da oposição e resultados bastante favoráveis - o número de seropositivos da África Subsariana que viram aumentar a sua esperança de vida graças aos medicamentos fornecidos pelos EUA passou de 500 mil (em 2003) para 1,4 milhões em 2007. Uma pequena/boa ajuda, não digo que não.
Mas, como já vem sendo hábito desde o início do século XX, as ideias que polvilham a tão discutida temática da segurança apagam completamente qualquer laivo de altruísmo ou de qualquer outra coisa louvável que pudessemos ter encontrado no sr presidente, depois de conhecermos a sua iniciativa do Plano Global. É que, e aqui cito o jornal Público, esta segurança está 'associada ao interesse em privilegiar África como fonte de abastecimento em petróleo, mas também como terreno da guerra global contra o terrorismo. (...) Bush tenciona completar, antes da sua saída da Casa Branca em Janeiro de 2009 (esse dia nunca mais chega?!), a instalação do Africom, o comando militar único para todo o continente (de apoio à segurança dos países para combater o terrorismo e o islamismo radical ou ao treino das suas forças.'
Mas o povo Africano já não tem problemas que cheguem? É preciso inventar (sim, a palavra certa é mesmo INVENTAR) mais uns? A guerra é global (facto assumido por Mr George W. Bush, claro), mas o seu palco é um único continente, por sinal o mais pobre do globo. Até onde vai o egoísmo dos EUA? Mal por mal, podiam-se ficar pelo egoísmo passivo - finjir que fazem qualquer coisa (dar um dinheirito ou uns medicamentos, vá lá..) só para não serem criticados pelo resto do mundo ou incomodados pelas organizações que defendem fervorosamente os direitos humanos. Mas..egoísmo activo? Criar mais problemas em nome da prossecução do BEM e da SEGURANÇA daqueles que só vão assistir à 'guerra' pela televisão? Nada disto é novidade, bem pelo contrário. O problema é que choca (-me) tanto como se não fosse previsível. Choca (-me) da mesma maneira que (me) chocou a primeira notícia que saiu sobre esta permanente cruzada contra o terrorismo. Quando é que isto vai acabar?
' Notam analistas (...), a luta contra o terrorismo, depois dos atentados do 11 de Setembro de 2001 estabeleceu novas prioridades na política externa dos EUA, que passaram a remeter para segundo plano a democracia e os direitos humanos. ' A tão perfeita e aclamada democracia que ele pretende proclamar nesta nova viagem a terras Africanas.. E dar o exemplo, não?
O seu Plano Global contra a sida (iniciado em 2003, aquando da anterior visita ao mesmo continente) tem colhido elogios da oposição e resultados bastante favoráveis - o número de seropositivos da África Subsariana que viram aumentar a sua esperança de vida graças aos medicamentos fornecidos pelos EUA passou de 500 mil (em 2003) para 1,4 milhões em 2007. Uma pequena/boa ajuda, não digo que não.
Mas, como já vem sendo hábito desde o início do século XX, as ideias que polvilham a tão discutida temática da segurança apagam completamente qualquer laivo de altruísmo ou de qualquer outra coisa louvável que pudessemos ter encontrado no sr presidente, depois de conhecermos a sua iniciativa do Plano Global. É que, e aqui cito o jornal Público, esta segurança está 'associada ao interesse em privilegiar África como fonte de abastecimento em petróleo, mas também como terreno da guerra global contra o terrorismo. (...) Bush tenciona completar, antes da sua saída da Casa Branca em Janeiro de 2009 (esse dia nunca mais chega?!), a instalação do Africom, o comando militar único para todo o continente (de apoio à segurança dos países para combater o terrorismo e o islamismo radical ou ao treino das suas forças.'
Mas o povo Africano já não tem problemas que cheguem? É preciso inventar (sim, a palavra certa é mesmo INVENTAR) mais uns? A guerra é global (facto assumido por Mr George W. Bush, claro), mas o seu palco é um único continente, por sinal o mais pobre do globo. Até onde vai o egoísmo dos EUA? Mal por mal, podiam-se ficar pelo egoísmo passivo - finjir que fazem qualquer coisa (dar um dinheirito ou uns medicamentos, vá lá..) só para não serem criticados pelo resto do mundo ou incomodados pelas organizações que defendem fervorosamente os direitos humanos. Mas..egoísmo activo? Criar mais problemas em nome da prossecução do BEM e da SEGURANÇA daqueles que só vão assistir à 'guerra' pela televisão? Nada disto é novidade, bem pelo contrário. O problema é que choca (-me) tanto como se não fosse previsível. Choca (-me) da mesma maneira que (me) chocou a primeira notícia que saiu sobre esta permanente cruzada contra o terrorismo. Quando é que isto vai acabar?
' Notam analistas (...), a luta contra o terrorismo, depois dos atentados do 11 de Setembro de 2001 estabeleceu novas prioridades na política externa dos EUA, que passaram a remeter para segundo plano a democracia e os direitos humanos. ' A tão perfeita e aclamada democracia que ele pretende proclamar nesta nova viagem a terras Africanas.. E dar o exemplo, não?
quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008
D3o No Maus Hábitos
Estou de Volta! Muitos perguntam o porque da minha ausência prologada, surtiu o mito... A realidade foi que a Babilónia decidiu reter-me por uns tempos, mas consegui fugir das suas garras e estou de volta, com grandes noticias para todos os filhos perdidos do rock'n'roll. Sábado no maus hábitos vai haver o regresso à invicta de uma das maiores bandas de Rock portuguesas, São de Coimbra, contam com Tony Fortuna ( ex Tédio Boys ), e são nada mais nada menos que os D3o ! Sábado só ha um sito para se ir, Maus Hábitos, o preço dos bilhetes é de €5 e o concerto está previsto para as 22h30.
Videoclip:
Myspace:
http://www.myspace.com/d3orock
P.S - É bom estar de volta, e em breve um comment sobre hipi hopi brazuca !
Videoclip:
Myspace:
http://www.myspace.com/d3orock
P.S - É bom estar de volta, e em breve um comment sobre hipi hopi brazuca !
terça-feira, 12 de fevereiro de 2008
Sobre a Mulher
Queria, antes de mais, felicitar a Sofia (SHP) pelo seu primeiro texto no Almanaque. E logo com um tema tão forte!
E já que felicitei a Sofia, aproveito também para felicitar também outra mulher: Erykah Badu. A diva do neosoul americano acaba de lançar o single do deu novíssimo albúm: Nu Amerykah.
Sou um profundo admirador de Erykah. Para mim, Erykah e a sua música encarnam o movimento feminista na perfeição: inteligência, cultura, talento, força, garra, sensibilidade,...
O videoclip do single que aqui vos trago é, também ele, muito, muito bom. São inúmeras as referências a outros grandes nomes da cena rap, soul, funk e jazz americana. Aretha Franklin ou os De La Soul, por exemplo. Descubram outros!
Erykah Badu - Honey
E já que felicitei a Sofia, aproveito também para felicitar também outra mulher: Erykah Badu. A diva do neosoul americano acaba de lançar o single do deu novíssimo albúm: Nu Amerykah.
Sou um profundo admirador de Erykah. Para mim, Erykah e a sua música encarnam o movimento feminista na perfeição: inteligência, cultura, talento, força, garra, sensibilidade,...
O videoclip do single que aqui vos trago é, também ele, muito, muito bom. São inúmeras as referências a outros grandes nomes da cena rap, soul, funk e jazz americana. Aretha Franklin ou os De La Soul, por exemplo. Descubram outros!
Erykah Badu - Honey
Etiquetas:
Erykah Badu,
Mulher,
Música,
Nu Amerykah
Mutilação Genital Feminina
O número de hoje do Público fazia referencia ao facto de cerca de 140 milhões de adolescentes e mulheres adultas já terem sido submetidas à mutilação genital feminina.
Esta prática, que tem uma origem de ordem cultural e não de ordem medicinal, é frequentemente utilizada em países africanos como o Sudão, o Mali e a Somália sob o pretexto que a diminuição do desejo sexual reduz o risco de infidelidade por parte da mulher.
Contudo esta prática não se cinge exclusivamente ao continente Africano sendo que ja foram relatados casos em países europeus, asiáticos e americanos.
É inconcebível que países que se dizem civilizados ''permitam'', ou não procurem extinguir, tão grande violação aos Direitos Humanos.
Esta prática, que tem uma origem de ordem cultural e não de ordem medicinal, é frequentemente utilizada em países africanos como o Sudão, o Mali e a Somália sob o pretexto que a diminuição do desejo sexual reduz o risco de infidelidade por parte da mulher.
Contudo esta prática não se cinge exclusivamente ao continente Africano sendo que ja foram relatados casos em países europeus, asiáticos e americanos.
É inconcebível que países que se dizem civilizados ''permitam'', ou não procurem extinguir, tão grande violação aos Direitos Humanos.
Rock in ricky terminou. . . visitem me agora no meu OBJECTIVO.
Abraço! (voltei a blogosfera, voltarei brevemente a fazer posts)
Abraço! (voltei a blogosfera, voltarei brevemente a fazer posts)
segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008
domingo, 10 de fevereiro de 2008
Li hoje nos jornais que o sr gilberto Madail propors ao seu homologo espanhol a realização de um campeonato do mundo entre portugal e espanha. Mas quando troquei d ejornal e deixei de ler o desporivo passando para outro a minha atençãofoca-se noutra notícia: Cavaco Silva, em Espanha por causa do doutoramneto honoris causa ( mais um!) diz que Portugal tem outras prioridades além da realização de um mundial de futebol. eu nunca joguei na mesma ewuipa de cavaco, mas hoje era capaz de o ter no meu meio campo. Realmente, propor a realização de um campeonato mundial é uma ideia tão absurda que só me leva a pensar que o sr gilberto Madail perdeu toda a sua pouca capacidade de discernimento que ainda tinha.
Será que ainda ninguém lhe disse que Portugal não tem capacidade para organizar um mundial? quis organizar um Europeu. Muito bom1 conseguiu o impossivel! Esquece-se é que os estadios que foram então construidos ou estão ás moscas totalmente,ou ás moscas a 50 %. com que dinheiro foram construidos os estadios e as estruturas de apoio necessarias? Não fo com dinheiro exclusivo dos clubes ou das contas pessoais do respeitável presidente. este senhor devia era perguntar aos portugueses se querem que os eu dinheiro seja outra vez tratdo omo merda ou se querem que o seu diheiro sirva para uma cultura, saude, educação melhores!
Haja respeito e bom senso!
Será que ainda ninguém lhe disse que Portugal não tem capacidade para organizar um mundial? quis organizar um Europeu. Muito bom1 conseguiu o impossivel! Esquece-se é que os estadios que foram então construidos ou estão ás moscas totalmente,ou ás moscas a 50 %. com que dinheiro foram construidos os estadios e as estruturas de apoio necessarias? Não fo com dinheiro exclusivo dos clubes ou das contas pessoais do respeitável presidente. este senhor devia era perguntar aos portugueses se querem que os eu dinheiro seja outra vez tratdo omo merda ou se querem que o seu diheiro sirva para uma cultura, saude, educação melhores!
Haja respeito e bom senso!
sábado, 9 de fevereiro de 2008
PORTUGAL: SIM OU NÃO?
Bons dias!
Decorrerá na Fundação Serralves, entre os dias 14 Fevereiro e 22 Maio, sempre às quintas-feiras, um colóquio cuja tema é PORTUGAL: SIM OU NÃO?? A pergunta parece-me um pouco ridícula, mas não é isso que para aqui interessa.
Este ciclo de conferências juntará personalidades, políticos e filósofos, num modelo de 2 oradores e um moderador diferentes por sessão. Temos de tudo entre os oradores: pessoas muitíssimo interessantes, outras menos e outras que eu, mas este é só meu ponto de vista, dificilmente saírei de casa para os ouvir falar.
São 9 as sessões: O meu país, a Europa e o Mundo (Jorge Sampaio e Vasco Graça Moura); O estado das coisas (Adriano Moreira e Rui Moreira); A Economia (Artur Santos Silva e António Mexia); A Justiça (José Miguel Júdice e José Gomes Canotilho (!!); A Defesa (Nuno Severiano Teixeira e Paulo Portas); A Educação (Maria de Lurdes Rodrigues e Eduardo Marçal Grilo); A Ciência (Mariano Gago e Manuel Sobrinho Simões); A Cultura (Guilherme d'Oliveira Martins e Manuela de Melo); e O Sentido (Eduardo Lourenço e José Gil).
Nas conferências de 14 e 21 Fevereiro não poderei estar presente por me encontrar fora do país. Em relação às outras, dou o meu ênfase à Economia, Justiça, Cultura e Sentido. Particularmente este último... conhecer e ouvir Eduardo Lourenço e José Gil na mesma mesa não é todos os dias.
Os preços são de 5 euros com desconto 50% para estudantes.
A minha sugestão era a de reunirmos um grupinho de pessoal que estivesse interessado e marcarmos as quintas como um dia para nos juntarmos, irmos a Serralves (que é tão, tão bonito) e, quem sabe, fazermos um jantarinho.
Pensem nisso.
Um abraço
Decorrerá na Fundação Serralves, entre os dias 14 Fevereiro e 22 Maio, sempre às quintas-feiras, um colóquio cuja tema é PORTUGAL: SIM OU NÃO?? A pergunta parece-me um pouco ridícula, mas não é isso que para aqui interessa.
Este ciclo de conferências juntará personalidades, políticos e filósofos, num modelo de 2 oradores e um moderador diferentes por sessão. Temos de tudo entre os oradores: pessoas muitíssimo interessantes, outras menos e outras que eu, mas este é só meu ponto de vista, dificilmente saírei de casa para os ouvir falar.
São 9 as sessões: O meu país, a Europa e o Mundo (Jorge Sampaio e Vasco Graça Moura); O estado das coisas (Adriano Moreira e Rui Moreira); A Economia (Artur Santos Silva e António Mexia); A Justiça (José Miguel Júdice e José Gomes Canotilho (!!); A Defesa (Nuno Severiano Teixeira e Paulo Portas); A Educação (Maria de Lurdes Rodrigues e Eduardo Marçal Grilo); A Ciência (Mariano Gago e Manuel Sobrinho Simões); A Cultura (Guilherme d'Oliveira Martins e Manuela de Melo); e O Sentido (Eduardo Lourenço e José Gil).
Nas conferências de 14 e 21 Fevereiro não poderei estar presente por me encontrar fora do país. Em relação às outras, dou o meu ênfase à Economia, Justiça, Cultura e Sentido. Particularmente este último... conhecer e ouvir Eduardo Lourenço e José Gil na mesma mesa não é todos os dias.
Os preços são de 5 euros com desconto 50% para estudantes.
A minha sugestão era a de reunirmos um grupinho de pessoal que estivesse interessado e marcarmos as quintas como um dia para nos juntarmos, irmos a Serralves (que é tão, tão bonito) e, quem sabe, fazermos um jantarinho.
Pensem nisso.
Um abraço
quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008
Como referi no último comentário ao post do Manel sobre o ensino público, o texto que havia feito evaporou-se. Mas ganhei forças e resolvi voltar a escrevê-lo.
Aqui vai ele, em resposta directa ao último comentário do Pedro.
Pedro,
De facto não referiste as faculdades. Mas eu fi-lo, precisamente porque acho ser possível traçar um paralelismo pertinente no que toca à participação e intervenção dos alunos. Quer na escola secundária, quer na Universidade. De facto, o motivo é o mesmo: tanto a escola secundária como a faculdade são pólos de formação e conhecimento dos alunos e por isso penso que o desenvolvimento e aperfeiçoamento constante destes pólos deve passar, não só por administradores, docentes e funcionários, mas também pelos elementos que estão na sua génese: os alunos.
Disseste também que os alunos do secundário, de uma maneira geral, estão mais preocupados em saír à noite, fumar charros e beber uns copos. Aceito essa tendência. Todavia, uma coisa não invalida a outra. Falo por mim. A boémia não exclui a consciência cívica. Acho que isto é irrefutável. Por outro lado, porque a regra geral nos diz que os alunos pouco se empenham de forma construtiva na condução de uma escola pública de qualidade para todos, isso não implica que não haja nada a fazer. Revelas no teu último comentário um tipo de raciocínio muito semelhante ao do Henrique em posts idos. Isto é: reconheces uma situação, considera-la prejudicial e por isso condena-la, mas ficas-te por aí. O Henrique acaba por paradoxalmente, no meu entender, preconizá-la; tu não. Não o fazes mas também não procuras alterá-la. Resignas-te e conformas-te: a solução, dizes tu, passa pois por "deixar que os alunos tenham voz mas que não decidam nada". Foi mais ou menos isto que disseste, estou certo? A tónica, a meu ver, está precisamente na alteração desse estado de coisas. Deve haver movimentos e grupos de dinamização que puxem pelos alunos, que os motivem. Para que estes formem uma consciência cívica de intervenção exigente e reclamem peso nas decisões que lhes dizem respeito. Só assim, combinando harmoniosamente o papel dos alunos com o dos docentes, funcionários e administrativos é que será possível, na minha opinião, uma escola pública de qualidade. Uma escola pública onde todos participem e construam algo comum de forma democrática. O que não implica, como já referi em comentários anteriores, a não existência de parâmetros hierárquicos. Mas isso é outra questão.
Quanto ao sistema de ensino brasileiro, Pedro, cometes na minha opinião uma falácia de raciocínio que te leva a conclusões deturpadas. Vejamos porquê: dizes tu que o único aluno "pobre" brasileiro que acede a uma faculdade brasileira tem que usaapresentar uma média de 18 valores. Bem, onde está aqui a segregação social? Não a vejo. Acho que estás a fazer confusão. Uma coisa é uma segregação social efectiva (grupos ou classes sociais priviligiadas, promiscuidades), outra coisa é uma "segregação", se assim lhe quiseres chamar (eu não chamo), qualitativa. E, pelo que tu disseste, o tipo de "segregação" do sistema de ensino brasileiro é este segundo que referi. Ora não vislumbro aqui qualquer segregação social ou discriminação entre ricos e pobres. Tanto o pobre como o rico tem que ter 18 valores para entrar numa faculdade pública. Tanto o pobre como o rico, quando não apresentar essa média, não entrará na faculdade. Onde está a "segregação"? Podes dizer-me que muitos estudantes "pobres" podem não conseguir essa média por não disporem das condições e qualidade de vida que um aluno rico dispõe, e que lhe permite obviamente, na teoria, obter um outro tipo de classificações. E aqui estou totalmente de acordo contigo. Mas neste ponto tu próprio te contrarias quando, no primeiro comentário disseste qualquer coisa como: "nós não entramos na faculdade? se os outros não entraram, estudassem!". Ora como já o disse, acho que este teu pensamento carece enormemente de rigor e bom-senso. Há muito para além de "quero ou não quero estudar". Muito mesmo. "A essência precede a existência", diria Marx.
Voltando ao ensino brasileiro, a falácia de raciocínio que te apontei há pouco volta a estar presente quando te referes às bolsas de estudo. Se elas são atribuídas apenas aos alunos muito bons, essa atribuição obedece somente a critério qualitativos. Mais uma vez: tanto pobres como ricos que tenham classificações muito boas acedem a bolsas de estudo. Insisto: onde está a "segregação"? No entanto, reconheço algumas carências aos sistemas de bolsas de estudo. Do meu ponto de vista, a sua atribuição deveria obedecer a um sistema biforme: por um lado, aos alunos com melhores classificações; por outro lado, aos alunos com maiores dificuldades e carências económicas. Se é isto que achas que falta ao sistema brasileiro, então aí sim, estamos também de acordo.
No que diz respeito ao sistema finlândes, voltas a elaborar o raciocínio a la Henrique: o sistema finlandês é que é bom, o nosso é uma merda e tão cedo não mudará para melhor. Ora esta inércia não serve para nada. As coisas não mudam por si só. O sistema finlandês não é o que é por mero acaso. Tal como o nosso é o que é por determinadas circunstâncias. O que há então a fazer? Voltamos então ao início deste texto: participar, intervir, reivindicar, lutar. Esta participação envolve pois também os alunos. Pensa em ti próprio: acabas de condenar o nosso ensino. Se tu e eu e todos os que o condenam procurarem fazer algo pelo seu desnvolvimento e aperfeiçoamento, em consertação com as entidades públicas, maior será a possibilidade de termos um ensino público de excelência que privilegie a qualidade, o rigor, a exigência e a democracia. Estás a ver como temos aqui a Democracia?
Uma palavra para Daniela,
Eu sou um defensor acérrimo do ensino público (de qualidade). Todavia, não concordo contigo quanto à não-existência do ensino privado. Este deve existir porque, recordando Jean Bodin (esta é para o Nico Maqui :)), a pluralidade social e institucional está na natureza de qualquer sociedade. Da mesma forma que a pluralidade de preferências está na natureza do Homem. Ou seja: deve ser democraticamente permitido aos cidadãos optarem por um ensino público ou privado. Quem sou eu para dizer que os filhos do meu vizinho devem andar no ensino público? Se um dia tiver filhos, penso ser o melhor para uma educação aberta e miscigenada que eles frequentem uma escola pública. Uma escola rica em nacionalidades, línguas, credos, hábitos, culturas e etnias. Mas isto é a minha visão. Porque penso ser assim a forma mais inteligente e democrática de instruír nas crianças a tolerância, o respeito, a amizade e a igualdade. Mas esta minha visão não pode ser doutrinária. É apenas a minha opinião. Penso que devemos respeitar as opiniões de quem não pensa desta forma. Quem, pelos motivos mais diversos, acredita que a melhor educação para o seu filho é num ambiente mais reservado, elitista ou protegido. Liberdade de escolha é um princípio basilar de uma Democracia.
Mais uma coisa: dizes tu que o ensino privado não é rigoroso e conduz a injustiças no acesso ao ensino superior. Cuidado com as generalizações. Há escolas privadas que são de facto uma anedota do que é um sistema de ensino que se quer exigente. Mas também há escolas privadas de excelência, com docentes super qualificados e de exigência muito elevada. Da mesma forma que existem escolas públicas excelentes e outras muito fracas. Pluralismo, mais uma vez.
Um abraço
Aqui vai ele, em resposta directa ao último comentário do Pedro.
Pedro,
De facto não referiste as faculdades. Mas eu fi-lo, precisamente porque acho ser possível traçar um paralelismo pertinente no que toca à participação e intervenção dos alunos. Quer na escola secundária, quer na Universidade. De facto, o motivo é o mesmo: tanto a escola secundária como a faculdade são pólos de formação e conhecimento dos alunos e por isso penso que o desenvolvimento e aperfeiçoamento constante destes pólos deve passar, não só por administradores, docentes e funcionários, mas também pelos elementos que estão na sua génese: os alunos.
Disseste também que os alunos do secundário, de uma maneira geral, estão mais preocupados em saír à noite, fumar charros e beber uns copos. Aceito essa tendência. Todavia, uma coisa não invalida a outra. Falo por mim. A boémia não exclui a consciência cívica. Acho que isto é irrefutável. Por outro lado, porque a regra geral nos diz que os alunos pouco se empenham de forma construtiva na condução de uma escola pública de qualidade para todos, isso não implica que não haja nada a fazer. Revelas no teu último comentário um tipo de raciocínio muito semelhante ao do Henrique em posts idos. Isto é: reconheces uma situação, considera-la prejudicial e por isso condena-la, mas ficas-te por aí. O Henrique acaba por paradoxalmente, no meu entender, preconizá-la; tu não. Não o fazes mas também não procuras alterá-la. Resignas-te e conformas-te: a solução, dizes tu, passa pois por "deixar que os alunos tenham voz mas que não decidam nada". Foi mais ou menos isto que disseste, estou certo? A tónica, a meu ver, está precisamente na alteração desse estado de coisas. Deve haver movimentos e grupos de dinamização que puxem pelos alunos, que os motivem. Para que estes formem uma consciência cívica de intervenção exigente e reclamem peso nas decisões que lhes dizem respeito. Só assim, combinando harmoniosamente o papel dos alunos com o dos docentes, funcionários e administrativos é que será possível, na minha opinião, uma escola pública de qualidade. Uma escola pública onde todos participem e construam algo comum de forma democrática. O que não implica, como já referi em comentários anteriores, a não existência de parâmetros hierárquicos. Mas isso é outra questão.
Quanto ao sistema de ensino brasileiro, Pedro, cometes na minha opinião uma falácia de raciocínio que te leva a conclusões deturpadas. Vejamos porquê: dizes tu que o único aluno "pobre" brasileiro que acede a uma faculdade brasileira tem que usaapresentar uma média de 18 valores. Bem, onde está aqui a segregação social? Não a vejo. Acho que estás a fazer confusão. Uma coisa é uma segregação social efectiva (grupos ou classes sociais priviligiadas, promiscuidades), outra coisa é uma "segregação", se assim lhe quiseres chamar (eu não chamo), qualitativa. E, pelo que tu disseste, o tipo de "segregação" do sistema de ensino brasileiro é este segundo que referi. Ora não vislumbro aqui qualquer segregação social ou discriminação entre ricos e pobres. Tanto o pobre como o rico tem que ter 18 valores para entrar numa faculdade pública. Tanto o pobre como o rico, quando não apresentar essa média, não entrará na faculdade. Onde está a "segregação"? Podes dizer-me que muitos estudantes "pobres" podem não conseguir essa média por não disporem das condições e qualidade de vida que um aluno rico dispõe, e que lhe permite obviamente, na teoria, obter um outro tipo de classificações. E aqui estou totalmente de acordo contigo. Mas neste ponto tu próprio te contrarias quando, no primeiro comentário disseste qualquer coisa como: "nós não entramos na faculdade? se os outros não entraram, estudassem!". Ora como já o disse, acho que este teu pensamento carece enormemente de rigor e bom-senso. Há muito para além de "quero ou não quero estudar". Muito mesmo. "A essência precede a existência", diria Marx.
Voltando ao ensino brasileiro, a falácia de raciocínio que te apontei há pouco volta a estar presente quando te referes às bolsas de estudo. Se elas são atribuídas apenas aos alunos muito bons, essa atribuição obedece somente a critério qualitativos. Mais uma vez: tanto pobres como ricos que tenham classificações muito boas acedem a bolsas de estudo. Insisto: onde está a "segregação"? No entanto, reconheço algumas carências aos sistemas de bolsas de estudo. Do meu ponto de vista, a sua atribuição deveria obedecer a um sistema biforme: por um lado, aos alunos com melhores classificações; por outro lado, aos alunos com maiores dificuldades e carências económicas. Se é isto que achas que falta ao sistema brasileiro, então aí sim, estamos também de acordo.
No que diz respeito ao sistema finlândes, voltas a elaborar o raciocínio a la Henrique: o sistema finlandês é que é bom, o nosso é uma merda e tão cedo não mudará para melhor. Ora esta inércia não serve para nada. As coisas não mudam por si só. O sistema finlandês não é o que é por mero acaso. Tal como o nosso é o que é por determinadas circunstâncias. O que há então a fazer? Voltamos então ao início deste texto: participar, intervir, reivindicar, lutar. Esta participação envolve pois também os alunos. Pensa em ti próprio: acabas de condenar o nosso ensino. Se tu e eu e todos os que o condenam procurarem fazer algo pelo seu desnvolvimento e aperfeiçoamento, em consertação com as entidades públicas, maior será a possibilidade de termos um ensino público de excelência que privilegie a qualidade, o rigor, a exigência e a democracia. Estás a ver como temos aqui a Democracia?
Uma palavra para Daniela,
Eu sou um defensor acérrimo do ensino público (de qualidade). Todavia, não concordo contigo quanto à não-existência do ensino privado. Este deve existir porque, recordando Jean Bodin (esta é para o Nico Maqui :)), a pluralidade social e institucional está na natureza de qualquer sociedade. Da mesma forma que a pluralidade de preferências está na natureza do Homem. Ou seja: deve ser democraticamente permitido aos cidadãos optarem por um ensino público ou privado. Quem sou eu para dizer que os filhos do meu vizinho devem andar no ensino público? Se um dia tiver filhos, penso ser o melhor para uma educação aberta e miscigenada que eles frequentem uma escola pública. Uma escola rica em nacionalidades, línguas, credos, hábitos, culturas e etnias. Mas isto é a minha visão. Porque penso ser assim a forma mais inteligente e democrática de instruír nas crianças a tolerância, o respeito, a amizade e a igualdade. Mas esta minha visão não pode ser doutrinária. É apenas a minha opinião. Penso que devemos respeitar as opiniões de quem não pensa desta forma. Quem, pelos motivos mais diversos, acredita que a melhor educação para o seu filho é num ambiente mais reservado, elitista ou protegido. Liberdade de escolha é um princípio basilar de uma Democracia.
Mais uma coisa: dizes tu que o ensino privado não é rigoroso e conduz a injustiças no acesso ao ensino superior. Cuidado com as generalizações. Há escolas privadas que são de facto uma anedota do que é um sistema de ensino que se quer exigente. Mas também há escolas privadas de excelência, com docentes super qualificados e de exigência muito elevada. Da mesma forma que existem escolas públicas excelentes e outras muito fracas. Pluralismo, mais uma vez.
Um abraço
Etiquetas:
Democracia,
Privado,
Público,
Sistema de ensino
terça-feira, 5 de fevereiro de 2008
se ainda estivéssemos lá nós, Francisco
A manifestação de estudantes do ensino secundário, que hoje se realizou no Porto, registou uma fraca adesão, facto que os organizadores justificam com o «conformismo» de muitos alunos relativamente à política do Governo.
Os estudantes entregaram na DREN uma carta reivindicativa com as suas principais exigências, esperando que o documento possa »chegar às mãos do Governo«.
Keep dreaming.
O fim dos exames nacionais é uma das principais exigências dos alunos do secundário, tendo Ricardo Teixeira defendido que »não é em duas horas que se podem avaliar três anos de estudos«.
Isto é bem verdade...
Foi lindo, pá.Os estudantes entregaram na DREN uma carta reivindicativa com as suas principais exigências, esperando que o documento possa »chegar às mãos do Governo«.
Keep dreaming.
O fim dos exames nacionais é uma das principais exigências dos alunos do secundário, tendo Ricardo Teixeira defendido que »não é em duas horas que se podem avaliar três anos de estudos«.
vão atirar-lhes com os donuts
Cerca de 40% dos polícias correm o risco de ficar sem arma com a entrada em vigor do novo Plano de Avaliação e Certificação de Tiro, anual, que prevê o desarme dos agentes que concluam os testes com nota negativa. Segundo a edição de hoje do Diário de Notícias, os agentes da PSP exigem mais meios para a prática de tiro. Se 40% da polícia se vir privada do seu armamento, como é que esta poderá servir a sociedade nos momentos em que a criminalidade armada se torna evidente?
O presidente da ASPP resume em poucas palavras o estatuto de todas as reformas encetadas até agora pelo governo socialista: até seriam viáveis, se não carecessem de estruturas de apoio lógicas.
O presidente da ASPP resume em poucas palavras o estatuto de todas as reformas encetadas até agora pelo governo socialista: até seriam viáveis, se não carecessem de estruturas de apoio lógicas.
domingo, 3 de fevereiro de 2008
Atonement
Atonement (Expiação) é um grande filme. É mesmo. As nomeações de Óscar para melhor filme nos último anos têm, na minha opinião, perdido credibilidade e coerência pelo constante favorecimento mediático a filmes medianos, repetidos, repletos de coisas e lugares comums, sem chama... enfim, blockbusters de má qualidade.
Mas Atonement é diferente. É genuinamente um filme merecedor de um Óscar. Banda-sonora (faz lembrar as pianadas do Yann Tiersen), fotografia (sem palavras), imagem da época, actores (quem é aquele miúda loira extraordinária??),... tudo muitíssimo bem trabalhado.
E depois há Keira Knightley. Além de uma beleza e elegância desconcertantes, faz uma interpretação do outro mundo. Como alguém disse, até a acender um cigarro está extraordinária.
James Mcvoy também está muito bem. Faz-me lembrar um pouco Tobey Maguire, mas sem aquele ar idiota de eternamente ingénuo e inocente.
A forma como Joe Wright (não conhecia) filma pormenorizadamente os movimentos e gestos das personagens e de tudo o que os rodeia é fabuloso. Relembro particularmente três cenas: a rã a lamber-se a si própria; Cee a puxar de uma passa e a mergulhar de seguida; e ainda o café que Cee e Robbie tomam quando este parte para França... acho que nunca um "mexer o café" me pareceu tão perturbador.
Há ainda uma outra cena extraodinária. Acho que foi das cenas de cinema que vi até agora que melhor descreve um palco de guerra e os seus bastidores. O que é um campo de batalha, de facto. Falo de quando Robbie e dois outros companheiros encontram o acampamento dos aliados na praia. É impressionante.
Atonement só peca, a meu ver, por exacerbar a relação amorosa central. Ao fim ao cabo, não há verdadeiramente uma relação... Mas isto também não é culpa dos produtores. Afinal de contas, o filme inspira-se no livro de Ian McEwan.
A quem ainda não viu ou estava a pensar não vêr por causa do mediatismo à volta do filme poder transformá-lo num blockbuster foleiro de que falei no início deste texto... vejam!
Eu quero ir vêr uma segunda vez.
Um abraço
Mas Atonement é diferente. É genuinamente um filme merecedor de um Óscar. Banda-sonora (faz lembrar as pianadas do Yann Tiersen), fotografia (sem palavras), imagem da época, actores (quem é aquele miúda loira extraordinária??),... tudo muitíssimo bem trabalhado.
E depois há Keira Knightley. Além de uma beleza e elegância desconcertantes, faz uma interpretação do outro mundo. Como alguém disse, até a acender um cigarro está extraordinária.
James Mcvoy também está muito bem. Faz-me lembrar um pouco Tobey Maguire, mas sem aquele ar idiota de eternamente ingénuo e inocente.
A forma como Joe Wright (não conhecia) filma pormenorizadamente os movimentos e gestos das personagens e de tudo o que os rodeia é fabuloso. Relembro particularmente três cenas: a rã a lamber-se a si própria; Cee a puxar de uma passa e a mergulhar de seguida; e ainda o café que Cee e Robbie tomam quando este parte para França... acho que nunca um "mexer o café" me pareceu tão perturbador.
Há ainda uma outra cena extraodinária. Acho que foi das cenas de cinema que vi até agora que melhor descreve um palco de guerra e os seus bastidores. O que é um campo de batalha, de facto. Falo de quando Robbie e dois outros companheiros encontram o acampamento dos aliados na praia. É impressionante.
Atonement só peca, a meu ver, por exacerbar a relação amorosa central. Ao fim ao cabo, não há verdadeiramente uma relação... Mas isto também não é culpa dos produtores. Afinal de contas, o filme inspira-se no livro de Ian McEwan.
A quem ainda não viu ou estava a pensar não vêr por causa do mediatismo à volta do filme poder transformá-lo num blockbuster foleiro de que falei no início deste texto... vejam!
Eu quero ir vêr uma segunda vez.
Um abraço
sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008
The Main Ingredient
Hoje trago-vos um disco que, na minha opinião, deve figurar em qualquer lista dos 50 melhores albuns de Hip Hop de sempre.
Pete Rock & CL Smooth formam uma dupla que aparece pela primeira vez no circuito rap underground na década de 90. O seu primeiro ep sai em 1991 com o nome de All Souled Out. Esta dupla proveniente de Mount Vernon, New York, insere-se numa época em que desponta o conceito do two men show. Um homem nos pratos (dj e produtor) e outro a debitar liricismo com um microfone na mão (Master of Ceremonies). Multiplicam-se as duplas de qualidade nesta época: Gang Starr (DJ Premier e Guru), EPMD, Da King & I, Eric B. & Rakim, Kool G Rap & Polo, entre outros.
CL Smooth é detentor de uma voz atraente. Uma voz clara, sexy... CL Smooth deve ser dos rappers com mais flow que eu já ouvi. A cantar e a dançar. A isto soma ainda uma lírica fabulosa, muito póetica e introspectiva, alternando também com uma forte mensagem para a comunidade negra, como é exemplo o videoclip da música Lots of Lovin', do album Mecca and The Soul Brother.
Pete Rock, como produtor, é muito, muito bom, só sendo superado no mundo hip hop por DJ Premier, se bem que este tipo de classificações seja sempre relativo. Aos beats do rap puro e duro, acrescenta-lhe samples refinados de soul e jazz, criando uma atmosfera precisamente.... smooth.
Infelizmente, o album The Main Ingredient (1994) (do qual faz parte o videoclip mais abaixo) foi o último deste conjunto, estando em "águas de bacalhau" o regresso ao estúdio. Posso-vos dizer que do album referido, o que gosto mais dos três por eles editados (All Souled Out em 1991 e Mecca and The Soul Brother em 1992), não há uma faixa de que não goste. É mel para os ouvidos...
Fica aqui "Take you there".
Pete Rock & CL Smooth - Take you there
Pete Rock & CL Smooth formam uma dupla que aparece pela primeira vez no circuito rap underground na década de 90. O seu primeiro ep sai em 1991 com o nome de All Souled Out. Esta dupla proveniente de Mount Vernon, New York, insere-se numa época em que desponta o conceito do two men show. Um homem nos pratos (dj e produtor) e outro a debitar liricismo com um microfone na mão (Master of Ceremonies). Multiplicam-se as duplas de qualidade nesta época: Gang Starr (DJ Premier e Guru), EPMD, Da King & I, Eric B. & Rakim, Kool G Rap & Polo, entre outros.
CL Smooth é detentor de uma voz atraente. Uma voz clara, sexy... CL Smooth deve ser dos rappers com mais flow que eu já ouvi. A cantar e a dançar. A isto soma ainda uma lírica fabulosa, muito póetica e introspectiva, alternando também com uma forte mensagem para a comunidade negra, como é exemplo o videoclip da música Lots of Lovin', do album Mecca and The Soul Brother.
Pete Rock, como produtor, é muito, muito bom, só sendo superado no mundo hip hop por DJ Premier, se bem que este tipo de classificações seja sempre relativo. Aos beats do rap puro e duro, acrescenta-lhe samples refinados de soul e jazz, criando uma atmosfera precisamente.... smooth.
Infelizmente, o album The Main Ingredient (1994) (do qual faz parte o videoclip mais abaixo) foi o último deste conjunto, estando em "águas de bacalhau" o regresso ao estúdio. Posso-vos dizer que do album referido, o que gosto mais dos três por eles editados (All Souled Out em 1991 e Mecca and The Soul Brother em 1992), não há uma faixa de que não goste. É mel para os ouvidos...
Fica aqui "Take you there".
Pete Rock & CL Smooth - Take you there
Subscrever:
Mensagens (Atom)