domingo, 13 de julho de 2008

Alive 2008

Desde sempre que não gostei de festivais pelo que representam e pelo que são. A verdade é também que nunca tinha ido a um, conhecendo apenas pelo que me contam pelo que lia e pelo que vejo na télé. Esta situação foi ontem alterada, com a minha ida ao Alive, propositadamente assistir ao concerto de um dos meus ídolos de infância, Neil Young. 16h30 estou a entrar no recinto, em primeiro lugar reparo que o festival é patrocinado pela Sagres o que me deixa desde logo mal humorado, gosto de regar os concertos com boa cerveja, invariavelmente a SuperBock é a escolha mais lógica. Além disso a típica mescla festivaleira já de si uma moda revelou-se ao vivo mais indescritível do que eu pensava. Adolescentes a jogarem Uno no chão do recinto, mega secções de fotografias de grupo a só com pose, sem pose, em fim, mais um arquivo criado no Hi5 com o titulo Alive2008, onde podemos observar o quão fixes e rockeiros nos somos. Festival de rock como convêm tem de ser bem regado com agua, beber muita agua pois o álcool faz mal a nossa saúde e devemos ser zelosos mais num festival de rock. 17h00 concerto da banda portuense Sizo no palco secundário. Nos viemos ao festival com um cartaz cheio de concertos e bandas mas foi só para ver a banda mais falada no momento, para podermos dizer aos nossos amigos quando estamos em conversas super interessantes que já fomos ver os mais falados do momento, para podermos estar na onda e sermos Cool. Apesar de a Banda ter estado em grande, o recinto estava as moscas, enchendo apenas aquando da actuação dos The Gossip, porque será?
Apesar de Sagres, não virei as costas a cerveja e vi nela um companheiro de luta ao longo da tarde e da noite que se avizinhava longa. O conjunto que se seguiu a Sizo não manteve o ritmo desejado e a qualidade esperada. Aparte as festas e as conversas, chega-se a hora de Neil Young, que nos ofereceu um dos melhores espectáculos do presente ano. Apesar da idade, mantêm uma presença em palco bem mais enérgica que muitos jovens que tocam por ai, tocou alguns clássicos mas também temas do seu último álbum. É ainda com agrado que recordo a relação do senhor Young com as modas e as tendências. Um Homem que devia servir de exemplo a todos pelo que é, representa e faz.
De toda esta experiência, não vos digo façam como eu, pois cada um tem os seus gostos, mas eu reitero a minha preferência em concertos fora de festivais e do show de massas (quase ao estilo do 1984, onde todos se reuniam em massa para assistir aos filmes sem pensarem muito ou nada em relação ao significado dos seus actos). Vemo-nos nos Bares!


Neil Young - All Along The Watchtower



Sizo - First

3 comentários:

D. disse...

ao contrário de 1984 tu preferes algo mais parecido com um campo de concentração. tudo o que seja popular o zé mata. lol

Francisco disse...

subscrevo a parte do "tudo o que seja popular o zé mata". Que paranóia, oh Zé.
Alternativo do alternativo do alternativo do alternativo do alternativo do alternativo do alternativo do alternativo

Tiago AF disse...

Quando estava a ler este texto,tinha a sensação que iria chegar o Neil Young e ia ser grande actuação... porque sera? tu és é mais "caseirinho" da música rock.